CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO

“Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo” Fp. 3.18.

    Esta manhã estive passando frente a uma igreja de determinada denominação, que não citarei o nome, e na fachada, vi o banner de divulgação de uma campanha para àquelas pessoas que desejem ser BEM SUCEDIDAS. Para esclarecer, a campanha tem duração de 10 domingos. A indagação que me veio à mente foi: “Será que o evangelho atual é RENÚNCIA, ou BARGANHA”? Segundo dados estatísticos a igreja evangélica vem crescendo cada dia mais no nosso país. Mas resta-nos uma indagação: será que o que tanto vem crescendo é realmente o Evangelho puro e santo? É o Evangelho da Cruz de Cristo? Se for para ter uma resposta com base no anúncio que presenciei na frente daquela igreja, bem como nos programas que assistimos nos rádios e TV, infelizmente a resposta é NÃO. O evangelho atual deixou de ser, na maioria das igrejas, um Evangelho Cristocêntrico, para ser um evangelho egocêntrico. Mas porque tal mudança? É que para os líderes da atualidade, o evangelho se tornou uma moeda de troca, um negócio muito lucrativo e prazeroso.

EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO
    Foi por ver os judaizantes de sua época apregoar o legalismo, a lei e os códigos de conduta, não reconhecendo a cruz de Cristo como a mensagem central para a salvação, Paulo então escreveu: “Sede meus imitadores, irmão, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam”. Paulo estava desafiando aos filipenses a procurar a semelhança de Cristo, convidando-os a que seguissem seu exemplo. Isto não significava, que deviam copiar cada coisa que ele fazia; ele já tinha estabelecido que não era perfeito (3.12). Quis lhes dar a entender que assim como sua vida estava centrada em Cristo, a deles também deveria estar.
    Que Paulo pudesse dizer às pessoas que seguissem seu exemplo é um testemunho de seu caráter e conduta. Você pode fazer o mesmo? Que classe de seguidor seria um cristão novo convertido se o imitasse seu exemplo? Não estava, contudo, o apóstolo sendo egoísta e presunçoso, mas sabia em Cristo, que tinha qualidades e conduta para ser um referencial para os filipenses. Paulo não desejava estabelecer a sua vida como um padrão ético a ser seguido; ele apresentava a Cristo como padrão absoluto, tanto no ensino quanto na conduta. Ele mesmo só deveria ser imitado desde que e até onde imitasse a Cristo, pois esta imitação era para Paulo, um exercício diário em sua vida. Daí o seu cuidado para que “pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” 1Co 9.27.
    O apóstolo, contudo, não recomendava apenas o seu próprio exemplo a que fosse seguido. Outros havia que seguiam a mesma trilha de vida e partilhavam as mesmas atitudes e princípios: Timóteo e Epafrodito foram mencionados em 2:19-30, quanto a isto. Homens e mulheres da qualidade deles também apresentaram exemplos que podiam ser seguidos com confiança.

OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO
    Paulo não só chama a atenção a respeito dos judaizantes, mas também, a respeito de todos os irmãos que não viviam de acordo com o verdadeiro Evangelho da Cruz. Paulo exorta a igreja a que permaneçam firmes na verdadeira fé, não se deixando sucumbir pelos inimigos da cruz de Cristo. A maior preocupação do apóstolo era combater as heresias que, porventura, pudessem desvirtuar a verdadeira mensagem do Evangelho.
    Foi o comportamento dos indivíduos a que Paulo se refere agora que os tornou inimigos da cruz de Cristo. Os homens que tentaram impor a lei judaica sobre os convertidos gentios de Paulo, nas igrejas gálatas, deixavam implícito em seus ensinos (de acordo com Paulo), que a morte de Cristo não tinha significado e era ineficaz (Gálatas 2:21); nesse sentido, poderiam ser chamados de inimigos da cruz, embora Paulo nada diga contra seus padrões morais. Não existe a mínima sugestão de que a igreja filipense estivesse inclinada a ouvi-los de bom grado, mas Paulo sabia como eram traiçoeiros os argumentos que usavam, como poderia ser prejudicial o exemplo que davam.
    Aqueles judaizantes da época de Paulo impunham a Lei Mosaica acima da obra Redentora de Cristo na Cruz do Calvário. Aos crentes de Corinto Paulo escreveu que “a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo... os judeus pedem sinais miraculosos, e os gregos procuram sabedoria; nós, porém, pregamos a Cristo crucificado...”.
    Nos dias hodiernos, não mais querem pregar o evangelho da Cruz, para pregar um evangelho de barganha. Você deve adorar a Deus para que Ele lhe dê muitos bens materiais. Estão modificando o Evangelho para que se torne mais atrativo ao egocentrismo humano. Enquanto Cristo pregou a renúncia do “Eu”, os atuais líderes pregam a satisfação do “Eu” através do evangelho da prosperidade. Eles entendem que a mensagem da cruz não dá ibope, não dá plateia, lucro. O evangelho que promete tornar cada um bem sucedido, rico, abastado, este evangelho dá satisfação ao ego humano. Os pregadores do evangelho estão se tornando meros animadores de plateia: “olhe pro seu irmão e profetize; levante a sua mão pra receber a chave; pule na cabeça do diabo; determine a sua vitória”, entre tantas outras barbáries.
    O apóstolo fala que “o deus deles é o ventre, e a glória deles é para a confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas”. É bem as características dos “bispos e apóstolos” dos atuais dias não é mesmo? Se você vai ouvi-los no rádio, só falam das coisas terrenas; se os assiste na Tv, também só tratam das coisas terrenas. Veja o que Paulo diz aos romanos: “Porque os tais não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre; e com palavras suaves e lisonjas enganam os corações dos inocentes”.
    O apóstolo é enfático ao afirmar que o fim dos tais será a perdição eterna. O fim de pessoas que se portam desta forma, também é previsto em Jeremias 23.32: “Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com a sua vã jactância; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e eles não trazem proveito algum a este povo, diz o Senhor.

O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO
    Os verdadeiros crentes são cidadãos dos céus, onde o Senhor deles está agora. Quando ele voltar, vindo dos céus, equipará seu povo com corpos semelhantes ao seu, adequados para a recepção da herança celestial total. Ao dizer que a nossa pátria está nos céus, Paulo utiliza o substantivo politeuma, não encontrado em parte alguma do NT; relaciona-se com o verbo polieuesthai, que Paulo usou em 1:27 para descrever a "conduta" dos crentes filipenses, dando ênfase especial à responsabilidade deles como membros de uma comunidade. Portanto, aqui, se a pátria deles está nos céus, a conduta deles também deveria ser compatível com essa cidadania.
     Assim como os cidadãos de uma colônia romana deveriam promover os interesses de sua cidade mãe, e manter-lhe a dignidade, os cidadãos dos céus de igual modo, estando num ambiente terreno, deveriam representar os interesses de sua verdadeira pátria celestial, e viver uma vida digna de sua cidadania. A pátria celestial já lhes pertencia; não precisavam aguardá-la. Entretanto, com grande anseio esperavam o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que dela viria.
    Os inimigos da cruz de Cristo vivem para as coisas deste mundo, entretanto, os que amam a cruz de Cristo, vivem não para este mundo, mas, para a Pátria Celeste. O estado do nosso atual corpo é perecível e de fraqueza, mas, um dia haveremos de receber um corpo glorificado. Paulo afirma que Cristo transformará o nosso corpo de humilhação, para ser conforme o seu corpo glorioso (lit., "o seu corpo de glória") — isto é, o corpo glorificado de Cristo, Os corpos que os crentes em Cristo terão na era vindoura serão da mesma ordem celestial que seu corpo ressurreto. "A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus" (Romanos 8:19) porque sua revelação como filhos e filhas de Deus será sua participação na glória, na qual aquele que é o Filho de Deus por excelência há de revelar-se. "Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar," diz Paulo aos crentes colossenses, "então também vós vos manifestareis com ele em glória" (Colossenses 3:4).

CONCLUSÃO
    Estamos vivendo dias trabalhosos e difíceis conforme já nos foi anunciado que viriam – 2Tm 3.1-9. Falsas doutrinas estão sendo anunciadas por toda a parte pelos inimigos da cruz. Por isto, se faz necessário que estejamos sempre vigilantes e perseverantes na Palavra. Cuidado com os inimigos da Cruz. Eles são avarentos, mas a Bíblia nos  diz que “nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus”. Também são gananciosos, mas a Bíblia também fala acerca da ganância: “Porque vocês podem estar certos disto: nenhum imoral nem impuro nem ganancioso, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus”.
    Cuidado com a inversão de valores. A atração do Evangelho não deve ser a barganha, e sim o sacrifício vicário de Cristo na Cruz do Calvário. Sem Cruz não pode haver um verdadeiro cristianismo. A Cruz é o ponto central do Evangelho. Segundo hebreus 12, a cruz é o caminho para a glória: “tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus”.

Moisés Duarte
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Autor MOISÉS DUARTE

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