ABRAÃO, A ESPERANÇA DO PAI DA FÉ

INTRODUÇÃO

      Nesta lição estudaremos acerca da provisão de Deus na vida do patriarca Abraão. Abraão deixou sua cidade natal e foi para uma terra que Deus lhe mostraria. Embora demonstrasse ter uma fé viva, ele teve que enfrentar muitos impedimentos em sua jornada até a Terra Prometida. Ter fé não significa que não teremos obstáculos em nossa marcha. Mas, sem fé não conseguiríamos transpor as barreiras. 
      Observemos o que o Senhor fez a Abraão anos mais tarde: Quando tinha entre 80 e 85 anos Deus lhe apareceu e disse que teria um filho. E esta promessa veio acompanhada de uma ilustração: convidou Abraão para que contasse todas as estrelas do céu, e completou dizendo que da mesma forma seria a descendência de Abraão. Essa ilustração foi tão bem utilizada que Abraão creu, e isso lhe foi imputado como justiça. Observemos que a fé e a justiça precisam andar juntas. Nada valeria termos fé e não procurar andar em justiça diante do Senhor e dos homens. 


I - A CHAMADA DE DEUS (Gn 12.1-3)

       A Bíblia, em Genesis 11.27, começa a história de uma única família escolhida por DEUS, para por ela trazer a redenção da raça humana. A chamada de DEUS a Abrão foi provavelmente o fator motivador na saída de Harã. Abraão, nona geração depois de Sem, nasceu por volta do ano 2000 a.C. Abraão foi filho de Terá. E irmão de Naor e Harã. Abraão casou-se com Sarai. Morava com Abraão seu sobrinho Ló. A família de Abraão era de Ur dos caldeus, na Mesopotâmia, próximo ao rio Eufrates. Ur era um centro cultural e, também, centro de uma religião pagã que cultuava a Lua. Ur foi o centro de uma grande cultura pagã ao sul da Mesopotâmia. Provavelmente fundada em cerca de 2800 a.C., já vivia o seu apogeu nos dias de Abraão. Exercia enorme influência social, religiosa e comercial na região mesopotâmica e além dela. Alguns anos depois de Abraão partir, a cidade foi saqueada por assaltantes elamitas e ficou perdida para a História durante muitos séculos.
      A família de Abraão era idólatra (Josué 24.2). A Bíblia não revela o grau de conhecimento de Deus que Abraão possuía antes de sua chamada. Noé viveu depois do Dilúvio 350 anos (Gn 9.28). Embora a Bíblia silencie sobre isto, é possível que Noé tenha continuado a falar do grande Deus, de cuja justiça ele havia experimentado de modo singular. É possível que conhecimento de Deus fosse mantido entre as famílias por meio de tradições transmitidas de pais a filhos. Desse modo pode ser que Abraão tenha tido conhecimento de Deus e de sua vontade, apesar de viver em uma sociedade idólatra.
      Este homem perderia todas as conveniências de uma cidade civilizada para ir a um lugar desconhecido, sujeito a toda sorte de peripécias, a fim de aprender a depender continuamente dAquele que o chamou. Abraão foi este homem.
Quando Abraão ainda morava em Ur, Deus lhe apareceu e lhe deu uma chamada que compreendia três diferentes ordens: “sai-te da tua terra", "sai da tua parentela”, e “vai à terra que eu te mostrar" (At 7.2,3).

EM TI SERÃO BENDITAS TODAS AS FAMÍLIAS DA TERRA
(1) O texto fala de uma bênção espiritual que viria através de um descendente de Abraão. Paulo declara que esta bênção se refere ao evangelho de Cristo, oferecido a todas as nações (Gálatas 3.8,14,16).
(2) A promessa de Deus a Abrão revela que, desde os primórdios da raça humana, o propósito do evangelho era abençoar todas as nações com salvação. Deus está agora realizando seu propósito através de Jesus e seu povo fiel, que compartilha da sua vontade de salvar os perdidos, enviando pregadores para proclamar o evangelho a todas as famílias da terra. Este versículo serve de fundamento motivador da obra missionária no mundo inteiro.

PARTIU ABRÃO, COMO O SENHOR LHE TINHA DITO. A narrativa de Abraão, desde o início, chama a atenção para a seguinte verdade: a obediência a Deus é essencial para usufruir salvação Nele.
(1) Abrão obedeceu à palavra do Senhor. Sua obediência incluiu deixar seu lar e sua pátria e confiar-se ao cuidado de Deus, na sua orientação divina e nas suas promessas.
(2) Assim como Abraão, todos os crentes em Cristo são conclamados a deixar sua terra... parentela... e casa do pai para seguir a Jesus, no sentido de buscar uma pátria melhor, isto é, a celestial (Hebreus 11.16)

E APARECEU O SENHOR A ABRÃO. Esta é a primeira ocasião em que as Escrituras declaram explicitamente que Deus apareceu a alguém, porém, é justo crer que Deus já tivesse antes aparecido a Adão e outros (Gênesis 1.28,29; 2.15,16,22; 3.8-21). Esse aparecimento foi uma manifestação objetiva e visível de Deus na semelhança de um ser humano (Gênesis 18.1-3,9-33; Êx 33.18-23). As aparições visíveis do Senhor são chamadas teofanias, manifestações ou aparições visíveis de Deus (ver Êx 3.2). A terra que Deus prometeu que daria a Abrão era a terra de Canaã (o nome antigo da Palestina), ao longo do litoral sudeste do mar Mediterrâneo.


II - A PROVISÃO DE DEUS

ABRÃO SAI DE SUA TERRA
      l. A tríplice ordem de Deus a Abrão. Na convocação feita a Abrão havia três exigências a serem obedecidas, a fim de que o plano divino não sofresse qualquer restrição. A primeira era: "sai da tua terra ". A segunda exigência: "sai-te do meio da tua parentela". Nenhum laço familiar deveria prendê-lo, se- não sua própria mulher e mais ninguém. Para que isto fosse cumprido, o Senhor prometeu-lhe uma grande posteridade. A terceira exigência: "Vai para a terra que eu te mostrarei" (Gn 12.1). De fato, a terra que o Senhor lhe mostraria estava muito além de Harã, onde parou com sua parentela (Gn 17.8,9).
      2. Obstáculos para a obediência de Abrão. Analisando a história da saída de Abrão, de Ur dos Caldeus, concluímos que o máximo de sua obediência foi sair dali, mas não para muito longe. Ele não conseguiu deixar a sua terra, plenamente, pois se estabeleceu em Harã, por causa dos parentes que o acompanhavam todo o tempo. Parece-nos que ali Abrão não conseguiu desvencilhar-se dos familiares, especialmente do pai, o qual morreu naquele lugar. Por algum tempo, Abrão habitou naquela terra com os parentes. Foi preciso que o Todo-poderoso interferisse naquela situação, a fim de que ele obedecesse ao plano original.
      3. Abrão parte de Harã para Siquém. Abrão acumulou riquezas em Harã, mas o seu coração não estava naquele lugar. Ele tinha de continuar a viagem, a qual se propusera, por ordem divina, quando ainda estava em Ur dos caldeus. Confiante nas promessas de Deus, e decidido a obedecer-lhe, Abrão não teve mais dúvidas: saiu de Harã e foi para um lugar chamado Siquém.
      4. Abraão muda-se de Siquém para Betel. Depois de Harã, Abrão não parou em um só lugar. De Siquém, ele viu as montanhas do lado oriental de Betel e armou ali a sua tenda. Em Betel, mais uma vez, ele levantou um altar ao Senhor e assim fez, sucessivamente, em todo lugar onde morava.

ABRÃO ENFRENTA ADVERSIDADES NO CAMINHO DA FÉ

      As provações pelas quais Abrão passara em sua jornada, pareciam ter-lhe neutralizado a fé. Ele já estava na terra que o Senhor lhe prometera, e tudo ia muito bem até surgirem as primeiras dificuldades. Antes de ir para Egito, o seu caminho foi de fé e conquistas; porém, o caminho da fé não está livre de provações. Diz o texto de Gênesis 12.10: "Havia fome naquela terra".
      Assim que Abraão chegou a Canaã, Deus lhe apareceu mais uma vez a fim de ratificar a promessa feita em Harã: “à tua semente darei esta terra” (Gn 12.7a). Era tudo que precisava para saber que estava no centro da vontade de Deus, uma vez que há tantos anos o Senhor não lhe aparecia. Esse episódio nos faz concluir que o silêncio de Deus não tira o crente do rumo certo. 

III - AS PROMESSAS DE DEUS NA VIDA DE ABRAÃO

      Abrão significa pai elevado, pai de uma multidão. Na Bíblia, uma nova experiência com Deus, muitas vezes, requeria um novo nome para a pessoa, simbolizando aquele novo relacionamento.
Quanto à troca do nome de Abraão é devido à ALIANÇA que Deus fez com o mesmo.
      A chamada de Abraão e a Terra Prometida. O capítulo 12 de Gênesis contém a magnífica promessa do nascimento do povo de Israel, pela qual Deus garante a Abrão que engrandeceria o seu nome e faria dele uma grande nação. Para tanto, o Senhor estabelece um concerto perpétuo e lhe promete a posse da terra de Canaã, exigindo, em contrapartida, a sua obediência.
      Mas, qual foi o propósito da chamada de Abraão? A bênção destinava-se somente a ele e a sua família? De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, “a intenção de Deus era que houvesse um homem que O conhecesse e O servisse e guardasse os seus caminhos. Dessa família, surgiria uma nação escolhida, de pessoas que se separassem das práticas ímpias de outras nações, para fazerem a vontade de Deus. Dessa nação, viria Jesus Cristo, o Salvador do mundo, o prometido descendente da mulher”. Israel, portanto, seria um reino sacerdotal, povo santo e canal de bênção para os demais povos. A expressão “e em ti serão benditas todas as famílias” revela que a promessa divina estava dentro de um propósito salvífico para a raça humana.

CONCLUSÃO

      Como qualquer outro homem, Abraão cometeu os seus erros. Ser o pai da fé não o isentou de cometer falhas. Nossos temores podem nos afastar da segurança da promessa de Deus na nossa vida, mas se tivermos plena confiança de que Ele está no controle, esses temores não se concretizarão.

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Autor MOISÉS DUARTE

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