EBD JUVENIS - OS DONS DO ESPÍRITO SANTO

      “Ora, a respeito dos dons espirituais, não quero irmãos, que sejais ignorantes. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas.” 1Co. 12. 1,8-10.
      Nestes últimos dias que precedem a vinda do nosso Senhor Jesus, se faz necessário que os cristãos estejam instruídos acerca das manifestações do Espírito Santo nos crentes.
      Mas o que são dons? Geralmente quando pensamos em dons, nos vem à mente alguma coisa que nos é dada por possessão, para usarmos quando e como quisermos. Entretanto, estes dons não são coisas que possam ser guardadas e usadas por qualquer pessoa. A palavra grega “carisma”, usada no texto em apreço significa “habilitação do favor e da graça de Deus”. “Dom”, portanto é uma dádiva concedida pelo favor e pela graça de Deus aos seus servos que de coração o buscam.
      Estudaremos agora, de forma sucinta, cada um destes dons citados pelo apóstolo Paulo na carta aos irmãos da cidade de Corinto.
      Podemos classificar estes dons em três classes: Dons de Revelação (A palavra da sabedoria; a palavra do conhecimento; discernimento de espíritos); Dons de Elocução (O dom da profecia; o dom de línguas; interpretação das línguas); Dons de Poder (O dom da fé; dons de curar; operação de milagres).

A PALAVRA DA SABEDORIA
      Não raramente ouvimos alguém dizer: “o dom da sabedoria”. Não é desta forma que a Bíblia se refere a essa dádiva divina. O que lemos na Bíblia é o seguinte: “Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria...”.
      Agora, atentemos bem para os três tipos de sabedoria:
     A sabedoria humana, que fica limitada aos interesses desta vida;
     A sabedoria satânica, que sempre é usada com propósitos exclusivamente malignos;
     A sabedoria divina, que é empregada com o objetivo de engrandecer o reino de Deus.
      O homem pode obter a sabedoria divina através de estudo das Sagradas Escrituras, ouvindo mensagens inspiradas pelo Espírito Santo ou até mesmo lendo obras de grande cultura espiritual, entretanto, a Palavra da sabedoria é concedida de forma sobrenatural por Deus.
      O dom da palavra da sabedoria se baseia no fato de que Deus tem diante de Si fatos e conhecimentos da terra e do céu, do presente e do futuro, do tempo e da eternidade. Este conhecimento é realmente a expressão da sabedoria de Deus, que por sua vez é comunicada pelo Espírito Santo a certos servos Seus, através do dom da palavra da sabedoria.
      Palavra da Sabedoria é, portanto, uma partícula da infinita sabedoria divina, dada a conhecer através de um crente para a edificação do povo de Deus neste mundo.

A PALAVRA DO CONHECIMENTO
      Palavra do Conhecimento é a revelação de fatos e ações que se baseiam no conhecimento perfeito do nosso Deus. A definição para “Palavra do Conhecimento” refere-se a fatos sobrenaturais que, no momento, ninguém poderia aprender por qualquer meio natural. Paulo referiu-se a estas palavras que nem ele nem qualquer outro homem poderiam entender por meios naturais, quando afirmou: “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência...” 1Co. 13.2.
      Semelhantemente à Palavra da Sabedoria, a origem deste dom é a onisciência de Deus. A palavra do Conhecimento traz aos homens conhecimentos de fatos que tão somente através de um dom sobrenatural, poderiam vir ao conhecimento humano. A Palavra do conhecimento é sempre resultante da manifestação do sobrenatural divino.
      As faculdades intelectuais do homem são úteis ao trabalho, mas a Palavra do Conhecimento vem por concessão, por intermédio do Espírito Santo.
      Se observarmos a vida de Jesus veremos como este dom esteve presente em seu ministério. Sabia da condição moral e espiritual da mulher samaritana Jo. 4.18; revelou aos discípulos onde encontrariam uma jumentinha Mt. 21.2; revelou que Pedro O negaria três vezes Lc. 22.34. Entre outros exemplos.

DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS
       Muitas pessoas se enganam no entendimento real deste dom. pensam erroneamente que o dom relaciona-se com o julgamento das relações humanas. Para melhor entendimento, vejamos o que não é o dom de discernimento de espírito:
   Não é habilidade para descobrir falhas alheias;
   Não é a capacidade para ler pensamentos;
   Não está relacionado com psicologia.
      Todas estas coisas podem ser praticadas por pessoas meramente ignorantes em relação às operações sobrenaturais de Deus. Discernimento de espíritos não se trata meramente de perspicácia natural do homem.
      O sentido da palavra é, literalmente, “julgar perfeitamente”. Em relação às ações puramente naturais dos homens, isto iria significar uma habilidade natural, entretanto, para julgar os espíritos precisamos ser ajudados pelo Senhor.
      Discernimento é atributo de Deus pelo qual Ele conhece absolutamente todas as coisas e pode julgá-las com retidão e justiça.
      A igreja é assediada pelo poder das trevas. O seu inimigo é o “...espírito que agora atua nos filhos da desobediência...” (Ef 2.2). Ele também domina a mente e o corpo das pessoas incrédulas, sujeitas às influencias de espíritos maus e de demônios. Satanás pode usá-los para atacar e enganar os obreiros desprovidos de discernimento espiritual em suas vidas.
      Pedro desmascarou o mágico Simão, descobrindo a condição do seu coração imperfeito. Simão intencionava enganar os cristãos com sua aparente piedade, mas foi desmascarado diante da manifestação do dom de discernimento. Atos 8,23.
      O apostolo Paulo discerniu que Elimas era “filho do diabo” e, com autoridade lhe impôs o julgamento de Deus. (At 13.6-12).
      Muitos cristãos, atualmente, estão vivendo despercebidos quanto aos fatos do reino espiritual. Esse dom pode revelar a congregação do povo de Deus, cheia do Espírito, a origem de qualquer manifestação sobrenatural. Nós somos revelados pela Palavra do Senhor, de que este tempo é caracterizado por uma tremenda influencia satânica. Predominarão as falsas doutrinas propagadas pela sedução de espíritos demoníacos 1Tm 4.1. Também são dias marcados por “milagres” de satanás 2Ts 2.9; Ap 13.14. Além disto, a Bíblia nos adverte que, antes do arrebatamento, muitas pessoas poderão ficar impressionadas com operações satânicas sobrenaturais enganadoras Mc 13.22.
      Em qualquer que seja a situação, somente um dos três espíritos pode agir. O Espírito Santo, o espírito humano ou o espírito satânico. Somente o dom do discernimento de espíritos nos tornará aptos a conhecer o espírito que está operando.

O DOM DA PROFECIA
      Profecia pode ser definida como “falar na própria língua sob a inteira unção do Espírito Santo”. Ralph Riggs diz que a “profecia é a voz através da qual falam a sabedoria e a fé. É a voz do Espírito Santo”.
      Muito embora a profecia em muitos casos tenha a função preditiva, nem sempre a profecia é predição.
      Vale salientar que não existe passagem alguma no Novo Testamento que indique ser função dos profetas da igreja, a de servirem como guias, da mesma forma que os profetas dirigiam Israel na antiguidade. Há exemplos como a profecia de Ágabo, acerca da fome que viria (At 11.28), e quanto ao que iria com Paulo em Jerusalém (At 21.11). Entretanto, ele não proferiu palavra de direção: o modo de proceder ficou a critério da igreja. Quanto às providencias a serem tomadas, os discípulos é que decidiram o que fazer.
      O profeta limitou-se a predizer as tribulações que sobreviriam ao apóstolo em Jerusalém. Quanto aos conselhos para que Paulo “não subisse a Jerusalém”, precediam de Lucas e dos demais amigos de Paulo. No entanto, vemos que a decisão de Paulo prevaleceu. 
      O dom de profecia envolve uma função do humano e do divino, o finito e o infinito, o imperfeito e o perfeito.
      Em algumas pessoas existe uma concepção falha de que em uma profecia, é somente Deus quem fala. Em alguns casos isto pode ser verdade. Mas, se o dom da profecia fosse inteiramente uma operação divina, sem qualquer participação humana, não seria necessária qualquer instrução quanto ao exercício do mesmo. A inspiração divina não exclui a participação do homem. O Espírito de Deus é infalível, mas o homem é falível. Como prova, Paulo instrui: “Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1Co 14.32). É óbvio que o Espírito de Deus não está sujeito ao homem. Há, porém, a participação do imperfeito espírito humano em uma profecia. Se não houvesse, não haveria perigo de falhas, sendo necessário assim julgamento (1Co. 14.29-33). 
      A profecia tem por objetivo ministrar verdadeira exortação, edificação e conforto aos crentes (1Co. 14.3).

O DOM DE LÍNGUAS
      O falar em línguas como um dom é algo idêntico ao falar em outras línguas, na experiência inicial do batismo com o Espírito Santo sendo diferente, portanto, quanto no seu propósito e operação.
      Este dom é dado como mensagem à congregação. Um dos propósitos do dom de línguas é a confirmação da palavra ensinada/pregada. Neste caso, torna-se indispensável a interpretação das línguas, para que toda a igreja venha a ser edificada, pois é este o propósito dos dons.
      Algumas pessoas se fundamentam em 1Co. 13.8, para afirmar que as línguas deixarão de existir. O texto em apreço é carente de melhor interpretação por parte de tais pessoas. Tais pessoas não têm outro propósito senão o de negar o batismo no Espírito Santo e suas visíveis manifestações.
      Não há referencia bíblica que autorize quem quer que seja a afirmar a cessação de qualquer dos dons antes da vinda de Cristo, tampouco 1 Coríntios 13.8. Os versículos que se seguem esclarecem: “...em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado”.
      Segundo Donald Gee este dom “é o poder de expressão vocal em línguas desconhecidas ao que fala capaz de ser interpretado, de modo que tais expressões tornam-se desta forma, inteligíveis a toda a congregação”.

INTERPRETAÇÃO DAS LÍNGUAS
      É algo semelhante à interpretação de uma língua estrangeira por um hábil interprete que explica o sentido numa língua que nós conhecemos. Contudo, a interpretação é dada não mediante a atenção prestada às palavras do que fala em línguas e, sim, por meio do Espírito Santo, que dá a interpretação, mediante o dom.
      Na interpretação, as palavras são dadas por meio de revelação divina de acordo com Sua infinita sabedoria.
      Quando este dom opera em consonância com o dom de línguas, os dois juntos são equivalentes ao dom de profecia. Neste particular não há necessidade de interprete oficial na igreja. A manifestação do dom pode vir como uma mensagem a descrentes, uma mensagem de edificação ou exortação para a igreja. Sem esta complementação, a mensagem em línguas não trará proveito à congregação. “Pelo que, o que fala em outra língua ore para que a possa interpretar” 1Co. 14.13.

O DOM DA FÉ
      Atentemos para este assunto, considerando que há três tipos de fé: a natural, a comum, e a fé como dom.
      A fé natural é a capacidade que todo homem tem para crer em algo, inclusive acertada ou erradamente nas coisas espirituais.
      A fé comum é a fé que opera para a salvação. Esta fé vem pela pregação da Palavra de Deus e traz a graça salvadora à pessoa. É evidenciada pela submissão a Deus e pela pratica de boas obras ou pela obediência a Deus. 
      A fé como dom do Espírito habilita o crente a acreditar como realidade todas as promessas de Deus. É a fé que domina o poder do inimigo, que vence as doenças e enfermidades e que dá a certeza de que Deus tudo supre. Uma porção desta fé divina pode fazer até mesmo o que é aparentemente impossível tornar-se realidade. Eis o dom da fé.

DOM DE CURAR
      O poder de curar é muito desejado, visto ser um sinal eloquente e ostensivo na confirmação da mensagem do evangelho.
      Há muitos casos de cura instantânea. Há também muitos outros que não são. Ou em outras palavras: a causa da ferida é eliminada pelo poder de Deus, mas não é imediatamente sarada. Temos exemplo disto no caso dos dez leprosos. Jesus os curou, porém não foram de imediatamente sarados.
      A bíblia não registra os dons de curar como significando que a pessoa que o possua esteja habilitado a todos os casos de enfermidades sem limites. O propósito deste dom, além de libertar das enfermidades os sofredores, é a glória de Deus.

O DOM DE OPERAÇÃO DE MILAGRES
      Webster dá a seguinte definição para milagre: “Um milagre é um evento ou um efeito no mundo físico, distinto das lês da natureza ou que sobrepuja ao nosso conhecimento dessas leis”. A bíblia é o livro dos milagres. A separação das águas do Mar Vermelho; a água provinda da rocha de Redfim; a paralisação do sol, por intermédio de Josué; o machado que emergiu do fundo das águas; a sombra do sol que retrocedeu todos estes e muitos outros foram milagres testemunhados por muitos e registrados na bíblia.
       O novo testamento também menciona muitos milagres. Jesus acalmando a tempestade; fartando a multidão no deserto; Pedro liberto da prisão todos são autenticas demonstrações do poder de Deus.
      O aumento das operações satânicas nestes últimos dias requer da parte da igreja o crescimento na fé e mais poder para que possa ser vitoriosa contra as forcas malignas. Que Deus na Sua infinita graça, levante homens e mulheres nos atuais dias, bastante humildes e consagrados, que possam ser usados no exercício deste maravilhoso dom do Espírito.
                                                         
                                                                                                M.D.

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Autor MOISÉS DUARTE

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