TEXTO ÁUREO: “Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar-vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu me sinta animado também, tendo conhecimento da vossa situação” Fp 2.19.
Se for da vontade do Senhor, brevemente enviarei Timóteo para vê-los. Assim, na volta ele poderá me animar contando-me tudo a respeito de vocês e de como estão passando. Bíblia Viva
Paulo anuncia sua intenção de fazer uma visita a seus leitores dentro em breve (v. 24), mas planeja enviar Timóteo antes disso. Espero no Senhor Jesus. Paulo e Timóteo, como companheiros cristãos, partilham do mesmo sentimento. Seus planos e esperanças formam-se à luz de sua união com Cristo; quase se poderia dizer que "o Senhor Jesus" constitui a razão dentro da qual Paulo e seus companheiros agem e pensam (cf. v. 24, "confio no Senhor").
Paulo espera, então, enviar-lhes Timóteo em breve — não imediatamente, parece, mas quando o provável resultado de seu processo judicial ficasse mais claro (cf. v. 23). Paulo estava ansioso por receber notícias deles, e ficaria mais animado ao recebê-las. As notícias que Paulo aguardava o deixariam cheio de confiança em que continuavam unidos de coração e de propósito, capazes de repelir as ameaças contra a fé e contra a vida em Cristo. Com frequência Timóteo era enviado por Paulo como mensageiro. Ele enviou Timóteo a Tessalônica, partindo de Atenas (1 Tessalonicenses 3:1-5) e a Corinto, partindo de Éfeso (1 Coríntios 4:17; 16:10, 11).
Na verdade não há nenhuma ameaça especial por meio de heresias ou algo semelhante à vista, em relação a esta igreja. Por toda a carta de filipenses ecoa um tom cordial e confiante. No entanto, as exortações podem sim, ter um fundo bem específico: “PREVENTIVO”. Nesse caso também seria particularmente compreensível que Paulo pretende enviar a Filipos o melhor colaborador de que dispõe.
De qualquer maneira Paulo sempre viu todas as igrejas, mesmo a melhor, ameaçada pela tendência pecaminosa para a desunião, o egoísmo e a imoralidade que dormita em nosso coração humano. Com certeza também não considerou insignificantes as tribulações a que os filipenses eram expostos diariamente por parte dos “adversários” da esfera espiritual. Por isso ficará feliz ao ser informado justamente por uma pessoa totalmente confiável a respeito da situação da igreja em Filipos em todos os sentidos.
INTRODUÇÃO
Em todo o texto da leitura bíblica em classe, o apóstolo Paulo está destacando o trabalho fiel e dedicado de dois servos de Deus: Timóteo e Epafrodito. A recomendação do V-29 resume o conteúdo destas recomendações, onde lemos: "...tende em honra a homens tais como ele". São muitos os textos bíblicos que nos ensinam sobre a necessidade deste reconhecimento a pastores e líderes fiéis.
"Ora, rogamos-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós." (I Tess. 5:12-13)
"Os anciãos que governam bem sejam tidos por dignos de duplicada honra, especialmente os que labutam na pregação e no ensino. Porque diz a Escritura: Não atarás a boca ao boi quando debulha. E: Digno é o trabalhador do seu salário." (I Tim. 5:17,18)
Paulo estava preso em Roma, mas continuava a cuidar da Igreja à distância, não somente com suas orações, mas também enviando orientações por carta e, também através de servos fiéis, como Timóteo e Epafrodito, este último, vindo a ele enviado pela igreja de Filipos. O envio destes dois homens objetivava cuidar/apascentar daquele rebanho até a chegada de Paulo.
A PREOCUPAÇÃO DE PAULO COM A IGREJA
O bom e verdadeiro pastor além de dar a vida pelas ovelhas está disposto a servir antes de ser servido. No v.20 podemos ver a preocupação de Paulo com o bem estar de toda a igreja: “...que tenha interesse sincero pelo bem-estar de vocês”. Alguns anos antes Paulo havia descrito aos romanos a nítida característica de todo cristão: “Nenhum de nós vive para si… se vivemos, é para o Senhor que vivemos” (Rm 14.7s). Agora ele mesmo precisa constatar penosamente, em vista de seus colaboradores mais íntimos: “Todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é do Cristo Jesus”. E isto preocupava o apóstolo. Pastores e líderes que buscavam seus próprios interesses em detrimento do rebanho do Senhor. O temor de Paulo era que a igreja se tornasse presa fácil para falsos pastores e mercenários. A segurança espiritual do rebanho era prioridade para Paulo.
E para não ficar sobrecarregado, Paulo como todo bom líder, formou os seus obreiros. Quando Paulo pronuncia o nome de seu discípulo, o colaborador que ele mesmo convocou para o serviço (At 16.1-3), tem vivamente diante de si a forma com que Timóteo o serviu afetuosamente, “como filho ao pai”. O decisivo não é o serviço que Paulo recebeu desse homem, mas que “junto com ele serviu ao evangelho”, ou seja, a colaboração de Timóteo não foi para Paulo, e sim, em prol do evangelho de Cristo. De forma maravilhosamente bela, porém, a primeira frase entrelaça a afetuosa posição filial do mais jovem diante do mais velho e mais importante, Paulo, e apesar disso toda a supremacia do evangelho, que torna secundária qualquer ajuda pessoal, unindo ambos os homens no serviço à grande incumbência comum: SERVIR AO EVANGELHO.
Os filipenses necessitam de alguém com total desinteresse, e que esteja preocupado com as questões deles, e Paulo era exatamente desta forma, bem como o seu auxiliar Timóteo. Precisamos de obreiros que amem a igreja do Senhor antes de seus interesses próprios. A relação do pastor com a igreja que apascenta não é uma mera relação comercial. A igreja não é um negócio, e o pastor não é gerente nem patrão.
O ENVIO DE TIMÓTEO À FILIPOS
Quando Paulo diz a respeito de Timóteo: a ninguém tenho de igual sentimento, ele usa uma expressão semelhante àquela usada no v. 2, em que exorta seus leitores a ter "o mesmo ânimo". Aqui está um homem que tem "o mesmo modo de pensar" e "o mesmo amor" e pensa "a mesma coisa" em relação a Paulo, ou seja, é um imitador de Paulo, como este é de Cristo. Paulo descobriu que Timóteo é um companheiro do mesmo temperamento e mesmo sentimento, mas aqui ele está pensando, num aspecto particular, no caráter de Timóteo: Timóteo partilha os sentimentos de Paulo: a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso bem-estar. Paulo os estimulou a buscar os interesses alheios: "cada qual (atente) também para o (interesse) que é dos outros”.
Até mesmo entre os crentes com quem Paulo mantinha contato, na época em que escreveu esta carta, havia muitos que colocavam seus interesses acima e antes dos interesses de todos, ou estavam muito preocupados, buscando mais o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus.
Timóteo é elogiado pelo apóstolo e colocado como modelo de pastor. Algumas qualidades apontadas são:
Cuidado sincero da Igreja de Cristo: Timóteo era um pastor que não buscava os seus próprios interesses, mas um pastor que buscava, com toda sinceridade, o "bem-estar" do rebanho. O Salmo 23 apresenta o Supremo Pastor, que cuida das ovelhas em toda e qualquer circunstância, e este é o modelo que cada pastor aqui na terra precisa colocar diante de si. Jesus é o Bom Pastor , e foi assim apresentado pelo profeta Isaías: "Como pastor ele apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente." (Isaías 40:11)
Deus é justo juiz e não deixará impune os pastores que deixam de lado as ovelhas, para se apascentarem a si mesmos, como bem fica demonstrado em Ezequiel 34:8-10: "Vivo eu, diz o Senhor Deus, que porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas, pois se apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas; portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos requererei as minhas ovelhas, e farei que eles deixem de apascentar as ovelhas, de sorte que não se apascentarão mais a si mesmos. Livrarei as minhas ovelhas da sua boca, para que não lhes sirvam mais de pasto."
O pastor Timóteo vivia integralmente a recomendação de Atos 20:28 e tinha plena consciência de que o "rebanho" é do Senhor e, por isso, "cuidava sinceramente de seu "bem-estar": "Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue."
Caráter provado e aprovado: "Sabei que provas deu ele de si". Ele não entra em detalhes sobre estas provas, mas, sem dúvida, era seu testemunho da integridade de caráter do pastor Timóteo, seu filho na fé e companheiro na obra do Senhor. Timóteo é apresentado por Paulo como "fiel no Senhor", quando enviado à igreja de Corinto.
"Por isso mesmo vos enviei Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor; o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda parte eu ensino em cada igreja." (I Cor. 4:17)
As qualidades que recomendavam Timóteo perante Paulo, como sendo companheiro adequado e representante confiável de seu ministério apostólico, eram qualidades que poderiam muito bem ter elevado esse jovem a posições pessoais vantajosas, houvesse ele decidido pô-las no interesse de sua própria carreira. Um ou dois nos antes, Paulo ficara desapontado com outro jovem, João Marcos, de Jerusalém, que se despedira do apóstolo e de Barnabé, no meio de uma viagem missionária, e voltara para casa (Atos 13:13; 15:38). Timóteo era, de igual modo, um jovem talentoso, mas Paulo discerniu nele a promessa de estabilidade maior, e o apóstolo não ficou desapontado.
Satanás tem, como nunca, procurado, com suas artimanhas, derrubar os pastores e líderes para manchar e denegrir o Evangelho, especialmente no que diz respeito ao caráter. Precisamos, como povo de Deus, clamar pela misericórdia do Senhor e pelo fortalecimento espiritual e por um maior comprometimento de nossos líderes com a obra do Senhor.
EPAFRODITO, UM OBREIRO DEDICADO
Antes ainda de Timóteo partir, Paulo tem outro emissário pronto para ir a Filipos. Epafrodito, emissário da igreja filipense em visita a Paulo, deveria voltar imediatamente, sem esperar para saber como seria decidido o processo de Paulo. Epafrodito havia vindo de Filipos, a fim de visitar Paulo, trazendo-lhe uma oferta daquela igreja (cf. 4:18). possível mesmo que os crentes filipenses tenham instruído Epafrodito a permanecer ali, após haver entregue a oferta a Paulo, a fim de ajudá-lo naquilo que porventura o apóstolo estivesse necessitando. Esta idéia pode ter surgido por tê-lo Paulo chamado de vosso enviado ou "mensageiro" (gr. apostolos). Os "mensageiros apostoloi das igrejas" gozavam de status especial, como representantes credenciados de suas igrejas, para propósitos específicos (cf. 2 Coríntios 8:23, "são embaixadores das igrejas"). É provável que a igreja filipense tivesse tido a intenção de deixar Epafrodito mais tempo ao lado de Paulo, para prover às suas necessidades, representando a igreja. Paulo deixa bem claro que ele é o responsável por enviar Epafrodito de volta antes do tempo esperado. Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, diz o apóstolo, e prossegue, dando as razões disso. Pouco depois de sair de Filipos, Epafrodito caíra doente. Os filipenses souberam disso e ficaram preocupados. Nosso mau costume humano, porém, talvez levasse posteriormente a comentários em Filipos: provavelmente não foi tão grave assim! Por isso Paulo atesta expressamente: “Com efeito, adoeceu mortalmente.”
O apóstolo destaca o ministério de seu companheiro na obra do Senhor e, apresenta algumas qualidades de Epafrodito:
Disposição para o trabalho: Epafrodito era um verdadeiro "cooperador" que se colocava ao lado do apóstolo na realização da obra do Senhor. Epafrodito era alguém que se entregava àquilo que fazia de corpo e alma e isto alegrava muito ao apóstolo Paulo. Infelizmente não são muitos os servos disponíveis que colocam integralmente o coração naquilo que fazem. Alguns entregam as sobras de suas disponibilidades e muitos são negligentes e displicentes no Reino de Deus.
"Maldito aquele que fizer a obra do Senhor negligentemente..." (Jer. 48:10)
Espírito sacrificial: Epafrodito era corajoso e estava pronto a arriscar a sua própria vida pelo Evangelho. O versículo 30 diz que ele arriscou a vida e chegou até às portas da morte. Mas, o fato é que Epafrodito colocava seu ministério e a obra do Senhor acima de sua própria vida e, assim, cumpria integralmente o que diz em Atos 20:24:
"Mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus."
CONCLUSÃO
“Honrai sempre a homens como esse”. Na igreja daquele tempo não havia “cargos” com “direitos e deveres”, que assegurassem ao encarregado a honra e o reconhecimento. Paulo dá grande valor para a necessidade de a igreja reconhecer e valorizar isto plenamente. Conhece a tendência de nosso coração maligno de considerar nossos próprios esforços extremamente relevantes, mas passar facilmente despercebido daquilo que outros realizam. Paulo, portanto, ensina os filipenses e também a nós a reconhecer com afetuosa justiça a realização e o empenho de colaboradores, até mesmo quando seu agir não corresponde aos nossos pensamentos e planos.
O apóstolo destaca, não somente a fidelidade de seus companheiros Timóteo e Epafrodito, mas também a generosidade da Igreja de Filipos. Algumas características desta igreja são apresentadas para que imitemos:
O terno cuidado com o ministério pastoral: Epafrodito era "enviado" da igreja para "socorrer" o apóstolo em suas necessidades. Em Filipos havia uma igreja que cuidava com carinho do apóstolo, procurando suprir-lhe, não somente com recursos materiais, mas também levando o calor humano na pessoa de Epafrodito. O apóstolo não pediu esta atenção, mas ela surgiu espontaneamente por parte da igreja, movida pelo amor.
Um relacionamento amorável entre os irmãos: Epafrodito sentia saudade de todos os irmãos da igreja e todos da igreja se preocupavam com a sua saúde (V 26). Quando o amor reina no coração do povo de Deus, a obra do Senhor avança vitoriosamente porque o amor é o vínculo da perfeição.
"E, sobre tudo isto, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição." (Col. 3:14)
Quanto aos obreiros do Senhor, almejamos que estes apascente “o rebanho de Deus..., tendo cuidado dele não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” 1Pe 5.2,3.
“A igreja pertence a Cristo, e nós, os obreiros, somos os servidores desta grande comunidade espalhada por Deus pela face da terra”. Elienai Cabral
Muito bom o comentário!
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