“FILHO MEU” DE THALLES ROBERTO


     Thalles Roberto é a nova “sensação gospel” do momento entre a juventude cristã. Thalles que já integrou o Jota Quest e o Jammil e Uma Noites, é visto por muitos como um exemplo de conversão e de adorador. Em dezembro passado, este “adorador” esteve presente em um programa da rede globo de televisão e uma de suas afirmações me chamou atenção. O “adorador” afirmou na época que sua música não é religiosa, e eu penso que se não é religiosa, logo é secular. Thalles ainda afirmou que sua música tem um pouco de rock, bossa nova, Black music e até samba. É só não tem religiosidade. Mas analisando uma de suas canções, aliás, a única que parei pra ouvir, pude ver que há muita barbárie teológica nela.
     Vamos analisar a letra da tal música “Filho Meu”. O compositor usa a primeira pessoa em toda a letra pra dar a ideia que “Deus” está falando com o “filho”. Mas já aí encontraremos alguma coisa estranha. Primeiro “Deus” fala com alguém que é seu “filho”, mas logo depois, na mesma música pede pra que este “filho” lhe aceite como salvador. Ora, é filho ou não é? Pois, se é filho é porque já aceitou a Cristo. E porque  pedir pra aceitar de novo?
     Agora vejamos o que diz a letra de péssima fundamentação teológica e de uma desqualificação da soberania e onipotência de Deus:
Filho meu
Ta fugindo de mim?
Já tentei, procurei e outra vez
Você me rejeitou, porta na cara doeu...

(Porta na cara de filho dói, que você nem imagina).
     Sinceramente eu não consigo entender um “Deus” com complexo de inferioridade, que tenta, procura várias vezes pelo “filho” e tudo o que consegue é sentir dor e rejeição pela “porta na cara”.
Filho meu
Ta correndo de mim, é?
Ontem eu me lembrei
De uma antiga oração
Que você fez no monte
Lembra filho? Eu chorei!

     Assim não dá não é Thalles? Um “Deus” que esporadicamente se põe a lembrar das antigas orações de seu filho, e se põe a chorar sentindo-se rejeitado. “Deus” com complexo de inferioridade, rejeitado e tristonho já é demais.
Eu acho que paguei
Um preço alto demais
Eu tenho tantas coisas
Pra viver com você
Promessas e promessas
Arquivadas te esperando, filho!

     Aqui se encontra o ponto culminante e mais bárbaro da canção. Puro egocentrismo! O “Deus” da canção chega a se humilhar e tenta relacionar-se com o “filho” através de uma barganha: oferece promessas e promessas em troca da atenção do “filho”. Bem a cara da teologia da prosperidade. Mas o que mais me impressiona é o fato de “Deus” estar achando que pagou um preço alto demais pelo “filho”. Dá pra imaginar? “Deus” arrependido por oferecer Seu Filho Jesus na cruz do Calvário, porque é exatamente esta a ideia que tive ao ouvir esta letra. E ainda acho que o compositor assistiu muitas vezes ao filme “O Todo-Poderoso” para afirmar que Deus tem “Promessas arquivadas” para barganhar Seus filhos. Notemos que nesta estrofe não há nenhuma referência ao arrependimento dos pecados, nem a ideia de que servir a Deus não se trata de um “mar de rosas”. O que se vê é promessa de felicidades se o tal “filho” resolver seguir o “Pai”.
Você tá dirigindo cego
Em alta velocidade
Daqui de cima eu vejo
A pancada que vem
Então passa sua vida pro meu
Nome que eu assumo tudo
Tudo, tudo, tudo, tudo.

     Afinal, este FILHO é convertido ou não? Não dá pra entender. No inicio “Deus” refere-se a ele como sendo seu Pai, agora pede pra que ele passe tudo pro seu nome. Como assim?
Faz o seguinte, oh
Levanta a mão agora
E me aceita
Como o seu salvador
Depois me abraça
E a gente vence
Junto essa parada.

     Este apelo revela que realmente o personagem da música não era filho do tal “Deus”. Além do mais o apelo acima não faz referência alguma à necessidade de arrependimento dos pecados, muito pelo contrário, deixa claro que o convite é ao deleite as promessas e às bênçãos “arquivadas”. Muito diferente da mensagem genuína do Evangelho: Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus; nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. 1Co 1.18,23.
     Na verdade dá pra sentir pena deste “Deus”. Um “Deus” que se humilha, implora, chora por se sentir rejeitado, leva porta na cara e parece impotente diante de tudo isto. Um “Deus” que acha que pagou um preço alto demais para em troca, receber porta na cara. A bíblia afirma que Cristo ficou SATISFEITO com o Seu sacrifício: Is 53.10,11. Deus não precisa viver implorando por ninguém: Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me. Mt 16.24. É bem claro: QUEM QUISER. Não há imploração!
     E ainda: um “Deus” que se expressa com gíria: “E a gente vence junto essa ‘PARADA”.
     É uma das piores músicas que já vi no meio gospel, sinceramente. Thalles necessita ser discipulado corretamente, o que não deve ter acontecido. Será que ele tem tempo de frequentar Escola Bíblica? Não quero aqui fazer críticas à pessoa do compositor, nem julgar a intenção da música que pode ter sido das melhores, mas faz-se necessário muito cuidado com o que pregamos – uma música é uma forma de pregação. E o que a composição prega não está em conformidade com a Palavra de Deus.
                                                                                                                       M.D.
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Autor MOISÉS DUARTE

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3 Comentários:

  1. bom esse comentário

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  2. Realmente o compositor inverteu os personagens.
    Quem deveria estar se humilhando é o vaso, não o oleiro.

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