A RECIPROCIDADE DO AMOR CRISTÃO

     Reciprocidade: correspondência mútua.

     Na sociedade em que vivemos, até nos é difícil encontrarmos exemplos de reciprocidade entre as pessoas. A raça humana tornou-se muito egocêntrica ao longo dos séculos, entretanto, este egoísmo humano não é predominante apenas nos nossos dias. A Bíblia nos diz que nos últimos dias surgiriam homens “amantes de si mesmos”, ou seja, egoístas, que não pensam no bem do seu próximo, mas apenas em si mesmo, em seus próprios interesses.
     Desta vez, aprenderemos a respeito da generosidade, que é uma virtude de alguém que se dispõe a sacrificar os seus próprios interesses em favor dos outros, é bondade.
     Por que nós somos chamados de cristãos? “E durante um ano inteiro reuniram-se naquela igreja e instruíram muita gente; e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos.” At 11.26. Somos chamados cristãos por sermos seguidores de Cristo. E, se somos seguidores Dele, devemos ter suas virtudes, e seguir seu exemplo. E não é nem necessário lembrar que Ele é o maior exemplo de generosidade que o mundo já teve. Entretanto esta generosidade não era baseada em interesses próprios. O pastor Elienai Cabral foi muito feliz na sua colocação ao afirmar: “Nossa oferta de amor para com aqueles que realizam a obra de Deus revelam a graça do Todo-Poderoso em nossas vidas. Ofertamos não para recebermos algo em troca, mas o fazemos de coração porque já temos experimentado das dádivas divinas”.

Texto Áureo: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” Fp 4.13.

     Na realidade será que podemos realizar tudo? O poder que recebemos como resultado de nossa união com Cristo Jesus é suficiente para realizarmos a sua vontade e transpor os desafios que surgem ao nos comprometermos em realizá-la. Este poder não nos concede habilidades super-humanas para obter algo que desejamos sem emprestar atenção aos interesses divinos. Na medida que disputarmos pela fé, enfrentaremos problemas, pressões, lutas e provas. Quando isto acontecer, peça a Cristo que o fortaleça e lhe conceda este poder. Ainda veremos este versículo de forma mais aprofundada no decorres deste estudo.

LEITURA BÍBLICA PARA REFLEXÃO - Fp 4.10-13.
10 Ora, muito me regozijei no Senhor porque agora, finalmente, reflorescestes o vosso lembrar em benefício de mim; no qual reflorescer também já vos lembráveis de mim, mas vos faltava oportunidade.
 11 Não que eu falo segundo minha pobreza, porque eu já aprendi a, naquela qualquer circunstância em que estou, estar satisfeito.
12 Tanto sei estar humilhado, como sei abundar; tenho sido instruído em toda a maneira e em todas as coisas: tanto a ser saciado, como a ter fome; tanto a abundar, como a estar em necessidade.
 13 Para todas as coisas tenho a força no Cristo , o Qual me está fortalecendo.
(Bíblia na Versão Literal)

INTRODUÇÃO
     Paulo ainda estava encarcerado, mas fica muito nítida a sua alegria por não ter sido esquecido por seus irmãos filipenses. Como prisioneiro o apóstolo era dependente de ofertas da igreja, por isto mesmo ele afirma que muito se regozijou pelos recursos enviados a sua pessoa através de Epafrodito. Entretanto, Paulo deixa bem explicitado em suas declarações que sempre confiou primeiramente no cuidado divino. O fato de tanta alegria não era pela volumosa oferta recebida, mas, pelo fato dos irmãos não o terem se esquecido do apóstolo. É uma boa ação socorrer e dar a assistência devida a um bom ministro que esteja passando por dificuldades. A natureza da verdadeira generosidade cristã não é tão somente nos sentirmos comovidos e preocupados com os nossos irmãos em seus problemas e dificuldades, mas fazermos aquilo que estiver ao nosso alcance para ajudá-los.
     Em 1Co 9:11-18, Paulo afirma que não aceitou as ofertas da igreja em Corinto porque não quis ser acusado de pregar pelo dinheiro. Mas manteve que a igreja tem a responsabilidade de sustentar aos ministros de Deus (1Co 9:14). Aceitou a oferenda dos filipenses porque a deram voluntariamente e porque a necessitava.

AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA
     A igreja de Filipos era uma congregação de muitas qualidades o que causava grande alegria em Paulo. Afinal de contas, foi nesta cidade que ele sofreu perseguições e injúrias ao anunciar a mensagem do Evangelho de Cristo. Mas Paulo podia ter a certeza que suas dores e sofrimentos trouxeram bons resultados em prol da obra. “Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos.” Sl 126.6.
     Paulo os elogia pelo socorro tão bondosamente enviado, pois evidenciava a apreciação que mantinham por sua pessoa e o fato de compreenderem quão importante era a comunhão e a alegria desse ministério de auxilio mútuo. As atitudes dos filipenses para com Paulo eram, tão somente, resultado do cuidado divino sobre sua vida.
     Bem sabemos que a igreja deve ser compreensiva quanto à responsabilidade desta em cuidar de seus obreiros. Entretanto, e lamentavelmente, o que vemos nos dias atuais é que muitos “obreiros” fazendo de seus ministérios uma maneira de ganharem muito, mas muito dinheiro.
     Nossas ofertas em prol do sustento de nossos obreiros, não devem ser dadas em intencionalidade de recebermos algo em troca. Constantemente vemos e ouvimos ditos “obreiros” para arrecadarem monstruosas doações financeiras para seus ministérios, pregarem a seus seguidores que quanto mais contribuírem, mais abençoados e recompensados serão pelo Senhor. Isto é na verdade vergonhoso! Bem sabemos que estas ofertas que recebem, muito pouco, ou quase nada se aplicam na propagação do Evangelho, ou em amparo aos mais necessitados. Com o dinheiro que arrecadam, adquirem para si carros luxuosos, mansões, etc. Não é errado ter riquezas e bens materiais, entretanto, deve-se observar com muito cuidado a maneira como adquiridas.

O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER SITUAÇÃO
     O apóstolo já estava acostumado a estar aprisionado, em prisões e em necessidades, mas em todas estas situações aprendeu a estar regozijante, a levar a sua mente a este estado. O orgulho, a incredulidade, a atitude vã de insistir em algo que não temos e o descontentamento variável pelas coisas presentes, fazem com que os homens sintam-se desgostosos até em circunstâncias que lhes são favoráveis.
     Mostrando estar muito satisfeito, Paulo evita qualquer sugestão de que estivesse pedindo qualquer ajuda financeira aos filipenses. As doações que recebera eram valiosas, especialmente porque evidenciavam o amor que tinham para com ele.
     Sua alegria não estava baseada na oferta recebida, mas em saber que Deus estava cuidando dele naquela situação como em todas as demais. O comportamento financeiro de Paulo era não viver à custa de seus convertidos. Ele achava que, à semelhança dos outros apóstolos e líderes cristãos, tinha o direito de receber sustento da parte dos convertidos, mas Paulo decidiu não se aproveitar desse direito (1 Coríntios 9:12; 2 Tessalonicenses 3:9). Sabia como sobreviver com o mínimo; na verdade, forçara-se a aprender em como se contentar com pouco.
     Paulo tinha a mesma virtude que o patriarca Jó, que quando muito rico era um homem agradecido e devoto a Deus, e também, quando perdeu todas as suas posses continuou com o mesmo comportamento de adorador agradecido ao Senhor. É bem fácil estarmos agradecidos quando tudo está muito bem, entretanto, também temos que ter a mesma postura também nas adversidades.
     A palavra traduzida por contentar-me (gr. autarkes) era comum no estoicismo denotando o ideal da pessoa totalmente auto-suficiente. Paulo a usa a fim de expressar sua independência das circunstâncias adversas externas. Estava sempre convicto de sua total dependência de Deus. O apóstolo era mais "suficiente em Deus" que auto-suficiente: "a nossa capacidade vem de Deus" (2 Coríntios 5:5).
     As adversidades desta vida não devem ser um empecilho à vida cristã, pois o próprio Cristo nos advertiu a que no mundo teríamos aflições. Entretanto, a nossa preocupação deve ser em como se portar diante das adversidades. Devemos entender que o cristão precisa manter seu contentamento em Cristo, não importando quais sejam as situações ao nosso redor.
     Só podemos imaginar o que é que Paulo considerava abundância — tudo que estivesse acima do mínimo necessário quanto à alimentação e vestuário. Sendo um homem educado em ambiente elevado, sua conversão significou a entrada num novo modo de vida. Ser cidadão da cidade de Tarso significava ser pessoa de grandes posses materiais. Entretanto, por amor de Cristo, Paulo havia dado "também por perda todas as coisas"; o apóstolo aprendeu daquele momento em diante, a sobreviver com o que pudesse ganhar mediante seu ofício de meio-expediente, de "fazer tendas" (cf. 1 Tessalonicenses 2:9; 2 Tessalonicenses 3:8; Atos 18:3; 20:34).
     Quanto a este tema é importante que não haja extremismos. O culto prestado ao Senhor não deve ser palco de leilão de bênçãos. Entretanto, não podemos nos esquecer de que muitos de nossos obreiros, em especial nossos missionários, necessitam sim de nossas ofertas de amor para seu sustento.

A PRINCIPAL FONTE DO CONTENTAMENTO
     Ao longo de toda esta carta, Paulo faz questão de deixar bem claro que a fonte de toda a sua alegria não era as circunstâncias externas, e sim, pelo fato de ter sua vida alicerçada no Senhor.
     Paulo não coloca a seu crédito o aprendizado da lição sobre estar sempre contente; é graças àquele que o capacita que o apóstolo diz: Posso todas as coisas naquele que me fortalece. Na verdade, quando se tornava mais consciente de sua fraqueza pessoal é que ele mais se certificava do poder de Cristo que nele residia. "Portanto, de boa vontade me gloriarei," diz ele, "nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Pois quando estou fraco, então é que sou forte" (2 Coríntios 12:9, 10).
     A cidade nativa de Paulo, Tarso, era uma das principais sedes da filosofia estoica. Todavia, por debaixo dessa semelhança superficial havia uma profunda diferença entre Paulo e os estoicos, e a natureza dessa diferença transparece brilhantemente no presente versículo. Os estoicos mantinham que no homem, como fragmento que ele e da alma universal, existe uma forca intrínseca que pode resistir e vencer todas as pressões externas. Já o apóstolo Paulo estava convicto que o homem, por si próprio, nada pode fazer, mas antes, está em servidão desesperadora às maldades deste mundo. 
     Por conseguinte, quando Paulo diz-nos aqui como já havia aprendido a contentar-se sob todas as condições de vida, sentindo-se auto-suficiente, ao mesmo tempo teve o cuidado de adicionar que não dependia inteiramente de si mesmo. Antes, tinha consciência da presença intima de Cristo, o qual, a todo o tempo lhe supria as forças necessárias. A profunda diferença entre Paulo e os estoicos está em que eles se consideravam auto-suficientes, enquanto a suficiência de Paulo estava em Outro - Aquele que o fortalecia.
     Cristo deve ser sempre, a razão do contentamento do Cristão.

CONCLUSÃO
     Muito temos aprendido com o homem de Deus, Paulo. Que tenhamos a consciência de que necessitamos sim, ajudar a obra de Deus, bem como os obreiros do Senhor. Mas, jamais venhamos a permitir que esta atitude seja baseada no interesse de sermos recompensados materialmente pelo Senhor.
     Não importando quais sejam as situações, confiemos no Senhor nosso Deus, pois Ele é fiel e justo. Que estejamos sempre na dependência do Senhor para assim como o patriarca Jó, possamos dizer “eu sei que o meu Redentor vive, e que por certo se levantará ao meu favor”.

                                       M.D.

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Autor MOISÉS DUARTE

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