UMA VIDA CRISTÃ EQUILIBRADA

TEXTO ÁUREO: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai Fp 4.8.

     Todos nós sabemos que é necessária uma boa alimentação para a saúde física, tanto quanto é necessário que haja bons pensamentos para que haja saúde mental e espiritual. Paulo faz uma lista de seis desses bons pensamentos e, em seguida, exorta os filipenses: nisso pensai; isto é, "levai estas coisas em consideração" ou "em vossas decisões observai estes requisitos". 
     A nossa vida cristã, quando transformada pelo Evangelho de Cristo, produz em nós virtudes que nos acompanham na nossa conduta. A nossa vida cristã deve ser regida por princípios e valores divinos. A salvação em Cristo nos concede um novo caráter, nos faz uma nova criatura. Quando éramos dominados pelo pecado, nossos pensamentos eram dominados pelo pecado, entretanto, com o poder transformador do Evangelho, os nossos pensamentos devem ser pautados de acordo com a Palavra de Deus. Os crentes de Filipos são exortados pelo apóstolo a que ocupem suas mentes com coisas que são boas e benéficas para com todos, pois se assim o fizerem, também suas ações serão boas e benéficas para com todos.
     Vamos entender melhor acerca do que é virtude. Pois a vida cristã deve ser acompanhada de virtudes. Virtude ( gr . arete) - (Fp 4.8; 1 Pe 2.9; 2 Pe 1.3) Rara no Novo Testamento, mas frequente em escritos gregos, essa palavra indica excelência moral. Em sua primeira carta, Pedro a usa para descrever a natureza excelente ou as excelências de Deus (em 1 Pe 2.9, a palavra é traduzida como virtudes). Diz-se que varias pessoas tinham tal excelência, mas ela é uma qualidade que vem do Senhor. Somente aqueles que recebem poder divino podem ser moralmente excelentes nesta terra (2 Pe 1.3).
     Os crentes tem que alcançar e manter um bom nome, uma boa conduta. Devemos em tudo percorrer os caminhos da virtude cristã e permanecer neles; então, quer tenhamos ou não o louvor por parte dos homens, certamente o teremos por parte de nosso Pai Celestial. O próprio apóstolo é um exemplo. A sua doutrina estava em harmonia com a sua vida.

INTRODUÇÃO
     O Evangelho de Cristo deve ser um Evangelho de transformação de vida. Jesus mesmo falou: “Vinde a Mim todos...” Mas, contudo, Ele não afirma que estes que se dirigem a Ele, para seguí-Lo, devem permanecer do mesmo modo que vieram. Hoje vemos um Evangelho que aceita a todos. Até aí tudo bem. Em nome de um Evangelho de aceitação, muito se prega que Cristo morreu por todos, e isto é verdade, mas o Evangelho de Cristo é poder de transformação. Lembra-se? “Se alguém quer vir após Mim negue a si mesmo...”. À mulher adúltera o Senhor falou “vá e não peque mais”. Muitos líderes, para não perder seus seguidores, preferem esconder a verdade da regeneração. Por isso, aceitam em seus Templos todo tipo de pecadores sem lhes mostrar que necessitam de transformação. Ao longo deste estudo veremos que o Evangelho é poderoso para mudar o caráter de quem quer que seja. 
      “E não sede vós conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para vós experimentar qual é a boa, e agradável, e perfeita vontade de Deus”. Rm 12.2.

A EXELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
     Bem sabemos que a sociedade hodierna é bem dominada por ideias contrárias ao que Cristo nos ensinou. As pessoas estão sempre a pensar nos seus próprios interesses, em como se dar bem, em como adquirir riquezas, em como será o amanhã, enfim, estão sempre a pensar nas coisas deste mundo. E como cristão qual tem sido o nosso pensamento? O que tem ocupado nossa mente? Quais sãos as nossas expectativas, ou sonhos? Paulo exortou aos crentes de Colossos a que pensassem “nas coisas que são de cima, não nas que são da terra” Cl 3.2.
     Muito sabiamente compôs Emílio Conde: “Quão glorioso cristão, é pensares na cidade que não tem igual, onde os muros são de puro jaspe, e as ruas de ouro e cristal; pensa como será glorioso... Pensa na celestial melodia... Se é glorioso pensar nas grandezas, nos prazeres que acodem aqui, Qual será desfrutar as riquezas que esperam os salvos ali?”.
     A bíblia nos afirma que “temos a mente de Cristo” – 1Co 2.16 – e se temos a Sua mente devemos pensar nas coisas que Ele pensa, temos que agir como Ele age, portar-se como Ele. 
     “Os pensamentos do justo são retos; mas os conselhos do ímpio são falsos.” Pv 12.5. Qual tem sido o nosso pensamento? Têm eles sido retos? O salmista afirmou que o Senhor conhece a todos eles!
     Como cristãos transformados pelo Evangelho nós devemos pensar nas coisas que têm algum proveito, alguma virtude, pureza, não em coisas vãs. Isto não quer dizer que eu deva vivenciar uma espiritualidade inatingível, não quer dizer que eu deva me isolar de tudo neste mundo para não correr o risco de pensar em coisas deste mundo. Não devo me tornar um monge isolado em um mosteiro realizando meditações o tempo todo. Posso pensar em ter uma qualidade de vida melhor, em ter uma boa morada, um bom emprego, entretanto, estes pensamentos não devem se sobrepor aos meus pensamentos acerca da Vontade de Deus para minha vida. Devo buscar/pensar primeiro nas coisas que são de Cima, e as demais cuidará o Senhor, me serão acrescentadas.
     Lembremos das palavras do nosso Mestre; “Não andeis ansiosos...”. A nossa sociedade é dominada por uma ideologia de consumismo desenfreado, por um egocentrismo exacerbado, contudo, devemos descansar no nosso Deus. Não temos que nos conformar com este mundo. O que nos espera na glória não se dá pra comparar com as glórias terrenas.

O QUE DEVE OCUPAR A MENTE DO CRISTÃO
      O que deixamos ocupar nossos pensamentos determina o que expressamos com as palavras e nossas ações. Paulo nos diz que enchamos nossas mentes com pensamentos verdadeiros, honesto, justos, puros, amáveis, de bom nome, virtude, dignidade e louvor. Tem problema com pensamentos impuros e sonhos ilusórios? Examine o que esteja deixando entrar em sua mente através da televisão, dos livros, da conversação, dos filmes e das revistas. Substitua os materiais daninhos com materiais úteis. Sobre tudo, leia a Palavra de Deus e ore. Peçamos ao Senhor que nos ajude a concentrar-se no que é bom e puro. Isto se requer prática, mas podemos alcançar.
     Paulo queria assegurar-se de que os filipenses colocassem suas mentes nas coisas devidas, naquilo que não prejudicaria suas vidas espirituais. Isto é de suma importância. É uma lei da vida que se um homem pensar em algo com muita freqüência ou persistência chegará um momento em que não conseguirá deixar de pensar nisso; seus pensamentos correrão como o trem sobre trilhos. Por esta razão é da máxima importância que o homem pense em coisas dignas. Paulo elabora aqui uma lista dessas coisas dignas nas quais o homem pode ocupar sua mente.
     Tudo o que é verdadeiro. Neste mundo há muitas coisas enganosas e ilusórias; prometem o que jamais podem realizar; oferecem ao homem uma paz enganosa e uma felicidade que de fato jamais podem alcançar. Poderia tratar-se de advertência contra fantasias ou difamações infundadas. Todavia, há coisas verdadeiras em que não devemos fixar o pensamento: tudo o que é verdadeiro possui as qualidades morais de retidão e confiança, de realidade em contraposição à mera aparência. Infelizmente a mentira e a falsidade tem estado presente até mesmo no seio das nossas igrejas causando consequências desastrosas. Isto desagrada muito aso senhor.
     Tudo o que é honesto (RC). A RA diz tudo o que é respeitável; a Tradução Brasileira, tudo o que é venerável; a Nova Versão Internacional, tudo o que for nobre. Pelo que se percebe, estamos diante de um termo difícil de traduzir.  Matthew Arnold sugeriu a tradução nobremente sério mas o termo descreve em realidade ao que tem em si a dignidade e a santidade. Neste mundo há coisas corriqueiras, baratas e atrativas às mentes superficiais; o cristão deve posar sua mente nas que são profundas, sérias e dignas. A mente que se concentra em assuntos desonestos corre o perigo de tornar-se desonesta. Honestidade é o contrário da duplicidade de caráter que denigre a moral, sendo incompatível com a mente de Cristo. Pensar no que é honesto é desenvolver uma conduta transparente e digna. O crente em Jesus preza pela honestidade em sua vida. Ele não anda com mentiras e nem com enrolações. O termo honesto se refere aquilo que tem caráter honroso.
     Tudo o que é justo. O comportamento justo deve permear todos os nossos relacionamentos. Não é necessário enfatizar a importância dos pensamentos e planos justos: o próprio Deus é justo e ama a justiça em seu povo (Salmos 11:7). O contrário disso nós o encontramos no homem iníquo que "maquina o mal na sua cama," a fim de executá-lo depois, à luz do dia (Salmos 36:4; cf. Amós 8:4-6). O termo grego dikaios define o homem justo: aquele que dá aos deuses e aos homens o que lhes deve. Há aqueles que colocam a mente e o pensamento no prazer, na comodidade, nas coisas e nos métodos fáceis; o cristão deve pensar no dever para com o homem e no dever para com Deus sem trapaças.
     Tudo o que é puro. “Bem-aventurados os limpos de coração”. A palavra agnós descreve o que é moralmente puro e livre de manchas. Pureza sugere sinceridade. A palavra puro esta intrinsecamente ligada ao vocábulo grego usado para santo e, portanto, significa sagrado ou imaculado. Ritualmente descreve algo purificado de tal maneira que se torna apto para ser devotado a Deus e usado em seu serviço. O mundo está cheio de coisas impuras, vis, ruins, sujas e obscenas. A mente do cristão se posa no que é puro; seus pensamentos são tão limpos que podem ser esquadrinhados por Deus. Pureza de pensamento e de propósito é condição preliminar indispensável para a pureza na palavra e na ação, em oposição à "prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça" que nem sequer devem ser mencionadas entre o povo de Deus (Efésios 5:3).
     Tudo o que é amável. A melhor tradução é agradáveis. A palavra grega prosfiles pode parafrasear-se com a frase o que suscita amor. Alguns maquinam mentalmente a vingança e o castigo despertando a amargura e o medo em outros. Há outros cujas mentes estão tão dadas a criticar e censurar que suscitam ressentimentos. O cristão coloca sua mente em coisas amáveis bondade, simpatia, paciência, amor de tal maneira que se faz agradável e ver um cristão significa amá-lo. Amável é aquilo que desperta amor. São aquelas coisas que proporcionam prazer a todos, não causando dissabor a ninguém, à semelhança de uma fragrância preciosa. Será que temos despertado o amor entre nossos irmãos, ou a ira e a contenda?
     Tudo o que é de boa fama. Refere-se às coisas que todos em concordância recomendam. Literalmente significa falar favoravelmente. Não se vai muito longe quando se diz que descreve as coisas adaptadas para serem ouvidas por Deus. No mundo há muitas palavras baixas, falsas e impuras. Nos lábios do cristão e em sua mente só devem existir as palavras que são adaptadas para serem ouvidas por Deus. Temos tido boa fama no mundo no qual vivemos? Será que temos um bom nome? Precisamos exalar o bom perfume de Cristo.
     Paulo continua: se alguma virtude há. No pensamento clássico descreve todo tipo de excelência; a excelência de uma ferramenta, a de um animal, a valentia de um soldado, a virtude do homem. Lightfoot sugere que com esta palavra Paulo apela à ajuda de tudo o que era excelente no fundo pagão de seus amigos. É como se dissesse: "Se a antiga idéia pagã da excelência, em que foram educados, tem alguma influência em vocês, nisso pensem; pensem nas verdadeiras grandezas de sua vida passada para lhes incitar a novas alturas na vida cristã". O mundo tem suas impurezas e degradações, mas também sua nobreza e cavalheirismo. O cristão pensa nas coisas nobres.
     Finalmente Paulo diz em sua lista: se algum louvor existe. Em certo sentido é verdade que o cristão jamais pensa no louvor dos homens para si. Mas em outro sentido também é verdade que cada homem é movido e animado pelo louvor dos homens bons. Assim, pois, Paulo diz que o cristão tem que viver de tal maneira que não deseje vaidosamente nem despreze nesciamente um louvor humano desejável em si. Que este louvor não torne o homem vangloriado em si mesmo. O cristão deve pensar em coisas que mereçam elogios.

A CONDUTA DE PAULO COMO MODELO
     Mais uma vez a tecla da imitação de Paulo é acionada. Mediante ensino e exemplo Paulo tem demonstrado a seus convertidos como viver e como agir, inculcando neles, assim, a tradição ética derivada dos ensinos e exemplo de Jesus. Se eles puserem em prática estas lições (o que aprendestes, e recebestes, e ouvistes de mim, e em mim vistes, isso fazei) a conduta deles será a exteriorização dos hábitos mentais inculcados no versículo 8.
     O verbo aprendestes expressa não só o conceito de crescer no conhecimento intelectual, mas também a ideia de aprender por meio da prática habitual. Em algumas áreas de seu desenvolvimento cristão, os filipenses foram excelentes discípulos de Paulo, praticando o que ele havia ensinado. O sentido literal do verbo recebestes (gr. paralambano) é levar consigo mesmo. Indica receber sem rejeição ou desobediência. Ao ordenar aos filipenses fazei, Paulo os exortou a por em prática ou encarregar-se de fazer tudo o que haviam obtido dele.
     É na verdade trágico que poucos mestres e pregadores possam falar desta maneira. Entretanto, o certo é que o exemplo pessoal é parte essencial do ensino. O mestre deve praticar a doutrina que professa, e demonstrar pela ação a verdade que expressa em palavras.
Finalmente, nesta seção Paulo diz a seus amigos filipenses que, se fizerem tudo isto fielmente, terão com eles o Deus de paz.
     E o Deus de paz será convosco. Deus é um Deus de paz. Não se trata apenas dele nos conceder paz; a paz pertence ao seu caráter divino. Deus é o "autor da paz": a inimizade e a dissensão provêm de nossa "natureza pecaminosa" (Gálatas 5:19-21). Possuir o próprio Deus da paz é ainda melhor do que ter apenas a paz de Deus (v. 7). "O Deus de paz" é designação recorrente de Deus no NT — de modo especial nos finais das cartas de Paulo (Romanos 15:33; 16:20; 2 Coríntios 13:11; 1 Tessalonicenses 5:23) e também em Hebreus (13:20).
     Para Paulo Deus é o Deus da paz. Em realidade trata-se de um título favorito. Para o judeu a paz não consistia só na ausência de conflitos; a paz era tudo aquilo que fazia o bem supremo do homem. Só na amizade com Deus o homem pode encontrar o verdadeiro significado que a vida possui. Mas também para o judeu esta paz derivava necessariamente em relações corretas. Só pela graça de Deus podemos entrar numa devida relação com Deus e com nossos semelhantes. O Deus da paz é o Deus capaz de fazer com que a vida seja o que está destinada a ser, capacitando-nos a entrar com relação a ele e com nossos semelhantes.

CONCLUSÃO
     Devemos guardar a nossa mente de tudo aquilo que possa desvirtuar a nossa comunhão com Deus. Devemos nos guardar de tudo quanto é imoral, pernicioso e egocêntrico. Somente teremos uma vida cristã equilibrada se alimentarmos a nossa mente com tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama. Por isto, de dia e de noite, meditemos na Palavra de Deus.
     Paulo disse que “seja a vossa equidade notória a todos os homens...”. O substantivo equidade identifica a pessoa que revela calma e clareza de espirito. O individuo moderado está disposto a sacrificar tudo a que tem direito para mostrar consideração aos outros. O individuo cristão que tem uma equidade notória, ele tem uma vida cristã bem equilibrada. E se temos uma vida cristã equilibrada, vivamos de acordo com os preceitos divinos, sempre pensando nas coisas de cima.

Moisés Duarte

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Autor MOISÉS DUARTE

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