ADORANDO A DEUS NO TEMPLO!

Os judeus, principalmente os que tinham voltado do cativeiro, traziam em seu peito um sentimento todo especial ao entrarem na cidade de Jerusalém e, principalmente, ao transporem os umbrais do Templo, pois, para eles, Jerusalém era o lugar santo por excelência. Hoje, o cristão fiel, sente-se de igual modo feliz quando, em reverência e em santidade, vem à Casa do Senhor para adorá-Lo. “Alegrei-me quando me disseram vamos à Casa do Senhor” - Sl. 122.1. Davi, externa nessa expressão, toda a sua alegria por lhe haverem convidado a ir ao Santo Templo, na cidade de Jerusalém.

Mas, porque a adoração na casa do Senhor é tão importante? Vejamos então, algumas razões:

   *É o lugar onde habita o nome do Senhor - Olha de dia e de noite para este Templo, o lugar que escolheste para nele seres adorado. Ouve-me quando eu orar com o rosto virado para este lugar. 1Rs. 8.29. O nome santo, nome admirável - Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Sl. 8.9. No antigo testamento fazia parte do decálogo, o respeito ao nome do Senhor. “Temer a Deus sobre todas as coisas” e “não tomar o nome do Senhor em vão” eram mandamentos reverenciados por todo Israel, pois se tratava de um mandamento ordenado pelo próprio Deus. Israel conhecia a necessidade de reverenciar o nome do Senhor, como também sabia que o nome do Senhor fala acerca do Seu caráter. O nome “Javé” ou “Jeová” estava sempre acompanhado da designação que revelava o caráter do Senhor.
   Vejamos: Jeová-Jirê: Eu sou o Senhor que provê; Jeová-Rafá: Eu sou o Senhor que te sara; Jeová-Nissi: Eu sou o Senhor vossa bandeira; Jeová-Shalom: Eu sou o Senhor vossa paz; Jeová-Mikadesh: Sou o Senhor que vos santifica; Jeová-Rheloek: Sou o Senhor teu Deus; Jeová-Jemula: Sou o Senhor que te conhece; Jeová-Sabaoth: Sou o Senhor dos exércitos; Jeová-Nokar: Eu sou o Senhor que te guia; Jeová-Elroi: Sou o Senhor que te vê; Jeová-Samá: Eu sou o Senhor que está presente.
   Cada nome não revela um Deus em separado ou mesmo uma parte de Deus, e sim, uma ação divina provedora de Deus para aqueles que Nele confiam.
   Assim o único Deus é conhecido entre todas as nações como um Deus que trabalha pelos que são Seus: “Mas deveras esta é a razão porque te poupei para te mostrar o Meu poder e para que o Meu nome seja anunciado em toda a terra” - Êx. 9.16. “... um nome que é sobre todo nome” - Fp. 2.9. É neste nome que orações são atendidas – Jo. 16.23, demônios são expulsos - Mc. 9.38, e pecadores encontram perdão - At.4.12. E este é o único nome no qual devemos confiar e adorar.
   No mundo antigo, o nome de uma pessoa não era usado somente para distingui-la de outra, mas também para descrever a sua própria natureza. Os Hebreus tinham este raciocínio.
   Quando um homem passava por uma experiência marcante, ou mesmo tinha o seu caráter mudado, ele recebia então, um novo nome. Foi assim que Abrão passou a se chamar Abraão; Jacó teve o nome mudado para Israel; Saulo passou a ser Paulo, entre outros exemplos bíblicos.
   Entre as nações politeístas o nome de qualquer um de seus deuses expressava o seu caráter, o seu poder especial em relação com os outros deuses. Exemplo disso eram os deuses Gregos: Zeus: deus supremo; Poseidon: deus dos mares ou dos oceanos; Atena: deusa da sabedoria; Afrodite: deusa da beleza e Hermes: deus do comercio.
   No Velho Testamento usa-se frequentemente a expressão “o nome do Senhor” ou “o nome de Deus”, referindo-se frequentemente ao Santuário, o lugar do culto. “O nome do Senhor” está associado como conceito da soberania e da glória de Deus. A soberania do Senhor é absoluta. O fim principal do ser humano é glorificar ao Senhor exaltando o Seu nome tanto no Seu Santuário quanto em qualquer outro lugar.

   *É o lugar santo. Nele está a presença do Senhor. Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa - Êx. 3.5. Devemos guardar o pé quando entramos na Casa de Deus - Ec. 5.1. Santidade convém à casa do Senhor. Fidelíssimos são os teus testemunhos; à tua casa convém a santidade, Senhor, para todo o sempre - Sl. 93.5.
   Quando o Senhor apareceu a Moisés no deserto, em meio à sarça ardente, ordenou-lhe: “tire as sandálias, pois o lugar onde você está é um lugar sagrado” - Êx. 3.5. Assim, quando chegamos à Casa do Senhor, devemos “tirar as sandálias dos pés”; não de maneira literal, mas, figurativamente.
   “Tirar as sandálias”, não quer dizer que precisamos ficar descalços quando entrarmos na igreja. É entrarmos na presença do Senhor, com humildade e reverência, deixando fora todo o egoísmo e toda impureza, pois, a Casa de Deus requer santidade.

   *É o lugar onde a glória de Deus se manifesta. Na dedicação do Templo por Salomão, uma nuvem encheu a Casa de modo que os sacerdotes não podiam manter-se em pé, “porque a glória do Senhor enchera a Casa do Senhor” - 1Rs. 8.11. Entretanto, no livro do profeta Ezequiel, nós veremos que a condição pecaminosa e idólatra do povo de Israel, afastava a glória de Deus.
   O povo de Israel havia voltado às costas para o Senhor Deus, e estavam se dedicando à idolatria, como narra o profeta em todo o capítulo oito. O desejo de Deus era de que o povo voltasse atrás e se arrependesse, mas, em vez disso, aumentaram mais ainda as práticas idólatras, para provocar a ira do Senhor.
   Então, Deus retira do Templo a Sua glória, e também a Sua proteção ao povo. Mas, antes da retirada total da glória, podemos ver a paciência de Deus esperando que o Seu povo se arrependesse:
   A glória de Deus desloca-se para a entrada do Templo, esperando uma reação do povo, mas retorna para a arca do Concerto.
   Depois, a glória do Senhor deslocou-se para a entrada do templo mais uma vez. Ah, se o povo entendesse a grandeza do amor de Deus por eles, e se arrependessem!
   A ingratidão do povo fez com que a glória de Deus saísse pela porta oriental da Casa do Senhor, mas parou lá. Era a infinita misericórdia de Deus esperando o arrependimento de Seu povo.
   Finalmente, a glória do senhor saiu da cidade, e foi embora. O povo desprezara o amor e as bênçãos que o Senhor havia oferecido pela Sua presença e comunhão.
   O verdadeiro adorador deve ter todo o cuidado possível, para não “expulsar” a glória do Senhor da sua vida, nem da sua igreja, abstendo-se de todo e qualquer tipo de idolatria e vivendo uma vida de santidade. Não devemos permitir que a glória do Senhor venha ser roubada de nossas vidas, como aconteceu com o povo de Israel na época de Samuel. 1Sm. 4.
   Somente após a restauração do Templo ter sido realizada, e abolida toda idolatria, “A glória do Senhor passou pelo portão do lado leste e entrou no Templo” - 43.4. Na vida do adorador deve haver o profundo desejo de ver a manifestação da glória do Senhor em sua vida e na igreja. Se o adorador não possui esse desejo, está morto espiritualmente, e precisa reviver.

   *Lugar onde há verdadeira alegria. “Na tua presença há abundância de alegrias” - Sl. 16.11. A presença do Senhor situa-se em qualquer lugar. Mesmo sozinho, orando em espírito, o crente sincero entra na presença do Senhor. A alegria autêntica é encontrada na presença do Senhor. Ela vem de cima. Tiago diz: “Está alguém contente? Cante louvores” - Tg. 5.13. Cantar é um meio extraordinário de louvar a Deus, e assim, alegrar-se em Sua presença. Diz a palavra: “Porém Tu és santo, Tu que habitas entre os louvores de Israel” - Sl. 22.3. É importante lembrar que um Deus Santo só habita no meio de louvores santos. “A alegria do Senhor é a vossa força”, disse Neemias - 8.10.
   Sendo a alegria do Senhor a nossa força, é claro que essa alegria não é algo que só poderemos obter depois de muitas realizações ou aperfeiçoamentos. Precisamos dela desde o princípio, para nos sustentar e nos dá forças para a tarefa de espalharmos as boas novas do Evangelho pelo mundo inteiro.
   Jesus orou para que a Sua alegria fosse aperfeiçoada em nós. Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o Meu gozo completo em si mesmo - Jo. 17.13. Ele queria dizer que nós mesmos não podemos nos tornar alegres, ou tornar-nos mais cheios do Seu amor. O que podemos fazer é resolver aceitar a Jesus e confiar no que Ele fez por nós, e permitir que Ele aperfeiçoe a Sua alegria em nós. Na prática isso quer dizer que resolvemos mostrar-nos alegres, independentemente do que sentimos, confiando que Deus está operando, transformando nossas maiores tristezas em alegrias.
   Se a alegria já nos foi dada por Jesus Cristo, porque então, muitos dos cristãos ainda têm uma vida tão sem alegria? Jeremias escreveu: “Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração” - Jr. 15.16. Isto nos faz ver que a origem da alegria não está em circunstâncias felizes, mas no conhecimento dos mandamentos de Jesus, na sua obediência e no descansar Nele.

   *É o lugar de zelo pelas coisas de Deus. “Pois o zelo da Tua Casa me devorou...” - Sl. 69.9. Hoje, muitos crentes entram e sai do Templo sem esboçar a menor reverência. Saem do culto a todo instante, sem a menor precisão, conversam a toda hora, riscam os bancos, jogam papéis de chiclete pelo chão. Será que desta maneira, estamos prestando um verdadeiro culto a Deus? Devemos reverenciá-lo, pois, “Deus não se deixa escarnecer” - Gl. 6.7. Se for pra virmos às nossas igrejas, e não reverenciarmos a presença de Deus, nós estaremos perdendo o tempo e sendo amaldiçoados: “Maldito aquele que é relaxado no serviço de Deus! Maldito aquele que guarda a sua espada para não matar!” Jr. 48.10.

   *É lugar de oração. Jesus entrou no Templo, e revoltou-se ao ver o mercantilismo (comércio) na casa de Deus. Agiu de modo enérgico, expulsando de lá os vendilhões, dizendo: “A Minha Casa será chamada Casa de oração” - Mt. 21.13. É lamentável, portanto, contemplarmos na igreja moderna, que a oração vem a cada dia sendo desprezada e sendo trocada por vãs filosofias, e pelo intelectualismo. A oração requer sinceridade e humildade diante do Senhor, o Todo-Poderoso.
   A oração é um excelente método de adoração! Muitos cristãos, entretanto, veem na oração apenas um meio de fazer pedido e até “exigências” a Deus. É bem verdade que os nossos pedidos são apresentados a Deus através da oração, porém, este não é o único, nem o principal motivo da oração. Há pessoas que em suas orações, a única coisa que fazem é pedir, pedir, pedir, pedir e pedir!! Para tais pessoas, Deus não passa de uma “instituição de caridade”. Esquece-se de adorá-Lo!

M.D.
Compartilhar Google Plus

Autor MOISÉS DUARTE

    Blogger Comentario
    Facebook Comentario

0 Comentários:

Postar um comentário

DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO, E E-MAIL, QUE SEMPRE QUE POSSÍVEL EU RETORNAREI A SUA MENSAGEM. QUE DEUS TE ABENÇOE

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial