Opressão vs Possessão

O relato do endemoninhado gadareno encontra-se também em Mateus e Lucas, com algumas variações. O fato revela informações sobre a possessão demoníaca e o poder absoluto de Jesus Sobre todo o reino das trevas. É o prenúncio da vitória final de Cristo sobre Satanás e seus anjos. E não somente isso, mas também uma prova viva de que podemos confiar em Jesus.


Harmonização nas narrativas. Mateus afirma que foram dois endemoninhados (Mt 8.28). Mas Marcos e Lucas registram apenas um (Mc 5.2; Lc 8.27). Os pormenores descritos em Marcos são de um só, razão pela qual a narrativa está concentrada nele. Marcos e Lucas registraram apenas o mais violento e o mais feroz deles. O outro detalhe é que Mateus apresentou apenas um resumo do episódio, pois a sua ênfase é a autoridade de Jesus sobre os espíritos malignos. Mateus omite o fato de o porta-voz dos demônios se identificar como “legião” e também o desejo de o gadareno, após sua libertação, seguir a Jesus.

Um quadro estarrecedor. O endemoninhado gadareno vivia nos sepulcros, desnudo, e era tão violento que nem mesmo os grilhões e as cadeias podiam detê-lo. Corria pelos montes e desertos e se feria com pedras. O fato de procurar viver nos sepulcros já era uma demonstração de sua total anomalia. O comportamento violento e sobrenatural do gadareno, para sua própria destruição, e para a perturbação de seus vizinhos, revela a natureza destruidora de Satanás.

A soberania de Jesus. Nessa passagem, vemos que aqueles demônios, ou pelo menos o porta-voz deles, suplicando, pediram três coisas: que Jesus não os mandasse para outra região (v.10), que não os mandasse para o abismo antes do tempo (Mt 8.29), e que lhes permitisse entrar na manada de porcos que passava pelo local na ocasião (vv.11,12). Os demônios não são nada diante do Senhor Jesus. Marcos Parece mostrar satanás e seus demônios como inconvenientes, e não como seres todo-poderosos diante de Jesus (Mc 1. 23-26, 34; 3.11). O inimigo de nossa alma não pode fazer o que quer (Jó 1.12; 2. 4-5). Os demônios fizeram esses pedidos porque não podiam resistir ao poder de Jesus.

A libertação do oprimido. A extraordinária libertação do gadareno logo chamou a atenção do povo. Muita gente se reuniu para ver o que havia acontecido, pois a cura repentina do endemoninhado era algo espantoso. Encontraram o homem em perfeito juízo, vestido e junto com Jesus (Lc 8.34-36). Glorificamos a Deus quando vemos pessoas oprimidas pelo maligno sendo libertadas pelo poder de Jesus. Ele nos delegou essa tarefa (Mt 10.8; Lc 10.19,20).

A presença de Jesus. O poder e a presença de Jesus incomodam o reino das trevas. O espírito imundo perguntou: “Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?” (Mt 8. 29) . Isto mostra que a presença de Jesus é um tormento para o reino das trevas e também que esse encontro serviu como prenúncio da condenação final do Diabo e seus anjos (Mt 25. 41).

Uma legião. Jesus perguntou como o espírito imundo se chamava, ao que ele respondeu: “Legião é o meu nome, porque somos muitos” (v.9). Uma legião romana era constituída por 6.000 soldados. Ainda que o número de demônios não seja exato, ou que Legião seja uma identidade, eles eram muitos. Eles são numerosos e poderosos, organizados e batalham sob uma mesma bandeira, a de Satanás.

Expulsar e não dialogar. Alguns procuram estabelecer diálogo com os demônios porque Jesus perguntou ao espírito imundo qual era o seu nome. Isso é visto com frequência nos movimentos neopentecostais pela mídia televisiva. “Expulsai os demônios” (Mt 10. 8) . Esta é a ordem que recebemos do Senhor, e não de manter diálogo com eles. O Diabo é o pai da mentira (Jo 8. 44). Ninguém deve acreditar nem ficar impressionado com as declarações dos demônios, porque eles são mentirosos. Isso ocorreu porque o demônio era obrigado a confessar publicamente quem era o responsável pela miséria do gadareno.

Sobre a manada de porcos. A população de Decápolis era mista, composta por judeus e gentios. A criação de porcos não era permitida aos judeus; por isso, é provável que o porqueiro fosse gentio. O prejuízo foi grande, já que eram dois mil porcos (v.13).

Os porcos não resistiram à opressão e se precipitaram por um despenhadeiro, afogando-se no lago (Lc 8. 33). A tradição judaica dizia que demônios e porcos são uma boa combinação. Os judeus consideravam os demônios e os porcos como pertencentes à mesma ordem, e os porcos eram considerados o lar dos espíritos imundos. Essa tradição parece ser expressa quando os demônios pediram para entrar na manada de porcos.

O estranho pedido do povo. Jesus foi convidado a se retirar da terra dos gadarenos por causa do prejuízo dos porqueiros (Mc 5.16,17). Os porcos valiam mais que a vida humana, na concepção daquela gente.
Essa estranha recepção causa-nos tristeza e espanto: como o herói é convidado a se retirar? Hoje não é diferente. Há os que substituem Jesus por qualquer coisa. É muito comum “coisificar” as pessoas e personificar as coisas.

Para alguns hoje em dia os animais valem muito mais do que o ser humano. Os noticiários mostram diariamente como muitos governantes tratam os imigrantes de modo inferior aos animais. Esse espírito já existia nos tempos do Novo Testamento (Lc 13.15,16). Na passagem que estudamos, aquela população rejeitou Jesus.


GUERRA ESPIRITUAL

Paulo escrevendo aos crentes de Éfeso deixa claro que estamos em uma guerra, sem pausa nem trégua. E que essa guerra não é contra carne nem sangue, ou seja, não é contra pessoas, mas contra o diabo e seus mensageiros (Ef 6.12). Eles são assassinos, ladrões e inimigos e como tais querem matar, roubar e destruir (Jo 10.10).

Os demônios aparecem como agentes de Satanás causadores de males, dando às suas vítimas características típicas, como força sobre-humana (Mt 8.28; 17.15; At 19.16), poder de adivinhar (At 16.16) e conhecimento sobrenatural (v.7). Por comodismo religioso ou por medo de admitir a realidade do confronto espiritual, muitos evitam falar sobre o assunto. 

A PALAVRA ESTÁ REPLETA DE VERSÍCULOS E RELATOS QUE FALAM ACERCA DAS CONSTANTES TENTATIVAS DO DIABO DE DERROTAR OS SALVOS.  VAMOS ANALISAR DOIS ASSUNTOS DE GRANDE INTERESSE RELACIONADOS À BATALHA ESPIRITUAL:  OPRESSÃO E POSSESSÃO DEMONÍACA.

I – OPRESSÃO

Nesse nível os demônios exercem poder sobre uma pessoa sem possuí-la. Induzem a práticas que fogem aos princípios básicos bíblicos, morais e éticos. Há no Novo Testamento diversas referências à opressão demoníaca, Lc 4.18; At 10.38. As forças do mal invadem o ambiente, tornando-o pesado e carregado. Assediam as pessoas, exercendo pressão sobre elas e, muitas vezes, as levam à exaustão e à depressão. Os demônios buscam os pontos mais vulneráveis das pessoas. Com isso, enfraquecem suas resistências morais e espirituais. Eles trazem preguiça, desânimo, incertezas, indiferença, desobediência, etc. Para trazer males à Igreja, o inimigo procura frequentemente agir na família.

Mesmo um cristão pode ser influenciado em sua mente por agentes espirituais demoníacos, uma vez que, está vivendo na dimensão da “carne”. A despeito de salvos é verdade que os cristãos são alvos constantes dos ataques de satanás. No Antigo Testamento podemos citar o exemplo do patriarca Jó. Homem justo e fiel, mas por permissão divina, foi oprimido pelo tentador. O próprio Cristo no deserto e no jardim do Getsêmane foi duramente tentado pelo diabo. Muitas vezes Deus permite sermos atribulados embora Deus não tem prazer no sofrimento de ninguém.
“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos; ...para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos” 2Co 1.8,9.

A opressão pode atingir qualquer área da vida. As mais afetadas são as seguintes:

MORAL, LEVANDO À MENTIRA, PROSTITUIÇÃO, ROUBOS, ASSASSINATOS, ETC; 
FÍSICA, CAUSANDO ENFERMIDADES E DOENÇAS.O DIABO OPRIMIU JÓ E, MEDIANTE PERMISSÃO DE DEUS, TROUXE-LHE ENFERMIDADE.  NO ENTANTO, NEM TODAS AS ENFERMIDADES E DOENÇAS SÃO DE ORIGEM MALIGNA;   
MATERIAL, LEVANDO O HOMEM À OBSESSÃO POR BENS, DINHEIRO, CARGOS, ETC;   
ESPIRITUAL, INDUZINDO À IDOLATRIA, À PRÁTICA DE OCULTISMO.  

II – POSSESSÃO DEMONÍACA.

A possessão demoníaca é um fenômeno Estarrecedor que só pode ser contido pelo poder de Jesus. Definimos possessão demoníaca como sendo a invasão da mente e da personalidade de uma pessoa por espíritos maus desprovidos de corpos que ofusca ou elimina a personalidade do possuído, permitindo a manipulação de todas as suas faculdades sensoriais e mentais por parte de uma entidade espiritual maligna. O corpo desta, então, é habitado por um ou vários seres demoníacos (Mc 16.9; Lc 8.2), e estes passam a ter controle total do seu ser e corpo, no sentido de fazer o que eles quiserem. O indivíduo sob a influência demoníaca não é senhor de si mesmo. O espirito mau fala por seus lábios ou o emudece à sua vontade. Leva-o aonde quer e geralmente o usa como instrumento, revestindo-o de uma força sobrenatural.

Até mesmo a aparência física do possesso é afetada no seu modo de andar, nos movimentos faciais, na voz, etc. Atitudes irracionais são praticadas sem consciência de ser e fazer. Muitas pessoas, quando possuídas de demônios, dão evidencias de um conhecimento do qual não podem dar conta em seu estado normal.

Alguns exemplos bíblicos os quais podemos citar:

O caso de Judas Iscariotes (Jo 13.2). satanás viu sua fraqueza de caráter e, colocou em seu coração os sentimentos de traição e avareza.
Também podemos citar o caso da Pitoniza que Paulo pelo poder de Jesus libertou em Filipos – At. 16.16-18.
Não deixando de citar o caso do rei Saul – 1Sm 18.10, em que um espírito mau se apoderou dele a ponto de tentar matar Davi. 

PERFIL DO POSSESSO

Nem sempre o possesso é muito falante, revela segredos ou demonstra possuir uma força descomunal, mas, quando alguém está de fato endemoniado, ele fica extremamente furioso e violento quando Cristo é exaltado, seja na leitura da Palavra, seja na oração ou na adoração. Nos dias de Cristo, foi trazido à Sua presença um endemoniado que rangia os dentes, espumava pelos cantos da boca, fazia caretas, lançava-se na água e no fogo. Eram atitudes destrutivas e irracionais (Mc 9.17-27).  

Demônios controlam reações. O gadareno, quando possesso, andava sempre nu, de dia e de noite clamando entre sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras. Perdera a sensibilidade física (não sentia dor, frio ou fome) bem como o controle de suas faculdades: voz, ação, locomoção. No entanto, depois de liberto, foi encontrado assentado, vestido e em perfeito juízo.

Satanás não pode se apossar de qualquer pessoa que ele queira. Se isso fosse possível nosso mundo teria se tornado, há muito tempo, um gigantesco manicômio. Para que aconteça a possessão é necessário que o indivíduo se entregue a ele, o que comumente é feito pouco a pouco, quando abre brechas dando-lhe lugar para atuar em sua vida.

Há aqueles que descrê da possessão demoníaca, afirmando que tais acontecimentos devem ser classificados como doenças mentais. Há realmente enfermidades que chegam a se assemelhar em alguns aspectos pelos que são possessos, como a histeria e epilepsia, esquizofrenia. Mas não é possível explicar cientificamente ou medicinalmente algumas demonstrações como extraordinária força física, conhecimento elevado e minucioso de fatos, por vezes, secretos.  

“O TENTADOR JAMAIS NOS PODERÁ COMPELIR A PRATICAR O MAL.  NÃO PODE DOMINAR AS MENTES, A MENOS QUE SE SUBMETAM A SEU CONTROLE.  MAS TODO DESEJO PECAMINOSO QUE NUTRIMOS LHE PROPORCIONA UM PALMO DE TERRENO.  TODO PONTO EM QUE DEIXAMOS DE SATISFAZER À NORMA DIVINA, É UMA PORTA ABERTA PELA QUAL PODE ENTRAR PARA NOS TENTAR E DESTRUIR.”

Enquanto a opressão é a presença de demônios em torno da pessoa, a possessão, é a presença de um ou mais demônios dentro dela. A opressão opera de fora para dentro, já a possessão, opera de dentro para fora. Evidencia que o diabo alcançou grande domínio na vida do indivíduo.


O revestimento da completa armadura de Deus (Ef 6.11a). O verbo “revestir” é o mesmo que a Septuaginta usa para descrever o revestimento de Gideão pelo Espírito Santo (Jz 6. 34). A metáfora “toda a armadura de Deus” significa que devemos usar todos os recursos espirituais que Deus nos dá. A armadura completa indica armas de defesa e armas de ataque, uma figura bem conhecida na época, visto que os soldados romanos estavam por toda parte.
Mesmo depois de tomar toda a armadura de Deus, o apóstolo nos exorta a ficarmos firmes. Depois da vitória, o soldado romano permanecia em pé e vitorioso. Paulo acrescenta: “tendo cingidos os vossos lombos com a verdade” (v.14.a). Isso significa usar a verdade como cinturão (Is 11. 5). Essas metáforas são apropriadas, pois usam as coisas da vida diária, conhecidas de todos, para esclarecer verdades espirituais.

                                                                                               M.D.

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Autor Moisés Duarte

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