DESABAFO DO FILHO PRÓDIGO

                Eu nasci e me criei lá na fazenda de meu pai e sempre fui abastecido com os melhores alimentos, vestes e também calçados. Meu pai sempre me dava tudo que eu queria. Mas a vida fora da fazenda, sempre me despertou curiosidade. Como seriam as pessoas lá fora? As festas, como eram? Será que havia muita alegria, danças? Quantos amigos eu não seria capaz de conquistar?

          Um dia, decidi que precisava conhecer aquele mundo infinito e cheio de surpresas que existia fora do cercado da fazenda. Pedi ao meu pai a minha parte da herança e parti em busca das aventuras. Lá chegando, fui muito bem recebido, conheci as mais belas mulheres e ganhei muitos amigos. Participei das melhores festas e muito me diverti. Afinal, eu tinha muito dinheiro.

          Mas um dia a herança teve fim. Eu procurei os meus amigos para que me ajudassem, mas, eles me viraram as costas. Eu padeci necessidades e tudo o que me deram, foi um emprego para cuidar dos porcos, e nem com a lavagem que eles comiam eu podia me alimentar... Passei fome. Lembrei-me da casa de meu pai... Lá havia pão.

          Resolvi voltar à fazenda. Estava arrependido e humilhado. Eu tive que voltar andando, pois nem um cavalo eu tinha mais. Quando cheguei o meu pai já estava de braços abertos a minha espera. Foi uma grande festa e muita alegria, mas algo me deixou triste: O meu pai me perdoou... Mas o meu irmão não...

Compartilhar Google Plus

Autor MOISÉS DUARTE