“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” Rm 6.23.
Desta vez veremos os efeitos devastadores do pecado, como este entrou na humanidade e porque temos que lutar contra ele. Antes de abordarmos o tema em apreço se torna imprescindível a definição do que é o pecado. Muitos estudiosos têm-se dedicado com o mistério e origem do pecado. As definições são das mais variadas e controversas. Entretanto a Bíblia nos dá a exata definição. Há várias definições para o termo pecado, entretanto, não iremos discorrer sobre todas elas. Destacaremos algumas mais objetivas.
Biblicamente, o pecado pode ser definido como uma transgressão da Lei, isto significa dizer que alguém foi além dos limites estabelecidos: Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei. 1Jo 3.4. É um tipo de erro pelo qual o transgressor torna-se responsável, ante a lei que condena o seu erro. Tal transgressão trata-se de um ato deliberado. Não se trata de algo acidental.
Outro termo usado é iniquidade - Mt 24.12. Ou ainda, ofensa – Rm. 1.18. Denota injustiça, falta de integridade. Outro termo forte é impiedade – Jd v. 4. Este termo descreve, então, uma entrega total à prática do pecado. É algo maldito que domina uma pessoa e a torna impudica de tal modo que perde totalmente o senso de vergonha e, por isso, faz qualquer coisa degradante sem ocultar seu pecado. Torna o homem sem o menor pudor, haja vista o pecado tornar a pessoa despudorada, sem restrições. As chamadas taras sexuais, embriaguez entre outras coisas são manifestações da iniquidade. Poderíamos citar ainda, delitos, concupiscência, engano, etc.
Um termo muito explicativo é: errar o alvo. Imagine um arqueiro que, com a flecha já apontada para o alvo, erra-o. Mais a definição sugere alguém que erra o alvo propositalmente, ou mesmo, que atinge outo alvo intencionalmente. Não trata-se de uma ideia passiva de erro, mas uma ação proposital. O homem não foi criado para o pecado; pecou por livre-arbítrio, foi por sua livre escolha. Sl 51.4. O primeiro homem perdeu o rumo de sua vida e fracassou em não seguir o padrão divino estabelecido para a sua vida. Errar o alvo é fracassar.
Depois que Deus criou todas as coisas “viu Deus que tudo era muito bom” Gn 1.31. O homem foi criado à semelhança de Deus, ou seja, um ser pessoal e espiritual. Esta semelhança se consiste na sua natureza (Características), em seu lugar de autoridade e em sua pureza e retidão. A queda – pecado – distorceu a imagem divina no homem. Nesta imagem o homem é dotado de intelecto, vontade e sentimento, como também a arte espiritual.
Algumas teorias filosóficas, entretanto, têm tentado banalizar ou distorcer o verdadeiro significado do pecado. Conceitos anticristãos e arbitrários sobre este assunto. Uma filosofia ensina a existência de um eterno principio do mal, ou seja, pregam que o pecado é eterno e independente do Deus Eterno. Ainda sugere que Deus é limitado por um poder co-eterno, que Ele não pode controlar. Ou seja, o mal tem o seu próprio poder, assim como Deus possui o seu. A ideia sugerida por essa teoria é de que o mal é um poder independente e sem controle e uma substancia inseparável da natureza humana. Dessa forma, não admite que o homem possa se livrar do pecado.
Outra teoria filosófica ao tratar do pecado declara que a essência do pecado é o egoísmo. A bíblia declara que o homem foi criado com perfeição e, portanto, seu ego correspondia ao ideal divino de “livre-arbítrio”. Afirmam que o pecado de Adão teve origem no egoísmo, porque ele quis ser igual a Deus. Na verdade o pecado foi desobediência. Deus estabeleceu uma regra e eles a desobedeceram. Daí surgiu a desobediência, egoísmo, rebeldia, pecado, queda que se transmitiram à toda posteridade humana.
Há anda definições conceituais corretas acerca do pecado. São conceitos de que o pecado existe como um ato, bem como um estado ou condição.
Jonh Wesley, definiu o pecado como uma transgressão voluntária de uma lei conhecida. Augusto Strong diz que pecado é falta de conformidade com a lei moral de Deus quer em ato, disposição ou estado. W.T Conner fala do pecado como algo voluntário, implica conhecimento. Charles Hodge escreveu que o pecado inclui culpa e contaminação.
O pecado é, de fato, uma ativa oposição a Deus, uma transgressão das suas leis, que o homem, por escolha própria, resolveu cometer conforme relata Is 48.8, Rm 1.18-32.
A ORIGEM DO PECADO
Quem criou o pecado foi Deus, visto ser Ele o criador de todas as coisas? A resposta é Não. “Longe de Deus a impiedade, e do Todo-Poderoso, a perversidade” Jó 34.10. Não há injustiça em Deus Dt 32.4, Ele não pode ser tentado pelo mal Tg 1.13. Assim também não foi Adão e Eva os primeiros a cometerem pecado contra o Seu Criador. A bíblia nos relata que um querubim quis ser igual a Deus e causou grande rebelião entre os seres angelicais. Is 14.12-14; Ez 28.12-17. O pecado foi originado por satanás. Jesus declarou que satanás é homicida desde o princípio – Jo 8.44. Não quer dizer que ele sempre foi mau, pois, o seu primeiro estado era de santidade, e sim que desde o principio da criação humana ele tem se oposto contra Deus. O objetivo de satanás é levar milhares à perdição eterna – Jo 10.10.
Satanás levou o casal a duvidar da veracidade de Deus insinuando que o Criador estaria tirando deles o direito de conhecer coisas mais sublimes. O homem seguiu a indução do seu coração e fez a escolha do seu “eu” em desacordo com Deus. Portanto, o pecado surgiu dentro do homem, do seu interior, e ele transgrediu a Lei do Senhor – Tg 1.15.
Toda criatura humana é culpada em Adão e consequentemente tem sua natureza corrompida desde o nascimento – Sl 51.5; 58.3. O apóstolo Paulo entendeu essa questão doutrinária e declarou que o juízo veio de uma só ofensa, ara a condenação. Rm 5.16. Isso significa que em Adão todos participaram da sua transgressão. A expressão “estão destituídos da glória de Deus” indica a necessidade de recuperação do primeiro estado de glória de Adão antes da Queda. Significa a recuperação daquela realeza moral e espiritual que o homem tinha, isto é, a imagem e semelhança de Deus, deformada pelo pecado. Devemos entender que somos culpados pela natureza pecaminosa herdada de Adão e Eva. Esse é o aspecto coletivo que abrange todos os homens. Porém, cada um de nós é individualmente responsável pelos seus próprios pecados. Há em todo homem uma disposição geral para o pecado e para esconder ou negar a responsabilidade pelo pecado cometido, como fizeram Adão e Eva (Gn 3.8-14). Adão cometeu o pecado e na qualidade de chefe federal da raça humana; por ele foi imputada a todos os seus descendentes a culpa do pecado. A Bíblia enfatiza este ensino quando declara que a morte é o castigo do pecado, para todos os seus descendentes (Rm 5.12-19; Ef 2.3; I Co 15.22).
CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
Conseqüências do pecado no mundo. Indiscutivelmente, o pecado trouxe graves conseqüências ao Universo, especialmente á vida na Terra. A Bíblia faz várias declarações a respeito da universalidade do pecado. Por exemplo, temos no Antigo Testamento alguns exemplos, tais como: “não há homem que não peque” (I Rs 8.46); “porque à tua vista não há justo nenhum vivente” (SI 143.2).
Paulo, em Romanos, disse: “Não há um justo, nenhum sequer; não há quem faça o bem, nenhum sequer” (Rm 3.10-12); “pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus” (Rm 3.23). O apóstolo João também disse: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (I Jo 1.8). 14 A realidade do pecado traz as conseqüências inevitáveis que são a culpa e o castigo. “Portanto, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens” (Rm 5.12). Paulo não estava falando de pecados factuais, do dia-a-dia, mas da herança do pecado. A morte, como punição do pecado, tem um caráter universal, porque “a morte passou a todos os homens”. Por causa do pecado de Adão, todos os seus descendentes tomaram-se pecadores e culpados. Porém, Deus providenciou a nossa expiação — nas palavras de Paulo — outra vez: “Mas Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8).
Por isso, mesmo como pecadores regenerados pelo Espírito Santo precisamos negar-nos a nós mesmos, tomar a nossa cruz e sermos crucificados com Cristo (G1 2.20).
Todo ser humano nasce com uma natureza corrompida. Todos os atos pecaminosos das pessoas são frutos de sua natureza pecaminosa. O salmista Davi declarou que fora formado em iniqüidade e concebido em pecado (SI 51.5). Na verdade, com isso, confessou não o pecado de sua mãe, e sim o seu próprio pecado, e que esse estado — entendeu ele — vinha desde o momento de sua concepção. A criança é despida de consciência moral, mas congênita- mente possui a natureza pecaminosa herdada. No Juízo Final, as pessoas serão julgadas mediante o teste da conduta pessoal, enquanto as crianças, mesmo tendo uma tendência para mal, são incapazes de transgressão pessoal; por isso, cremos que elas estarão entre os salvos (Mt 25.45,46).
O pecado não respeita raça, status social, idade ou conhecimentos intelectuais. O pecado é como um vírus mortal que infecta o ser humano. Traz sérias consequências a todos. Para o primeiro casal, assim como para toda a sua posteridade trouxe a morte espiritual e física. Is 59.2. O juízo de Deus também veio sobre o tentador. A mulher recebeu uma punição específica – Gn 3.1. E o homem também recebeu sua maldição. A terra foi amaldiçoada e o efeito do pecado atingiria a vida de todos os descendestes do primeiro homem. Entretanto, a pior consequência foi a morte espiritual, pois assim, perdeu a sua comunhão com o seu Criador.
O texto de Romanos 3.9 diz, literalmente: “Pois quê? Somos melhores do que eles? De maneira nenhuma, pois já demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado”. Quando Paulo escreveu sobre esse assunto, estava enfrentando discussões e polêmicas entre os cristãos convertidos em Roma, cidade que reunia judeus e gentios.
Cada qual tentava justificar sua posição diante de Deus. Paulo, então, colocou ambos na mesma condição e posição, quando disse: “Todos estão debaixo do pecado”. Uma vez que pecado é transgressão da lei de Deus, o próprio judeu que possuía a lei de Deus foi o primeiro a pecar contra ela.
O gentio, por outro lado, não tinha a lei de Moisés, mas tinha a lei da consciência escrita no coração e não podia justificar-se diante de Deus, tanto quanto o judeu. Paulo mostrou aos Romanos, em 3.10-12, a universalidade do pecado; e terminou enunciando o veredicto final de Deus contra o pecado em 3.19,20. O judeu tendo a lei de Moisés não conseguiu justificar-se do pecado mediante as obras da lei, e está incluído na universalidade da frase: todos estão debaixo do pecado”. O remédio para o pecado está, não em algum mérito pessoal do pecador, mas no mérito da obra expiatória de Cristo que tira o pecador do estado de pecado e o coloca “debaixo da graça salvadora de Deus através de Cristo Jesus (Rm 5.1). Vemos, então, que “o pecador é salvo com base meritória, mas o mérito é daquEle que foi feito justiça de Deus para ele”.
O pecado deu origem a um estado pecaminoso que afetou toda a raça humana. Myer Pearlman afirmou: “O efeito da Queda arraigou-se tão profundamente na natureza humana, que Adão, como pai da raça humana, transmitiu a seus descendentes a tendência ou inclinação para pecar”. Neste aspecto toda criatura humana é pecadora porque adquiriu a imagem degenerada e decaída de seu pai.
A punição final do pecado é a morte eterna, ou seja, o juízo final contra o pecado (Hb 9.27). A morte eterna é a culminância e complementação da mor- te espiritual. Diz respeito à repugnância da santidade divina que requer justiça contra o pecado e contra o pecador impenitente. Significa a retribuição positiva de um Deus pessoal, tanto sobre o corpo como sobre a sua alma e espírito (Mt 10.28; 2 Ts 1.9; Hb 10.31; Ap 14.11).
Quem aceitou a Cristo continua sobre o poder do pecado? Rm 6.14 ensina que o pecado não terá domínio sobre vós. Corremos o risco de pecar devido à nossa natureza pecaminosa herdada de Adão.
Podemos resistir ao diabo – Tg 4.7; jejuar e orar – Mc 9.29; obedecer à vos do Espírito – Gl 5.16; e não seguir o próprio coração – Mt 15.19.
O FIM DO PECADO
O único remédio para o pecado é o sangue de Jesus. O pecado foi vencido por Cristo na cruz. A idéia do purgatório, ensinada pela igreja romana, de que o purgatório é um período probatório pelo qual, entre a morte e a ressurreição, os pecadores que morreram serão provados e poderão se recuperar e se livrar da pena final de seus pecados. Por último, a teoria da aniquilação ensina que, ao final de tudo, no juízo, todos os ímpios serão aniquilados; isto é, extinguidos, como quem extingue uma folha de papel no fogo que vira cinza. Interpretam erradamente 2 Tessalonicenses 1.9; substituem a palavra “aniquilar” por “extinguir”. O sentido bíblico de “aniquilar” é “banir” da presença de Deus.
A questão do pecado encontra resposta e solução quando encontramos na Bíblia a declaração de Paulo de que Deus propôs Jesus Cristo como propiciação pelo seu sangue, para receber toda a carga da ira de Deus contra o pecado (Rm 3.25; 2 Co 5.21; G1 3.13). Significa que a cruz foi o meio pelo qual Deus castiga o pecado. O próprio Deus, perfeito em justiça, tornou possível a expiação dos pecados por aquele que se fez nosso justificador perfeito (Rm 3.26).
MOISÉS DUARTE
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