A SIMPLICIDADE DIVINA

     Constantemente temos visto em muitas igrejas, em especial nos programas de TV por elas promovidos, uma crescente onda de “milagres”. Entretanto, o que mais tem impressionado é a complexidade envolvida na realização destes. São inúmeras e grotescas coreografias da religiosidade popular.

     São banhos de ervas, sabonetes ungidos, banho de sal grosso, amuletos, rosas, perfumes, azeites, cruzes, água-benta – pasmem – entre tantas outras barbáries. Será que Deus requer tanta complexidade para a realização de um milagre? O general Naamã desejava isto.

     Diz a Bíblia que Naamã se indignou com o fato do profeta ordenar que ele se banhasse no rio sete vezes. Ele desejava um espetáculo da parte de Elizeu. Uma cena cenográfica, várias câmeras filmando, o profeta clamando a deus e agitando a Mao sobre a enfermidade. Coisas do tipo que presenciamos nos dias de hoje.

     Mas, Deus não está interessado em complexidades religiosas, mas sim em simples atitudes de submissão a Ele. É exatamente pela ausência da simplicidade divina que a nossa vida se torna complicada. Banhar-se no rio era algo simples demais para o general Naamã. Tanto que os seus servos o convenceram de que certamente faria algo difícil.

     Veja como tornamos tudo bem mais complicado: preferimos ser aprisionados pela amargura e rancor que perdoar; escravizamos-nos com o orgulho ao invés de pedir perdão; ora, falar a verdade é bem mais simples que inventar uma mentira, afinal, quem mente a primeira vez é sempre obrigado a mentir outra vez pra confirmar a primeira.

     Viu só! O desafio divino para nós é que pratiquemos coisas simples que o milagre ele opera.

     Não é preciso complicar as coisas, deus opera na simplicidade. Não é necessário espetáculo.

                                                                                                                    M.D.

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Autor MOISÉS DUARTE