O DIVÓRCIO



   “Eu vos digo,porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição  e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério” Mt 19.9.
     A cada dia que passa, é cada vez mais crescente o número de divórcios em todos os lugares. No Brasil, segundo o IBGE de 2010 para 2011 a taxa de divórcios bateu recorde de 45,6% quando foram registrados 351.153 processos judicias concedidos. Foi a maior taxa desde 1984. Para se ter uma ideia do crescimento, em 2009, a taxa de divórcios era de 1,4 para cada 1.000 habitantes, em 2010, a taxa subiu para 1,8, e em 2011, atingiu a marca de 2,6 para cada 1.000 habitantes. Segundo o instituto, a explicação para o aumento no número de divórcio se deva à alteração feita na lei em julho de 2010. Com a mudança  houve uma facilitação em se divorciar. O tempo médio de duração dos casamentos também obteve redução de 18 anos em 2006 para 15 anos em 2011. Infelizmente esta estatística também é vista entre os cristãos. Apesar de ser biblicamente permitido em alguns casos específicos, o divórcio traz sempre danos irreparáveis tanto para cônjuges quanto para filhos e demais familiares.
     É bem verdade que ninguém casa já pensando em divórcio; as pessoas casam-se pensando em felicidade e no “foram felizes para sempre”, entretanto, relacionamentos são muito difíceis, assim como pessoas são difíceis de se lidar. E como este é um tema extremamente delicado, muitas pessoas buscam na bíblia base para admiti-lo em situações banais. Mas, qual a posição da bíblia, o que ela fala a respeito?
     No Antigo Testamento a Lei Mosaica veio para “regulamentar” uma prática comum entre os israelitas, para evitar abusos e proteger a família em especial as mulheres que eram as mais letadas na situação. Vale ressaltar que nenhuma lei no Antigo Testamento incentivava ou apoiava a prática do divórcio, muito pelo contrário Deus sempre foi contrário a esta prática. Historiadores concordam que o motivo para a inclusão do divórcio na Lei de Moisés foi o de proteger os direitos e até mesmo a integridade física das mulheres, que na maioria das vezes se tornavam vítimas indefesas de maridos corruptos e carnais. Havia ainda a possibilidade de copiarem os costumes dos povos do Egito, onde era comum o costume de trocar de esposa.
     Cristo foi enfático ao afirmar que a permissão concedida por meio da Lei de Moisés foi devido à “dureza do coração”. Lembremo-nos que o divórcio foi permitido e não instituído. E foi por conta da “dureza de coração” que israel foi rejeitado por Deus. Por isto, não devemos copiar o exemplo de Israel. Deus sempre desaprovou tal prática: Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choros e de gemidos, porque ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão. Todavia perguntais: Por que? Porque o Senhor tem sido testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, para com a qual procedeste deslealmente sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. Ml. 2.13,14. Por motivos dos mais banais possíveis aconteciam os repúdios de esposas pelos israelitas, e isto era abominável diante de Deus.
     A carta de repúdio tratava-se de uma carta de divórcio que concedia aos cônjuges separados, a possibilidade de um novo casamento, entretanto, este novo casamento não poderia jamais ser com o mesmo cônjuge de outrora. Procurando colocar Jesus em uma situação difícil, os fariseus perguntam a Ele porque “mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?” Ao que Cristo enfaticamente respondeu que foram por causa da dureza do coração deles próprios, mas que no princípio não era assim. Deixando claro que o propósito divino para o matrimônio é que “o que Deus ajuntou não separe o homem”. Preste atenção que a pergunta dos fariseus era se era lícito repudiar por “qualquer motivo”, ou seja, por motivos banais. Mas, Segundo Jesus ensinou, o divórcio é permitido apenas em caso de infidelidade conjugal, em caso de prostituição. Eles eram provenientes de uma sociedade patriarcal e estavam acostumados a ver  o divórcio por motivos banais, e ficaram chocados com o ensino de Jesus, que só admite o divórcio em caso de prostituição. E este divórcio ainda traz na sua permissão a visão da possibilidade de um novo casamento por parte do cônjuge traído. O divórcio é uma exceção e não uma regra. Deve-se buscar antes disto, todas as possíveis possibilidades de reconciliação e de perdão.
     Paulo, assim como cristo, pregou a indissolubilidade do casamento: Todavia, aos casados, mando não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido; e que o marido não deixe a mulher.
     Quando detectado algum tipo de desgaste no matrimônio devem os cônjuges buscar  a solução para os problemas a fim de evitar que haja uma evolução e termine em divórcio. Muitas são as causas que levam ao divórcio. Não somente a infidelidade conjugal, embora esta já seja resultado de outros antecedentes. O descuido na vida espiritual dos casais é sintoma de crise espiritual. E como o casamento também é uma união espiritual, traz crises à vida conjugal do casal. Lembre: “Se o Senhor não edificar o lar em vão trabalham os que o edificam” Sl 127.1.
     Ausência de amor verdadeiro traz a certeza de um final de um relacionamento. “Eu não o amo mais”. O amor não deve ser vivido apenas em bons momentos a dois, afinal, o amor tudo suporta. Ausência de perdão também traz sérios problemas ao relacionamento. Sem o perdão nenhum relacionamento é capaz de perdurar por muito tempo. Outro fator causador de divórcios é a indisposição às mudanças que se fazem necessárias. Fielmente temos que admitir que nem tudo em nosso cônjuge nos agrada. Existem manias, hábitos, e comportamentos que são capazes de nos tirar do sério. Entretanto, isto é mais que normal em qualquer relacionamento. Temos que ter a capacidade de aceitarmos e nos moldar às diferenças.
     Práticas abomináveis desfazem o vinculo conjugal. Violência doméstica, traição, adultério, desprezo são causadores de divórcios.
     Sérias consequências são vividas por todos os envolvidos no divórcio (Cônjuges e filhos). O desenvolvimento emocional dos filhos é estritamente ligado à continuada interação, cuidado e sustentação dos pais. Pesquisas revelam que 90% dos filhos de pais divorciados são vítimas de um sentimento de choque quando a separação ocorre, incluindo mágoa e temores. Sendo que o maior problema é o sintoma de rejeição.
     Indivíduos divorciados acham-se mais vulneráveis ao câncer que pessoas com um sólido casamento. Além do mais, as taxas de morte prematura são altas entre divorciados. Acredita-se que isto se deve ao trauma emocional que estressa e fragiliza o sistema imunológico.
     Seria, portanto, evitar o divórcio? Algumas medidas podem ser tomadas a fim de evitar que o relacionamento venha a naufragar. Primeiro, comunicação. Em um relacionamento onde há diálogo e comunicação aberta de uma pessoa para a outra a possibilidade de uma crise acarretar em divórcio é bem menor. A comunicação faz com que os cônjuges ajudem-se mutuamente uma ao outro.
     Humildade. É imprescindível que os cônjuges tenham a humildade e disposição para refletir sobre seus equívocos e erros, e recuarem quando necessário. E unidade de propósitos. Deve o casal atentar para os mesmos valores tanto espirituais quanto seculares, sempre com a prática da oração.
     Quando o casamento chega ao fim, desfaz sonhos e expectativas. Mas o que fazer? Existem crentes que após o divórcio, se desviam do Senhor e se afastam da igreja, entretanto, é nesta hora que mais precisam de Deus. Deus deseja ver a família unida, enquanto satanás quer destruí-la, deixando os lares despedaçados. Mas, quando o casal tem o propósito de cumprir os propósitos divinos e os cumprir, de buscar a Deus em oração as brechas para que satanás possa entrar e operar, são fechadas. Que assim o Senhor nos dê graça para que possamos sempre estar em conformidade com a Sua Palavra. Que Deus nos abençoe!
                                                                           M.D.
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Autor MOISÉS DUARTE

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1 Comentários:

  1. Olá, to seguindo e curti seu blog, parabéns. siga o meu também www.aluzparaomundo1.blogspot.com

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