Texto Áureo: “Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor” Fp 3.1a
Regozijar quer dizer: Causar gozo (prazer, satisfação) ou satisfação intensa a; ou ainda: sentir gozo ou satisfação intensa. Quando o apóstolo Paulo escrevendo aos crentes filipenses, aconselha a que se regozijem no Senhor, está na verdade os advertindo a não somente sentirem-se felizes e contentes, mas, transbordar esta alegria de maneira a contagiar a outras pessoas. Nos dias atuais, alegria é vista de maneira bem distorcida, assim podemos dizer. A alegria que o mundo busca está baseado em conquistas materiais, quase sempre em alguma coisa física, palpável. Ex. Dinheiro, carros, casas, bom emprego, fama, etc. Entretanto, Paulo não se refere a este tipo de alegria passageira, e sim, a Alegria encontrada na pessoa bendita de Cristo, pois, como disse o salmista, Ele “é a alegria do meu regozijo” Sl 43.4.
Existe uma afirmação no meio gospel que diz que na presença do Senhor até a tristeza salta de alegria, mas será que é verdade? É preciso termos cuidado com o que pregamos e cantamos para não difundirmos heresias. O grupo Diante do Trono canta:
Quando louvamos ao nosso Deus
Flui um rio de vida
Em sua presença até a tristeza
Salta de alegria
Salta de alegria
Salta de alegria
Não é isto o que está escrito na Palavra de Deus, até porque se está saltando de alegria, já não se trata de tristeza. Em Salmos 16.11 o salmista declara: “na tua presença há abundância de alegrias”. Ou trocam esta passagem, ou confundem com o que Jó afirmou: "Na presença dele a tristeza salta de prazer" Jó 41:22. Mas "ele" não é uma referência a Deus e sim ao crocodilo, ou leviatã; basta ler o contexto. O que esta expressão poética de Jó quer dizer é que mesmo uma pessoa desanimada, quando ameaçada por um crocodilo se anima na hora para correr!
1. A ALEGRIA DO SENHOR. Cristãos sinceros se regozijam no Senhor, e não em prazeres mundanos. E o apóstolo Paulo afirma que não fica aborrecido em escrever as mesmas coisas. A repetição nos torna firme e seguros. Neste primeiro versículo, nossa compreensão é a de que Paulo estava prestes a encerrar a carta, mas logo se lembra de que tem algo importante a dizer. “Resta, irmãos meus...”. O apóstolo faz questão de destacar que a alegria no Senhor é o que nos mantem firme, e nos á força para superar as adversidades da vida. Paulo, embora fosse um prisioneiro, era muito feliz, e incentivava e ainda incentiva seus leitores a sempre a alegrarem-se em Cristo. Aliás, a alegria aqui não é um substantivo é um verbo, que está no imperativo: “alegrai-vos“, isto porque o evangelho que nos alcançou é “novas de grande alegria”, o reino de Deus que está dentro de nós é alegria no Espírito Santo, o fruto do Espírito é alegria, e a ordem de Deus é “alegrai-vos. E mais, a alegria do cristão não é um sentimento, é uma pessoa: o Senhor Jesus. Por isso, Paulo diz : “Alegrai-vos no Senhor“. Quem tem Jesus, experimenta essa verdadeira alegria; Quem não tem Jesus, pode ter momentos de alegria, mas não a alegria verdadeira.
A alegria do Senhor, como afirmou Neemias, é a nossa força, além de ser um precioso consolo em meio às nossas adversidades, por isto, Paulo os exorta tanto a se alegrarem NO SENHOR.
2. A TRÍPLICE ADVERTÊNCIA CONTRA OS INIMIGOS. Logo após exortar suas ovelhas acerca da alegria no Senhor, pastor Paulo faz uma tríplice advertência a eles. “Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão!”. Primeiro, ele fala dos cães. Paulo usa a expressão cães para referir-se aos maus ensinadores que usam de malicia contra os fiéis de Cristo, que latem e mordem. Estes ensinadores judaizantes eram como cães que atacavam durante a ausência do apóstolo. Nas terras do Oriente, os cães eram criaturas sem lar e, como não tinham dono, viviam nas ruas procurando alimento onde pudessem. Paulo vira o feitiço contra o feiticeiro, aplicando a alcunha de “cães” aos falsos ensinadores do judaísmo que procuravam corromper a Igreja. Eles viviam à margem da Igreja, procurando sobreviver de rituais e de cerimônias. “Apanhavam migalhas quando podiam estar assentados dentro da festa”. A segunda advertência de Paulo é contra os maus obreiros. Não fica implícito que esses homens já haviam se infiltrado até o centro da comunidade cristã filipense. Todavia, com toda a probabilidade tentariam usar a mesma tática em Filipos que já haviam usado em Corinto (cf. 2 Coríntios 11:4-6,12-15,20), pelo que os cristãos filipenses são advertidos de antemão contra os tais. Eles difundiam falsos ensinos na igreja, sem se importar com a sã doutrina ensinada pelos apóstolos. Pregavam um evangelho falso, eram obreiros fraudulentos que desviavam a atenção em Cristo e na sua obra Redentora, para focar o olhar nos rituais antigos da velha aliança e em obras humanas. Estes tais judaizantes, afirmavam que para os gentios se tornarem cristãos verdadeiros precisariam seguir na integra a lei mosaica, bem como a tradição judaica. Faziam questões de impor pesados fardos aos novos conversos. E um dos ensinos destes judaizantes era a respeito da circuncisão, que é a terceira advertência feita por Paulo. “ Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás o meu concerto, tu e a tua semente depois de ti, nas suas gerações. Este é o meu concerto, que guardareis entre mim e vós e a tua semente depois de ti: Que todo macho será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado; todo macho nas vossas gerações, o nascido na casa e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente.” É certo que Paulo fazia o máximo para enfatizar a independência de seus convertidos: não estavam sob o jugo de Jerusalém. Todavia, a objeção básica de Paulo era que a insistência na circuncisão destruía o evangelho que proclamava que a graça de Deus é que justifica tanto judeus quantos gentios, de modo igual, mediante a fé em Cristo, sem necessidade alguma da circuncisão nem de qualquer outra exigência legal. “Os judaizantes são, então, os que “mutilam a carne”, a falsa circuncisão — ou mutiladores”.
3. A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO CRISTÃ. Os ensinadores judaizantes ensinavam que a salvação dependia da circuncisão, e desta maneira, anulavam a suficiência do sacrifício vicário de Cristo. Pregavam eles, que a graça de Deus não era suficiente para a salvação, e para isto o homem deveria cooperar com Deus nesta obra, circuncidando-se. Bem sabemos que a circuncisão era um rito religioso, e que fora instituído pelo próprio Deus ao seu povo, entretanto, isto era um sinal de obediência e não de salvação. A verdadeira circuncisão não nos deixa mais marcas físicas na carne, não é mais por intermédio de mãos humanas. Não necessitamos “cortar” nossa carne, e sim, as obras da carne, ou conforme Paulo escreveu aos colossenses, “no despojo do corpo da carne” Cl 2.11,12. Esta circuncisão remove não o prepúcio, mas a velha natureza do homem, tornando-nos NOVA CRIATURA EM CRISTO. A nossa salvação não é através de algo que possamos realizar, mas sim através da Graça Divina e da nossa fé Nele. Nenhum ritual religioso é capaz de nos conceder a salvação. E infelizmente, nos atuais dias podemos ver muitos desses “judaizantes” impondo práticas à salvação. Não somente na igreja católica, que prega a prática de boas obras como elemento salvífico, mas muitos “evangélicos” têm aderido a muitos outros ritos. Quais são os judaizantes em nossos dias? São aqueles que dizem que deve adicionar-se algo à fé. Nenhuma pessoa deve tentar adicionar algo ao oferecimento de salvação de Cristo, que é por graça por meio da fé. O que os crentes fazem é o resultado da fé, não um pré-requisito para a fé.
CONCLUSÃO
Paulo ensinou aos filipenses que a segurança em Cristo é que nos garante a alegria. Tal felicidade não depende de situações ou posses. Paulo faz a afirmação que tudo aquilo que outrora ele reputava por ganho, reputou por perde por cristo. Comportamento bem diferente de muitos líderes religiosos dos nossos dias, que dia após dia, buscam mais e mais riquezas materiais, em alguns casos de maneira até ilícita. E pelo que Paulo reputou todas as suas conquistas como perda? Pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, para que possa ganhar a Cristo. Quantos “apóstolos” faria isto em nossos dias? Não me atrevo nem a pensar.
Paulo nos ensina que os ritos e leis do antigo Testamento tinham as suas respectivas importâncias, entretanto, não garantiam a salvação de ninguém. O que é de mais importância para nós, é o nosso relacionamento com cristo. Este é o bem mais precioso para todos nós.
M.D.
O Ir. Moisés Duarte é uma pérola de grande valor que encontramos na AD de Maceió (Congregação Serraria). Que Deus continue usando esse vaso, concedendo-lhe graça e sabedoria.
ResponderExcluirAdailton Souza