A PROVISÃO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFICIO

Um pai cheio de amor pelo seu filho sobe ao monte Moriá para entregá-lo a fim de obedecer a Deus. Isaque era o filho da velhice de Abraão e de Sara. Foi uma promessa feita por Deus quando eles não podiam gerar filhos. Mas num belo dia, Deus o pediu de volta. Entregá-lo a Deus significava sacrificar literalmente a vida do pequenino filho de Abraão. É claro que Deus nunca aceitou sacrifícios onde o ser humano era a vítima. É bom lembrar de que quando Deus deu a ordem a Abraão para entregar o seu filho não havia nenhum sistema de lei, nenhum código de preceitos promulgado por Moisés no livro do Êxodo. A relação de Abraão com o Eterno era face a face, ele e Deus somente. De modo que o sacrifício imposto por Deus a Abraão era para prová-lo, como Jesus Cristo foi provado na tentação do deserto. De antemão, Deus estava provendo um cordeiro para tomar o lugar de Isaque.

A história de Abraão torna-se uma metáfora em que Deus proveu o Santo Cordeiro para a humanidade inteira. O Pai entregou o seu único Filho em favor do ser humano caído. Foi a grande reconciliação entre Deus e o ser humano: "Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades" (Ef 2.13-16). Deus proveu o seu Filho como verdadeiro Cordeiro para nos reconciliar com Ele mesmo, sem imputar os nossos pecados e lançá-los em nosso rosto (2 Co 5.19).

A maior necessidade que havia no coração humano, Deus a preencheu quando enviou o seu único Filho para morrer na Cruz em nosso lugar. A doutrina bíblica da Expiação de Cristo humilha por inteiro qualquer esforço do ser humano para salvar-se. Só Deus poderia suprir essa necessidade humana. Só o Pai poderia promover meios de não mais sermos achados perdidos, condenados e mortos para sempre. Por isso, Cristo chama todos os homens ao Arrependimento, pois a Expiação de Cristo só tem eficácia para o ser humano que se arrepende e crê no Filho de Deus. Cristo Jesus é a maior provisão de Deus para o problema do pecado do ser humano!

Até o capítulo 16, o velho patriarca tinha o nome Abráo e sua mulher era Sarai. Posteriormente, no capítulo 17, Yahweh muda o nome do casal, e Abráo passou a ser Abraão, que significa “pai de uma multidão”, e Sarai (princesa) passou a ser Sara, que significa “mãe das nações” (Gn 17.5,15,16). Abraão havia experimentado a intervenção de Deus em várias situações, com grandes vitórias e conquistas. Ainda no capítulo 17, Abraão e Sara, além da mudança de seus nomes, recebem do Senhor a promessa de um filho, o qual seria a semente de uma grande multidão que formaria um povo especial que representaria os interesses de Deus na face da terra. Apesar do conflito por causa do filho da escrava Agar, o filho que seria gerado no ventre de Sara seria um milagre, uma vez que ambos não tinham mais idade para a procriação. O tempo passou e quinze depois nasceu Isaque, o filho da promessa, o qual foi muito amado por Abraão e Sara.

Ao chegar ao capítulo 22, Abraão experimenta a maior prova de toda a sua vida, quando Deus lhe pede o objeto maior do seu amor, o filho Isaque, em sacrifício. A obediência à ordem de Deus parecia que iria inviabilizar a concretização da promessa de fazer da sua semente um grande povo. A história desse capítulo representa o ponto clímax da vida religiosa de Israel. Para alguns críticos da Bíblia, essa história significa apenas uma alegoria e, por isso, negam o sentido literal do texto. Entretanto, por mais irracional que pareça o episódio, essa história é verdadeira e os fatos da mesma demonstram o teste mais forte que um homem poderia enfrentar. Abraão foi submetido por Deus a uma experiência que provaria a qualidade de sua fé e confiança no poder sustentador de Jeová-Jireh, o Deus de Israel. Foi ordenado que fosse a um monte, chamado Moriá, e naquele monte sacrificaria o seu filho, o filho da promessa. Pela fé, Abraão obedeceu à ordem de Deus e tomou o caminho do sacrifício com seu filho Isaque.

O apóstolo Paulo declarou que “a fé opera por amor” (G1 5.6) e esta verdade mostra que Abraão amava a Deus mais do que a qualquer outra coisa em sua vida. Quando Deus o prova pedindo-lhe o “filho do seu amor”, Abraão, com o coração estremecido pelo pedido de Deus, não titubeia em oferecer seu filho Isaque em sacrifício, porque cria que Deus era poderoso até para dos mortos o ressuscitar (Hb 11.18).

Qual é a prova máxima de nossa fé hoje? Nessa história, a prova máxima para Abraão foi a decisão de confrontar o desafio de Deus e colocá-lo acima dos nossos interesses pessoais. Abraão teve que superar os seus próprios limites e acreditar que o plano de Deus é sempre melhor que o nosso. A obediência ao plano divino requeria sua prontidão para obter a bênção maior. Abraão não discutiu o plano com Deus nem contra-argumentou, nem questionou com Deus. Ele apenas creu e obedeceu.

Abraão tomou a decisão e partiu para a viagem a um dos montes de Moriá a fim de cumprir o pedido de Deus. Depois de três dias de viagem, Abraão, Isaque e os moços que estavam com eles chegaram ao monte Moriá. Os dois moços que o acompanhavam ficaram ao pé do monte, e Abraão e o filho Isaque tomaram a lenha e o cutelo e subiram ao monte do sacrifício (Gn 22.4-6). No caminho da subida, o pai e o filho conversam. Isaque não sabia como seria feito esse sacrifício, uma vez que eles não tinham consigo um animal (um cordeiro) para o holocausto. O filho pergunta ao pai: “[...] onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22.7). O velho Abraão, de forma incisiva e confiante no Deus da Provisão, apenas lhe diz: “Deus proverá para si o cordeiro” (Gn 22.8). A confiança de Abraão de que Deus faria alguma coisa que ele mesmo não poderia imaginar deu-lhe forças para continuar a subida até o alto do monte. E natural que tenhamos dificuldades para entender as coisas espirituais, mas o Senhor conhece a nossa estrutura e sabe “que somos pó” (SI 103.14). Mas Ele nos fortalece interiormente para que não duvidemos de seu caráter.

Aprendemos com Abraão que Deus provê todas as nossas necessidades, em qualquer lugar em que estejamos, desde que haja em nós a disposição de reconhecer sua soberania e suprema vontade. Aprendemos com Abraão que é perfeitamente possível viver uma vida em consonância com as exigências divinas.

Fonte: O Deus de toda provisão - Elienai Cabral
            Revista Ensinador Cristão - nº 68
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Autor MOISÉS DUARTE

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