JOSÉ, O PAI TERRENO DE JESUS: UM HOMEM DE CARÁTER

Deus concedeu a José uma missão por demais elevada. Ele tornou-se o pai adotivo de Jesus, para cuidar de sua vida espiritual, moral e física ao lado de Maria. Pouco se tem na Bíblia sobre a infância de Jesus, mas os rápidos registros indicam que sua formação e educação foram bastante sólidas e com base na Palavra de Deus: “E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40). Maria e José eram muito zelosos quanto à educação de Jesus. O texto mostra que seu crescimento era equilibrado e integral. Ele crescia espiritualmente, intelectualmente e cheio da graça de Deus.

Desde o nascimento de Jesus, José foi um pai presente em todas as etapas de sua vida, especialmente na infância e na adolescência. Não se sabe se José morreu antes ou depois de Jesus iniciar o seu ministério público, mas o pouco que se sabe sobre seu papel de pai terreno faz-nos crer que ele dedicou-se com muito amor à criação do menino, com base nos princípios da Lei de Deus. José é um exemplo para os dias presentes, em que muitos pais cristãos estão completamente descuidados da educação cristã de seus filhos. Muitas crianças e adolescentes estão sendo educadas pela “babá eletrônica”, a televisão secular e pela “mestra virtual”, que é a Internet. Muitos pais já não seguem mais o conselho de Deus: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6).

José, marido de Maria, era um homem de caráter exemplar. Pouco se sabe sobre sua vida, e mesmo assim, o que se sabe é aquilo que está relacionado aos fatos acerca do nascimento de Jesus, como um personagem coadjuvante, porém de grande valor, na bela história de encarnação do Verbo (Jo 1.1). Era um nome também muito comum em seu tempo. Ele também é chamado de José de Nazaré, na Galiléia, pois a Bíblia registra os nomes de outros “Josés”.1 Assim como a esposa, José era uma pessoa simples, humilde, talvez mais conhecido que ela por causa de sua profissão. Ele exercia o ofício de carpinteiro. Há quem creia que ele era o único carpinteiro do lugar. Não era um homem rico, mas tinha sua profissão que, depois, haveria de ensinar a Jesus (Mc 6.3).

José não era o pai biológico de Jesus, mas o seu pai adotivo, visto que Jesus foi gerado pela ação sobrenatural do Espírito Santo, no ventre de Maria (Lc 1.35). É também chamado de “pai-guardião” de Jesus. Esse fato é de grande importância, pois ele era “da casa e família de Davi” (Lc 2.4). Perante a lei, José era o pai de Jesus, incluindo-o na ascendência de sua família e também na ascendência de Maria, conforme o registro de Lucas (3.23-38). Dessa forma, ele garantiu a confirmação de Jesus na descendência real de Davi e da tribo de Judá. Mateus registra a árvore genealógica de Jesus a partir da descendência de Davi, por meio de Natã, seu filho (Lc 3.31), visto que o último rei da casa de Davi, em Judá, Jeoiaquim, sofreu terrível maldição de que nenhum descendente dele se assentaria no trono de Davi (ver Jr 22.28-30).

José de Nazaré era homem de profunda comunhão com Deus e teve experiências notáveis na área espiritual que marcaram toda a sua vida de um piedoso servo de Deus. Como noivo de Maria, ao saber da gravidez dela, pensou em deixá-la secretamente para não infamá-la. Mas Deus, que tem o controle dos fatos e das pessoas envolvidas em seus divinos propósitos, entrou em ação e deu a José um sonho tranquilizador para que não saísse do seu lugar: “E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.20,21). Deus não deixou que ele concretizasse seu desejo de fugir às escondidas para não sofrer as consequências da gravidez inesperada de sua noiva.

O caráter de um homem torna-se mais visível nos momentos difíceis, em meio às adversidades. Mateus diz que, ao saber que Maria estava grávida, mesmo tendo sido informado de que se tratava de uma operação realizada pelo Espírito Santo, José preferiu fugir para não causar embaraço e constrangimento à sua jovem noiva. O texto diz: “Então, José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente” (Mt 1.19).

obediência era um dos traços mais marcantes do caráter de José. Ao ter a revelação acerca da natureza da gravidez santa de Maria e receber a ordem de Deus para desistir de sua fuga para não fazer Maria sofrer, José submeteu-se à vontade divina: “E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher” (Mt 1.24). Notemos que José não viu o anjo. Tão somente recebeu a revelação por meio de um sonho.

Mesmo tendo mais idade que Maria, José não era um ancião abatido pelos anos de vida. Nem mesmo era um homem de meia-idade, pelo que se depreende do que a Bíblia revela sobre ele. Ele deveria ser um homem dotado de energia física suficiente para, depois do nascimento virginal de Jesus, ter coabitado com Maria e tido seis filhos biológicos, sendo quatro filhos e, pelo menos, duas filhas com ela (cf. Mc 6.3).

A sociedade judaica era eminentemente patriarcal. Ela requeria que uma família tivesse o pai como líder espiritual e humano da família, ao lado de sua esposa. Jamais se imaginaria uma mulher dizer que tivera um filho, sem que a presença do pai fosse notória. Mesmo em se tratando da concepção virginal de Jesus, pelo Espírito Santo, Maria não teria condições de criá-lo humanamente sem o apoio da figura paterna.

Como criança normal, saudável, inteligente e de família judaica, Jesus foi criado conforme os ditames da Lei de Moisés. Certamente, seus pais cumpriam o que fora determinado quanto à educação dos filhos, com o ensino sistemático e diário das palavras de Deus (cf. Dt 11.18-21). Fazia parte de sua educação conhecer e participar das festas anuais de Israel, das quais a Páscoa era a mais impactante por seu significado histórico e espiritual. José e Maria levavam o menino a Jerusalém para essa festividade nacional: “Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa. E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa” (Lc 2.41,42).

José, o pai terreno de Jesus, foi escolhido por Deus para uma missão muito elevada no plano da redenção. Ele foi o homem que, na presciência de Deus, amparou Maria em sua missão de conceber Jesus como Filho do Homem, como Deus encarnado. Não só a ela, mas também ao próprio Jesus, em seu nascimento biológico, em sua infância, nas ameaças que sofreu, ao cuidar de sua educação esmerada ao lado de Maria. Como profissional da carpintaria, José ensinou o ofício a Jesus, a ponto de ele ser conhecido como “o carpinteiro, filho de Maria [...]” (Mc 6.3). Ele foi um homem santo, assim como todos os que se dedicaram ao chamado de Deus em suas vidas. Mas, assim como Maria, ele nunca reivindicou para si honras e louvores, que só pertencem a Deus.

Extraído do Livro O Caráter do Cristão de Elinaldo Renovato, CPAD
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Autor MOISÉS DUARTE

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