Introdução
O Espírito santo transmite a chamada divina àqueles a quem Deus chama (Gl 1.15,16) como também revela tal chamada
àqueles que têm a incumbência de separá-los ao santo ministério (At 13.1-3).
Quando tudo é feito sob a direção do Espírito, se pode dizer que os servos do
Senhor foram de fato “enviados pelo Espírito Santo” (At 13.4).
Toda a Trindade operou e ainda
opera na salvação do homem. Deus Pai deus o seu Filho, e “estava em Cristo, reconciliando o mundo consigo” (2Co 5.19). O Filho deu-se a si mesmo em
sacrifício. O Espírito Santo aplica essa salvação na vida do homem. Assim, o
Espírito Santo opera no sentido de que, por meio da salvação, haja uma total
restauração de todo os danos causados pelo pecado na vida do homem, seja no seu
espírito, na sua alma ou no seu corpo.
I - O ESPÍRITO SANTO COMO PROMESSA
Fica evidente em toda a Escritura Sagrada
a atuação divina do Espírito Santo no plano eterno da redenção humana, plano
estabelecida antes da fundação do mundo (Mt.25:34; Ef.1:4; I
Pe.1:20; Ap.13:8).
A
promessa messiânica
Por
diversas vezes e, utilizando de variados profetas, o Senhor anunciou a vinda de
Seu Filho como Messias ao mundo (Gn 3.15; At. 3.22; Is 7.14). O ponto
culminante do livro de Isaías, retratado tanto nas partes iniciais do livro
quanto nas finais, trata do Espírito Santo sobre o Messias (11.1-5; 61.1-4).
Primeiro, Isaías profetiza o nascimento do Messias de uma maneira sobrenatural:
uma virgem daria à luz a esta criança. Quando porém, o Menino crescesse, viria
sobre Ele algo melhor do que a gloria terrestre: “E repousará (continuamente)
sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de inteligência, e
espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do
senhor” (Is 11.2).
Na
antiga aliança
Nos
tempos do Antigo Testamento, o Espírito Santo, por via de regra permanecia
entre o povo de Deus (Ag 2.5; Is 63.11). No entanto, há poucos casos de homens
a quem Deus encheu de Seu Espírito para missões específicas (Êx 28.3; 31,.;
35,31 Dt 34,9). Há uma diferença no modo de atuar do Espírito sobre os homens
antes e depois do Pentecostes. Nesta dispensação da igreja, o Espírito Santo
habita em toda pessoa que é por Ele regenerada e salva por Cristo (Jo 14.16,17;
1Jo 4.13; Rm 8.9). No antigo Testamento, uma das formas de atuação do Espírito,
como já destacado, era a capacitação de pessoas para obras específicas, como a a
de profecia (Nm 12.6) ou de liderança (Jz 6.34; 1Sm 16.13); revelações (Ez 8.3)
e milagres (1Rs 18.12); ou mesmo habilidades militares (Jz 3.10; Zc 4.6,7).
Jesus
deseja revestir a todos os salvos com o Espírito Santo, com poder para o serviço
do Senhor ( At 1.5; 2.1-4, 32,33: Lc 24.49). Foi por conta desse revestimento
que a igreja primitiva, apesar das limitações, teve rápido e vitorioso avanço
do Reino de Deus. Hoje, apesar de tantos recursos da ciência moderna, o avanço
tem sido lento e, às vezes quase nenhum. Trata-se da diferença entre a
requintada armadura de Saul sem o Espírito de Deus, e o jovem Davi desprovido
dela, mas, no entanto, cheio do Espírito de Deus (1Sm 16.13,14).
A
promessa do Consolador
Logo
de início, Atos dos Apóstolos, registra que a obra de Cristo foi continuada
pelo Espírito santo, através dos Seus apóstolos. Jesus é o assunto central em
toda a Escritura, e, em comparação, pouco é enfatizado acerca do Espírito
Santo. Mas em Atos, o Espírito Santo é o Consolador, Ajudados e Mestre. Desde o
princípio se percebe a preeminência do Espírito Santo. Não somente as últimas
palavras ditas por Cristo foram dadas pelo espírito santo, mas também essas
instruções tinham a ver com Ele. Jesus os orientou a esperar a promessa do Pai,
identificada com o batismo no Espírito Santo, em Jerusalém. O derramamento no
dia de Pentecostes, jamais teria tido o efeito que teve se tão somente um grupo
de cinco ou seis pessoas tivessem permanecido.
Foi
de fato um batismo, mas a Bíblia também ressalta que foi um enchimento. “E todos
foram cheios do Espírito Santo” (At 2.4). Foi um derramamento do Espírito sobre
eles, conforme profetizou o profeta Joel (2. 28-32). A ênfase do derramamento
do Espírito no dia de Pentecostes sobre toda a carne exclui a limitação que
alguns querem colocar, afirmando que o batismo com o Espírito Santo naquele
dia, se deu de maneira limitada apenas aos 12 apóstolos. Após provar que os 120
não estavam embriagados, Pedro declara que o que viam e ouviam era o cumprimento
de Joel 2. 28-32. A promessa do derramamento, cumpria-se diante dos olhos de
todos. Filhos e filhas de Israel profetizavam, cheios do Espírito e falavam sob
a unção do Espírito.
II
- O ESPÍRITO SANTO CONSOLA E ENSINA
O
Espírito Santo é enviado pelo Pai em nome de Jesus a fim de ensinar e fazer
lembrar de tudo quanto Cristo ensinou e para testificar dEle.
O
Consolador
“E
eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco
para sempre:” (Jo 14.16). Nesta presente passagem está implícito e Jesus foi o
advogado ou paráclêto dos discípulos aqui na terra. Ele tinha combatido por
eles, ajudando-os; eles puderam contar com sua orientação e apoio; só que agora
ele estava prestes a deixá-los. Ele estivera com eles por um período curto de tempo,
mas o “outro paráclêto”, haveria de estar permanentemente com
eles, e não só com eles, mas neles. Como “o Outro”, ele irá ajudar
especificamente os discípulos, para compensá-los pela perda da presença visível
de Jesus. Nesta posição, ele não terá nada a oferecer ao “mundo” - todo o
conjunto de incrédulos, que não são capazes de lhe dar valor ou reconhecê-lo.
Na verdade, ele terá um ministério em relação “ao mundo”, como transparece em
João (16.8-11), mas bem diferente.
O
Ensinador
“Mas,
quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade;
porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos
anunciará o que há de vir.” (Jo 16.13). Este título (guia, orientador,
ensinador), é também conferido ao Messias (Mq 5.2; Mt 2.6). Aplicado ao
Espírito Santo, porém, está relacionado diretamente com sua missão orientadora
em todos os sentidos da vida, especialmente quanto às verdades espirituais, nas
quais a alma humana está fundamentada. As pessoas precisam de pontos de
referência para sua orientação. Numa cidade, por exemplo, são pontos de
referência: praças, igrejas, edifícios, torres de comunicações etc. Também são
pontos de referência: paradas de ônibus, nomes das estações de trem e metrô e
de lugares. Todos esses meios indicam direções seguras e exatas, em qualquer
lugar da Terra ou mesmo do Universo, especialmente naquelas dimensões que o
homem pode atingir. Para isso, foram criados os pontos universais de
referência, os pontos cardeais, determinados com base no movimento do Sol. Para
Deus, entretanto, o conceito de orientação é bem mais amplo e valioso. Ele, em
sua infinita sabedoria, entregou esta grande missão a seu Filho, Jesus Cristo.
Porém, com seu regresso ao Pai, confiou-se essa tarefa ao Espírito Santo.
O
Ajudador
A
promessa de ajuda e consolação foi confirmada logo após a ressurreição de nosso
Senhor. O Espírito acompanhava a Igreja passo a passo. Paulo diz que os
cristãos são guiados pelo Espírito: “Porque todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Rm 8. 14). Em Gálatas 5.18, o
apóstolo acrescenta: “Se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da
lei”. Ora, sem dúvida isso significa que quem é “guiado pelo espírito de Deus”
sabe de onde veio, onde se encontra e para onde está caminhando. Porque o
Espírito Santo o “guiará em toda a verdade”. Como exemplo do exercício de ajuda
e misericórdia, o Espírito Santo tem abrangência material e espiritual. É
citado nas inúmeras necessidades no seio da igreja, que são de ordem
espiritual, moral e social. Nas horas difíceis, pessoas capacitadas pelo
Espírito Santo com o dom de socorros estão prontas para ajudar. São impelidas
pelo Espírito Santo a um interesse especial e intuitivo pelos necessitados, e
descobrem meios para resolver essas necessidades. Mesmo quando todas as vozes
se calam em defesa da igreja ou do cristão individualmente, “socorro e
livramento doutra parte virá” (Et 4.14); porque “Deus é o nosso refúgio e
fortaleza, socorro bem presente na angústia” (SI 46.1). Em qualquer tempo ou
lugar, contamos sempre com o “socorro do Espírito de Jesus Cristo” (Fp 1.19).
III
- O ESPÍRITO SANTO REPROVA E CONVENCE O MUNDO
Quando
o Espírito Santo convenceu a muitos, e revelou a culpa deles, perguntaram: “Que
faremos?”. O que Pedro responde faz parte do pronunciamento profético do
Espírito Santo na forma de exortação: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado...”. A palavra de Pedro foi, antes de tudo, para o arrependimento
significando a mudança da incredulidade para a fé.
O
Espírito convence o mundo do pecado
O
Espírito convence do pecado: que a incredulidade é a base do pecado e a fonte
da pecaminosidade que irá condenar os homens (Mc 16.16; Lc 8.13; Jo 3.16-20,36;
5.24,38; 8.024; 10.26). Do pecado porque ele revela ao mundo que o pior de
todos os erros é rejeitar a Cristo. Sem Cristo não há oportunidade de salvação
e nem esperança verdadeira.
O Espírito convence o mundo da justiça
Que a justiça dos homens é inútil
(Is 64.6; Rm 10.3); que Cristo é a nossa justiça (1Co 1.30); e que somente nEle
e através da fé em sua obra expiatória, podemos nos tornar justos (Rm 3.22-25;
4. 1-22; 2Co 5. 14-21). Da justiça porque não há justiça real em nós. Nos
tornamos justos, depois que o Espírito Santo aplica a justiça de Cristo em nós
(Rm 4.25).
O Espírito convence o mundo do juízo
O homem que crer em Cristo escapará
do julgamento da condenação (Jo 3. 15-20; 5. 24). Todos os que se recusarem a
crer em Cristo serão condenados juntamente com satanás (Mt 25. 41; Jo 3. 36; Ap
20. 11-15; 21.8). Todos os incrédulos serão julgados porque seu mestre já fopi
derrotado através da Cruz, e ele é incapaz de evitar sua própria condenação,
quanto mais a deles ( Jo 16.11; 12.31; Cl 2.14-17; Rm 16.20; Ap 20.10-15). Do juízo porque Cristo recebeu em nosso lugar
o juízo devido e assim derrotou a satanás (1Jo 5.4).
É importante
destacar que a Bíblia Sagrada deixa claro que quem opera esse convencimento é o
Espírito Santo. Ele é o agente ativo. Somos apenas instrumentos que proclamamos
o evangelho, mas sem poder de convencimento. Isso não quer dizer que não
devemos nos preparar para o evangelismo, isso quer dizer que não devemos
colocar a nossa confiança tão somente em nossos argumentos.
Confiar no poder do Espírito Santo nos ensina a respeitar aquele que rejeitar a mensagem do evangelho. Se o Espírito Santo não convencê-lo não seremos nos que os convenceremos. Se não somos nos que convencemos então não temos nada para nos gloriar. Ai daquele que se gloria por pregar o evangelho, que acha que tem algum mérito por fazer aquilo que é sua obrigação como cristão (Mc 16:15).
CONCLUSÃO
O novo nascimento abrange a
regeneração e a conversão, que são dois lados de uma só realidade. Enquanto a
regeneração enfatiza o nosso interior, a conversão, o nosso exterior. Quem diz
ser nascido de novo deve mostrar isso no seu dia-a-dia. A expressão “de novo”
de acordo com o original, significa ‘nascer do Alto, de cima, das alturas”.
A isto quer dizer que se trata de um nascimento espiritual realizado pelo
Espírito Santo. Somente Ele tem poder de operar esse processo no homem vil e
pecador.
O Espírito Santo opera a fé para a
salvação. É a vida de fé (Rm 1.17), “pelo Espírito” (Gl 5.5) tal fé, segundo
Atos 11.24, procede do Espírito Santo, a fim de que o crente permaneça fiel por
meio da manifestação do fruto do Espírito (Gl 5.22b).
M.D.
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