Introdução
Uma
das grandes obras operadas pelo Espírito Santo no crente é a de transmitir ao
homem toda a plenitude de Deus (Ef 3.16-19). A natureza perfeita de Deus faz
parte dessa plenitude. Pelo fruto do Espírito, essas virtudes são manifestas na
vida do crente. Não que o homem alcance o estado de perfeição ao manifestar
estas virtudes em sua vida. Perfeito serem apenas após termos a
incorruptibilidade. Enquanto isso haveremos de conviver com o constante
conflito entre a carne e o espírito (Gl 5.17).
O FRUTO DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE
O
fruto do Espírito é uma manifestação da natureza de Cristo. O alvo da salvação
é de restaurar no homem a imagem do Criador (Rm 8.29; Cl 3.10). Imagem esta
desfigurada pelo pecado. Enquanto a carne e o pecado afastam o homem da vontade
de Deus e o faz obedecer ao inimigo (Ef 2.1-3). A salvação, contudo, faz o
homem participante da natureza divina (2Pe 1.4), pois a sua “velha natureza”
foi agora crucificada com Cristo, que agora vive nele (Gl 2.20). essa
crucificação é precedida por uma vida ressurreta no Espírito (2Co 5.17) o método
lógico de viver é seguir o Espírito e não ceder às paixões e concupiscências
da carne – Gl 5.19-21.
O
Espírito Santo faz que, por meio do fruto do Espírito, as virtudes de Cristo
sejam manifestas “para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos
corpos” (2Co 4.10), “até que Cristo seja formado em vós” Gl 4.19.
O
fruto do Espírito produz santificação. O Espírito Santo ajuda com que o crente
entregue-se inteiramente ao Senhor para assim, poder dominar a sua velha
natureza (Gl 5.16,17). Para que “todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam
plenamente conservados irrepreensíveis” 1Ts 5.23. “Assim resplandeça a vossa
luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o
vosso Pai, que está nos céus” Mt 5.16.
A
Bíblia menciona um “Fruto” e não “Frutos” do Espírito. É um fruto e representa
nove diferentes valores. Encontramos estas virtudes na carta de Paulo aos
Gálatas: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e
temperança, todas elas dentro do fruto do Espírito. O mesmo fato aparece em 1Co
13.4-8, onde se fala de várias virtudes espirituais, todas vinculadas ao amor.
Aqui podemos verificar uma realidade muito importante. Todas as virtudes
espirituais tem no amor a sua origem. A Bíblia diz: “Deus é amor” 1Jo 4.8, isto
é, o amor, constitui a própria essência do eterno Deus.
Assim,
podemos compreender que as virtudes apresentadas tanto em Gálatas, quanto em
Coríntios têm, todas elas, a sua origem no amor. São como a laranja que possuem
vários gomos, os quais formam a laranja. Assim, o fruto é o amor, e as outras
virtudes são reflexo dele. Isto é, um amor cheio de gozo, paz, com muita
longanimidade, bondade e fidelidade; um amor cheio de mansidão e benignidade e
controlado com temperança. Glórias a Deus!
DIFERENÇA E RELAÇÃO ENTRE O FRUTO DO ESPÍRITO E OS
DONS DO ESPÍRITO
O FRUTO DO ESPÍRITO: É Gerado pelo
Espirito Santo de dentro da pessoa para fora, passando a fazer parte da personalidade do
homem. Sendo gerado a partir do interior das pessoas, o fruto do Espírito testifica
das virtudes da pessoa conforme Jesus ensinou. (Mt 12.33)
OS DONS ESPIRITUAIS: Provém de fora
para dentro do homem, dado pelo Espírito Santo, o qual no uso de Sua Soberania
dá a quem Ele quer e quando quer (1Co 12.1) Sendo uma dádiva do Espírito Santo,
os Dons Espirituais Testificam das qualidades, virtudes do Doador (Deus Trino),
cuja Glória deve ser Dele e não de quem recebeu
tais dons (1Co 4.7).
A menção do amor em primeiro lugar,
encabeçando a lista não é por acaso. Esse comportamento amoroso vem pelo poder
do Espírito Santo. A temperança é colocada por último na lista para dar ênfase,
porque todas as obras da carne refletem uma falta de temperança. Não necessita
de lei proibitiva, quando a vida das pessoas exibe amor e temperança.
Os
dons espirituais e o fruto do Espírito devem sempre caminhar juntos para que o
crente seja plenamente edificado e o
nome do Senhor, glorificado (Ef 2.10). Uma árvore é identificada e conhecida
mediante os seus frutos (Lc 6.44). Portanto, só viremos a aferir a
espiritualidade de um crente através de suas obras realizadas mediante o fruto
do Espírito e não apenas por seus dons espirituais (1Tm 5.25). Os dons estão
relacionados ao que fazemos para Deus, enquanto o fruto está relacionado ao que
Deus, através do Espírito Santo, realiza em nós, moldando-nos o caráter.
O ESPÍRITO SE OPÕE À CARNE
Paulo
menciona sobre a Batalha entre a carne e o Espírito (Gl 5.16-18). Evidente que
carne aqui se trata da Natureza Pecaminosa do homem que não morre mesmo após o
seu novo nascimento. Esta batalha
acontece com a carne gerando na vida do homem as suas obras pecaminosas. (Gl
5.19-21; Rm 1.26,27,29-32; 1Co 5.9-11; 6.9,10; 2Co 12.20,21; Ef 5.4,5) O Espírito Santo reage buscando desenvolver
no crente o Seu Fruto. Gl 5.22.
As
obras da carne é o contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e
aquele controlado pela natureza humana pecaminosa. Carne do grego “sarx” é a natureza pecaminosa com seus
desejos corruptos, a qual continua no cristão mesmo após a sua conversão (Rm
8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não herdarão a
salvação (Gl 5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser crucificada
e mortificada numa guerra espiritual permanente, vencida só através do poder do
Espírito Santo (Rm 8.4-14; Gl 5.17).
Paulo
diz: “Porque as obras da carne são manifestas […]” (Gl 5.19). A palavra
traduzida por “conhecidas”, significa “claro e manifesto”. “A
carne propriamente dita, ou seja, a natureza pecaminosa é secreta e invisível;
mas as suas obras, as palavras e atos pelos quais se manifesta, são públicos e
evidentes” (STOTT, 2007, p.134). Por mais que alguém tente negar a
pecaminosidade humana, as obras da carne evidenciam a sua existência.
CONCLUSÃO
O
fruto do Espírito desenvolve no crente um caráter como ao de Cristo, que reflete
a imagem de sua pessoa e natureza. O ensino de Jesus a respeito da videira
verdadeira mostra que é impossível um indivíduo que seja salvo e não produza em
sua vida o fruto do Espírito. Quando entregamos todo o controle de nossa vida
ao Espírito Santo, Ele, eficazmente, vai produzir o Seu fruto em nós.
Espiritualmente
falando, também podemos vê que a finalidade da vida cristã é a produção do
fruto do Espírito. Todo o processo de concessão da vida espiritual tem por finalidade
a produção deste fruto. Jesus foi claro ao afirmar que nos escolheu para que
vamos, demos fruto e o mais importante, é que esse fruto permaneça (Jo.15:16).
M.D.
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