A SUPREMA ASPIRAÇÃO DO CRENTE


     Antes de iniciarmos o comentário desta lição, faz-nos necessário definir o que é aspiração. Aspiração: Desejo profundo de atingir uma meta espiritual; sonho; ambição. Isto mesmo: Ambição. Nesta lição veremos quais eram as ambições de Paulo nesta vida. Sempre que tratamos sobre o tema ambição, o tratamos como algo negativo, entretanto, desta feita, a veremos de maneira positiva, ou seja, o lado bom da ambição cristã.
     Nos hodiernos dias, muitos dos cristãos se veem lutando ferozmente por muitas conquistas: bens materiais, fama, prestigio, reconhecimento, poder e lucro$$$$$. Querem a todo custo, não importando como, serem bem-sucedidas. Até a forma de pregar o evangelho está muito mudada. O evangelho não tem sido anunciado como boas novas de transformação de caráter, conduta e convicções, e sim, como um caminho para a solução de todos os problemas financeiro$$$ ou mesmo para o sucesso profissional ou emocional. Vende-se de tudo no evangelicalismo atual: sal grosso, arruda, amuletos, bálsamos, etc. tudo em nome de uma aspiração contrária à Palavra de Deus. Estão esquecendo-se da recomendação bíblica: “Que adianta o homem ganhar o mundo inteiro, e perder a sua alma?”. Meu amado irmão, quais tem sido suas aspirações e anseios? Qual tem sido o seu alvo? Aprenderemos sobre qual deve ser a verdadeira aspiração cristã, tendo como exemplo o apóstolo Paulo.

   TEXTO ÁUREO: “Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Paulo atém-se ao exemplo do atleta que corre na sua prova, para falar acerca de sua meta como cristão. Sabemos que todos os atletas que participam de uma prova de atletismo, não podem possuir a faixa de campeão enquanto não cruzarem a linha de chegada. Ele deve continuar correndo até que o prêmio lhe seja atribuído. Assim Paulo usa a expressão prossigo, pois, sabia que não havia ainda alcançado o prêmio da soberana vocação em Cristo. Não se deve parar no meio da corrida!

     Versículo 12. Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Alguns dos que Paulo tinha ganhado para Cristo, imaginavam já terem alcançado a perfeição. Entretanto Paulo faz questão de enfatizar que esta completude espiritual, só será possível de ser alcançada quando formos glorificados com Cristo. Mesmo estando encarcerado o apóstolo afirma que se faz necessário prosseguir em frente. O sempre crescente conhecimento de Paulo a respeito de Cristo, o fato de o apóstolo partilhar, aqui e agora, tanto os sofrimentos quanto o poder da ressurreição de Cristo, tudo isso o leva cada vez mais perto do alvo; entretanto, enquanto ele estiver no corpo, esse alvo permanecerá à sua frente, distante. Jamais, nesta vida, Paulo atingirá a perfeição, no sentido que não lhe será possível afirmar: não posso obter maior progresso espiritual, e nada mais existe para ser almejado, além do ponto que já atingi.
     Existem muitos cristãos hoje, ou mesmo líderes cristãos que baseados em seus conhecimentos teológicos, acham-se em um nível de completude tal, que se acham no direito de afirmar que não necessitam mais frequentar a Escola Dominical, ou ir aos cultos de ensino, pois, já sabem tudo. Paulo era um homem de alto conhecimento teológico e intelectual, e mesmo assim, tinha a convicção de aprender sempre mais. Lembremo-nos da recomendação: “Conheçamos e PROSSIGAMOS em conhecer ao Senhor”

     Versículo 13. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim. É como se Paulo estivesse afirmando: "Não, de modo nenhum, eu não consigo imaginar que já tenha atingido a perfeição, nem que tenha cumprido o propósito para o qual fui chamado ao serviço de Cristo; eis porque continuo minha luta." Paulo não se deixa enganar nem ser influenciado pelos ensinos do gnosticismo. Os seguidores deste movimento religioso acreditavam ter alcançado tal perfeição e acreditavam que não tinham mais nada que aprender. Paulo instrui a igreja de Filipos para que não sejam ludibriados por este falacioso ensino. O maratonista só recebe o prêmio quando cruza a linha de chegada, vale lembrar. Assim também o é no campo espiritual. Só alcançamos a perfeição quando terminamos a carreira e ganharmos a vida eterna, pois o prêmio está na chegada, e não na largada. Para isto é preciso manter o foco. Paulo afirma: PROSSIGO PARA O ALVO! Que possamos deixar de lado os embaraços desta vida. Quando Paulo contemplou tudo quanto havia realizado na obra apostólica, isso serviu para reforçar sua resolução de prosseguir, da forma como havia iniciado, esquecendo-se das coisas que para trás ficam.

     Versículo 14. Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Há um prêmio a ser concedido, e Paulo está determinado a ganhá-lo. Ele usa a expressão prossigo (gr. skopos) que passa uma ideia de ‘perseguir’. Assim como Paulo, outrora, perseguia os cristãos, agora, com a mesma determinação e empenho ele persegue o tal prêmio. O maratonista espera ao final da corrida, ouvir o presidente daquele jogo chama-lo ao pódio. Em certas ocasiões especiais, em Roma, este chamado poderia provir do próprio imperador; com que orgulho o atleta vencedor atenderia ao chamado, caminhando até a tribuna imperial a fim de receber o prêmio! Para Paulo, o presidente dos jogos não era outro senão Jesus, seu Senhor; o prêmio seria fruto da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus, ou, de modo mais simples, "o chamado para cima, vindo de Deus, em Cristo Jesus".
     A palavra traduzida por prêmio (gr. brabeiorí) é usada em 1 Coríntios 9:24: "os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio." Paulo tenciona ganhar o prêmio; todavia, existe um prêmio para todos que terminarem a corrida; Paulo recomenda seu próprio exemplo a seus leitores (1 Coríntios 9:24), de tal maneira que tomem a ambição dele para si mesmos. E que poderá ser esse prêmio senão receber de modo definitivo o Cristo, por amor de quem, como diz Paulo, vale a pena perder tudo o mais?

     Versículo 15. Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. A NIV está certa ao traduzir teleioi ("perfeitos") como "maduros", nesta passagem. Paulo não estava se referindo à perfeição no sentido de completude espiritual, e sim, de maturidade espiritual. Pode-se ter certeza de que se algum leitor de Paulo afirmasse ser perfeito, num sentido que não poderia ser real, atingível, senão no dia de Cristo, haveria uma palavra de admoestação para esse crente: reconhecer que tal perfeição é inatingível durante nossa vida mortal aqui.
     Nesta maturidade sejamos sóbrios e vigilantes e, reconheçamos que somos carentes de um maior conhecimento acerca da pessoa bendita de Cristo. Algumas vezes tratar de viver uma perfeita vida cristã pode ser tão dificultoso que nos pode esgotar e desanimar. Podemos nos sentir tão longe do perfeito, que nunca agradaremos a Deus com nossas vidas. Paulo usou o termo perfeito, para significar amadurecido ou completo, não irrepreensível. Aqueles que são amadurecidos deveriam perseverar no poder do Espírito Santo, sabendo que Cristo revelará e encherá qualquer discrepância entre o que somos e o que deveríamos ser.
     Se pensais de outra maneira, também Deus vo-lo revelará. Supondo-se que Paulo esteja discutindo com aqueles que afirmavam possuir uma perfeição prematura, a palavra também pode significar que, além e acima das "visões e revelações" que eles se vangloriavam de ter recebido (cf. 2 Coríntios 12:1), havia questões de vivência cristã que lhes deveriam ter sido reveladas também. De outra forma, o ponto central pode ser que, por haverem aceitado a revelação divina que conduz a uma atitude característica da maturidade espiritual, eles poderiam confiar em Deus. Aí, o Senhor lhes concederia qualquer revelação espiritual que lhe fosse necessária a fim de remover-lhes quaisquer inadequações ou incoerências no modo cristão de ver as coisas.

     Versículo 16. Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra e sintamos o mesmo.  Não estava o apóstolo querendo dizer que deviam caminhar segundo os preceitos da Lei mosaica, e sim andar em conformidade com a sã doutrina Cristã. O maratonista durante o seu percurso no estádio não pode sair da linha (raia) ou será desclassificado, e nós também, não devemos nos desviar da Palavra, ou nunca alcançaremos a Cristo, o nosso alvo. A maturidade cristã implica atuar em seguir a instrução que você já recebeu. Sempre podemos nos desculpar dizendo que ainda temos muito por aprender. A instrução para nós é viver de acordo com o que já conhecemos e deixar aquilo que já aprendemos que não devemos fazer. Não nos convém nos distrair com uma busca interminável da verdade. 
     “Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência, perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou. E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.  E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.” 2Tm 3.10-15.
     Paulo estimula os crentes filipenses a prosseguirem na marcha avante, como comunidade coesa, ombro a ombro, de acordo com o ensino que haviam recebido do apóstolo, desde o princípio, quando dele receberam o evangelho.

     Versículo 17. Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam. Toda a vida de Paulo era focada em Cristo, por ismo mesmo, o apóstolo tem cacife para instruir os filipenses a serem imitadores de si mesmo. Isto não significava, naturalmente, que deviam copiar cada coisa que ele fazia; ele já tinha estabelecido que não era perfeito (3.12). Quis lhes dar a entender que assim como sua vida estava centrada em Cristo, a deles também deveria está-lo. Que Paulo pudesse dizer às pessoas que seguissem seu exemplo é um testemunho de seu caráter. Você pode fazer o mesmo? Que classe de seguidor seria um cristão novo se o imitasse a você? Há muitos mestres itinerantes cujo exemplo seria desastroso seguir. Paulo recomenda seu próprio exemplo e o de outros que, como ele, seguem o caminho de Cristo. Um homem como Paulo assumir esta atitude significava que ele precisava ser excepcionalmente cuidadoso na conduta, de modo que seu exemplo não fosse uma pedra de tropeço espiritual para os outros, ou até mesmo induzi-los ao pecado, ainda que sem essa intenção. E o apóstolo exortava seus convertidos a serem igualmente cuidadosos: "Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem para a igreja de Deus. Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar. Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo" (1 Coríntios 10:32;11:1).
     Estas últimas palavras são cruciais: não é que Paulo desejasse estabelecer sua própria vida como um padrão ético; ele apresentava a Cristo como o padrão absoluto, tanto no ensino quanto na ação. Ele próprio só deveria ser imitado desde que e até onde imitasse a Cristo; a imitação de Cristo era um exercício que Paulo praticava todos os dias. Sabia que muitos de seus convertidos o imitariam, de qualquer maneira, e sabia também que se seu exemplo os induzisse ao erro, não teria uma resposta satisfatória para isso no dia de Cristo. Daí o cuidado com que ele praticava incessante autodisciplina, de modo que, "pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado" (1 Coríntios 9:27).

CONCLUSÃO
     As dificuldades e tentações que os cristão enfrentaram na época do apóstolo, e que serviram à vida espiritual naquela época são os mesmos de hoje, e até piores. Daí a necessidade de mantermos o foco em conhecer mais de Cristo. E este conhecer não significa ter conhecimento por ouvir falar, e sim, por ter intimidade com Ele, comunhão com Ele.
     Hoje, prega-se muito um evangelho de facilidade, de mar de rosas e sem espinhos. Entretanto, não foi este evangelho que o nosso mestre nos prometeu. “No mundo tereis aflições...”, ou ainda, “e odiados de todos sereis por causa do Meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo”. Rejeitemos esta fantasia de uma falsa vida genuinamente cristã, e tenhamos como verdadeira aspiração o ganhar a Cristo. O que significa ganhar a Cristo? Estar em comunhão com Ele, ter a presença Dele, ser membro do corpo Dele, ser edificado Nele, cuidado e protegido por Ele.
     “E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível”. 1Co 9.25.

                                                                     Moisés Duarte 

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Autor MOISÉS DUARTE

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