O estudo sobre os acontecimentos acerca das últimas coisas, também denominado de “escatologia” é uma das grandes doutrinas da Teologia Sistemática.
A palavra escatologia tem origem em dois termos gregos: escathos, “último” e logos, “estudo”, “mensagem”, “palavra”. Daí vem a expressão “estudo” ou “doutrina das últimas coisas”. Assim sendo, escatologia é o estudo sistemático das coisas que acontecerão nos últimos dias, a doutrina das últimas coisas.
Toda linguagem acerca do futuro, ou futurista, somente terá valor se submetida ao crivo da Bíblia Sagrada, o manual único de autenticidade da Divina Revelação.
Deus é onisciente, e pela palavra profética partilha com os homens algo sobre o tempo e as estações que Ele mesmo estabeleceu pelo seu próprio poder. Essas revelações são como “a história antecipada” revelando “as coisas que em breve hão de acontecer”.
O espírito Santo revela
É um tema que envolve doutrinas “difícies de entender”(2Pe 3.16). A sua correta compreensão somente ocorre mediante a revelação do Espírito Santo, pois foi por Ele mesmo inspirada. Se isso não acontece, decorre então, a teologia especulativa, da qual muitos se valem a fim de chegar a lugar nenhum.
O Espírito Santo tem, através dos séculos, falado pelos profetas e pelos apóstolos sobre as coisas que estão por vir. Embora nem sempre entendamos o que eles escreveram ou profetizaram.
O profeta Daniel não se atreve a desvendar por conta própria os mistérios relativos ao futuro: “Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso, eu disse: Senhor meu, qual será o fim dessas coisas?” Dn 12. 8.
O apóstolo Paulo também serve-nos de exemplo acerca disso. Com toda a sua erudição e elevado conhecimento, não se apartava das Escrituras Sagradas:
Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. 1 Coríntios 15:3,4
Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança. Romanos 15:4
A Palavra profética é a única fonte de conhecimento real sobre o futuro. Nenhum de nós conseguimos ver nem o que sucederá no dia de amanhã. No entanto, por meio da Escritura Sagrada, podemos conhecer algo sobre as coisas do futuro. Ao manusearmos as páginas sagradas, podemos contar com o auxílio pessoal do Espírito Santo, o autor da mesma. Nas Escrituras o Espírito Santo revela todo o propósito divino através dos séculos.
Linhas de Interpretação escatológicas
São diversos os sistemas ou linhas de interpretação sobre o tema abordado, e cada um deles diverge-se nas suas interpretações em parte e, algumas vezes por completo um do outro. Há quatro principais sistemas ou escolas de interpretação escatológica. São esses os sistemas mais conhecidos:
Sistema futurista – essa interpretação explica que a maior parte das profecias ainda vai se cumprir, em especial as contidas no livro do Apocalipse, dando início com o arrebatamento da igreja e seguindo-se com a Grande Tribulação para Israel e para as nações da terra, com os juízos divinos sob os selos, trombetas e taças da ira de Deus.
Esse sistema está subdividido em algumas correntes de interpretação quanto ao arrebatamento:
Pré-tribulacionistas. Esta corrente de interpretação, na qual cremos, defende que a igreja NÃO passará pela Grande Tribulação, antes, será arrebatada anteriormente a esse acontecimento conforme algumas referências (Jo 14.1-3; 1Ts 4-5 entre outras). Essa corrente de interpretação é a que mais se encaixa com o livro de Apocalipse. Para estes, o propósito da Tribulação não é preparar a Igreja para estar com Cristo, e sim, preparar Israel para a restauração do plano de Deus, e castigo aos gentios.
Midi-tribulacionistas. Esses entendem que a igreja será arrebatada no meio da Tribulação.
Pós-tribulacionistas. Os pós pregam que a igreja irá passar pela Tribulação. No entanto, esse ensino não encontra sólida base nas Escrituras. A Igreja não estará mais na terra quando começar a Grande Tribulação. Jesus prometeu a igreja de Filadélfia, a igreja fiel de guardá-la “da hora da tentação que há de vir sobre o mundo, para tentar os que habitam na terra” Ap 3.10. Paulo nos ensina a “... esperar dos céus a seu Filho, quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” 1Ts 1.10.
Sistema histórico – considera que o Apocalipse é um livro histórico e cujos fatos em sua maior parte já se cumpriram. Essa explicação não coaduna com a realidade bíblica nem com a interpretação do livro do Apocalipse.
Sistema preterista – os preteristas entendem que o Apocalipse já se cumpriu totalmente na época do Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no ano 70 a.C. Eles manipulam as datas para tudo. Mas, as profecias bíblicas indicam que muitos fatos ainda não se cumpriram, a exemplo do arrebatamento, a Grande Tribulação, a vinda de Cristo em glória ou o Milênio.
Sistema simbolista - também denominado de idealista ou espiritualista. Esse sistema ensina que tudo no apocalipse é simbólico, representando, assim, o conflito entre o bem e o mal.
DIFERENTES INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS
Entre as diversas interpretações as diferentes correntes escatológicas, basicamente um dos principais assuntos gira em torno do Milênio, além da maneira como se interpreta o livro como um todo.
Vejamos essas principais escolas escatológicas acerca do Milênio:
Pré-Milenismo histórico. Ensina que, no fim do presente período, haverá uma Grande tribulação, seguida pela segunda vinda de Cristo. Na vinda de Cristo, o anticristo será julgado, os justos serão ressuscitados, satanás será preso, e Cristo estabelecerá o seu reino na terra, que durará mil anos e será um tempo de bênção sem precedentes para a igreja. No fim do Milênio, satanás será solto e instigará uma rebelião, que será rapidamente subjugada. Nesse momento, os injustos serão ressuscitados para o julgamento, e o estado eterno ira se iniciar.
Pré-Milenismo Dispensacionalista. Divide esse evento em duas fases distintas: primeiramente, ocorrerá o arrebatamento secreto da igreja e, juntamente com o surgimento do anticristo, será dado início aos famosos sete anos de Tribulação na terra, que, como base dessa cronologia, é utilizada a interpretação das 70 semanas de Daniel. No arrebatamento da igreja, ocorrerá apenas a ressureição dos justos. No período de sete anos de Tribulação, a igreja estará com Cristo, no céu. Após os sete anos de Tribulação, haverá o Armagedom, e Cristo retornará para destruir o anticristo e os inimigos de Israel. As nações serão julgadas, e as que tiverem apoiado Israel participarão do Milênio, que será também um reino literal de mil anos de Cristo na terra. Haverá então, a ressureição dos Judeus após os sete anos de Tribulação. Os que se voltaram contra Israel serão destruídos e aguardarão o ultimo julgamento do trono branco para a condenação eterna.
No fim do Milênio, satanás será solto por um breve período, enganará as pessoas e fará uma revolta contra Cristo, porém, será derrotado e lançado no Lago de Fogo. Os ímpios ressuscitarão para julgamento e também lançados no Lago de Fogo. Defendemos essa linha de interpretação.
Pós-Milenismo. A segunda vinda de Cristo, segundo essa corrente de interpretação, ocorrerá após o Milênio. A interpretação pós-milenista é amplamente espiritualizada e desconcertante no que tange à profecia escatológica. Também ensinam que a igreja passará pela Grande tribulação.
Amilenismo. Defende que a segunda vinda de Cristo acontecerá no fim da época da igreja, e um Milênio na terra não existe. Creem que a presente condição dos justos no Céu é o Milênio e que não haverá um Milênio terrestre. Alguns amilenistas tratam a soberania de Cristo sobre o coração dos crentes como se fosse o Milênio.
A Esperança Cristã
Para os salvos em Cristo esse é um tema que traz esperança, visto não há nada melhor do que ter certeza de que o Salvador voltará e que viveremos com Ele por toda a eternidade. Contudo, para os descrentes, essa segunda vinda de Cristo, não traz esperança, mas, medo e desespero, visto as previsões para eles serem aterradoras: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus”.
O estudo da escatologia mostra que o crente tem de estar sempre alerta, vigilante, pois esse acontecimento é iminente.
O homem sempre se preocupou como fim dos tempos, por isso, o grande número de falsos profetas e falsas previsões quanto ao futuro da humanidade. São inúmeras seitas e falsos profetas que já marcaram a data da segunda vinda de Cristo, no entanto, todos erraram.
Marcos 13.32 assinala que apenas o Pai conhece o momento do retorno de Cristo. Mateus 24.42 alerta: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”. Paulo escreve: “porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá com o ladrão de noite” (1Ts 5.2) essas passagens indicam que Jesus pode retornar a qualquer momento advertindo-nos a estarmos sempre vigilantes, sempre alertas.
Pedro nos alerta que “Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há queimarão” 2Pe 2.10. Pedro nos está alertando acerca de como repentinamente será a volta de Cristo. Pedro lembra das palavras do Mestre no sermão do monte quando promete voltar como ladrão. O harpazo será tão repentino, tão inesperado, tão desastroso para os despreparados, como um arrombamento noturno.
Podemos não saber quando se dará o Dia do Senhor, mas de uma coisa nós temos certeza: o Dia do Senhor virá!!! Essa convicção é nossa suprema e bem-aventurada esperança. Aguardar a vinda de Cristo não é uma atitude de mera passividade. Precisa-se manter uma postura de vigilância e santidade. Pedro diz que devemos aguardar e apressarmo-nos para a vinda do Dia do Senhor. Temos expectativa, mas também temos pressa. Esperamos, mas também anelamos. “Ora, vem, Senhor Jesus” Ap 22.20.
M.D.
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