O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO


Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” At 2.39

 

Em Atos 2, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos. Dos cerca de quinhentos irmãos que contemplaram Cristo ressurreto, apenas 120 deles atenderam a Sua ordenança de permanecerem em Jerusalém até serem revestidos de poder. A esse derramamento do Espírito Santo revestindo os que o recebem, chamamos de “batismo no Espírito Santo”, expressão bastante corrente entre os pentecostais.

 

A promessa no antigo Testamento. Há no AT várias promessas divinas concernentes a derramamento do Seu Espírito sobre o seu povo, sendo a mais destacada a proferida pelo profeta Joel, cerca de oitocentos anos antes do seu cumprimento no Pentecostes. Jl 2.28-32.

 

A promessa no Novo Testamento. O precursor de Cristo, João Batista, foi alguém cheio do Espírito, e confirma nos quatro Evangelhos a promessa divina do derramamento prometido já no AT. Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.32,33; At 11.16. O batismo com o Espírito Santo foi a última promessa de Jesus antes de ascender aos céus. E Ele mesmo denomina esta promessa como sendo “a promessa de meu Pai”. Lc 24.49.

 

O QUE SIGNIFICA “BATISMO NO ESPÍRITO SANTO”?

 

O batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder dado pelo próprio Espírito de Deus para que haja um testemunho da pessoa de Cristo.

Na Declaração de Fé das Assembleias de Deus, define-se como “... uma experiência espiritual que ocorre após ou junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial o falar em outras línguas...” At. 2.4.

 

Esta bênção distingue-se da experiência da salvação. Os discípulos já eram crentes e vemos o Senhor Jesus os ordenando a buscarem este revestimento pelo batismo no Espírito Santo. Este batismo não trata-se de um mero modismo, como alguns erroneamente supõem. É uma promessa feita pelo Pai, confirmada pelo seu Filho e manifestada através do Espírito Santo.

 

Esta promessa se diz respeito apenas aos que já são salvos. Podemos ver em Atos que todas as vezes  que a Bíblia menciona o revestimento com o Espírito Santo, os que o receberam já eram salvos:

 

Atos 2.14 – Todos os discípulos que estavam ali reunidos eram crentes.

 

Atos 8.14,17 – Os que foram batizados eram novos crentes que acabavam de serem batizados nas águas.

 

Atos 9.17 – Saulo já era novo convertido quando recebeu o Espírito Santo.

 

Atos 10.43-46 - Eram novos na fé os que receberam o revestimento na casa de Cornélio.

 

Atos 19.1-6 – Os que foram batizados no Espírito Santo em Éfeso eram crentes, embora antes não conhecessem a doutrina sobre o batismo nas águas nem sobre o Espírito Santo.

 

Se alguém diz que fala noutras línguas, mas não é convertido, nem se submete à autoridade das Sagradas Escrituras, qualquer manifestação que nele ocorra não provém do Espírito Santo (1Jo 3.6-10; 4.1-3; Gl 1.9; Mt 24.11-24, Jo 8.31).

 

Assim podemos vê que o batismo no Espírito Santo não é um episódio que ocorra imediatamente após a conversão ou ao batismo nas águas, muito embora possa assim ocorrer, porém, é dado somente àqueles que se arrependem e se convertem e recebem a Cristo como Salvador. Alguém pode receber o batismo no Espírito Santo segundos após entregar-se a cristo, contudo, esta é uma experiência diferente. O batismo no Espírito Santo não é a conversão.

 

O batismo no Espírito Santo não é algo a ser aprendido. Falar em línguas não é algo aprendido, mas sim recebido. Não é algo que possa ser aprendido, nem tampouco ensinado, como por exemplo induzir as pessoas a pronunciar sílabas sem nexo como fazem alguns, mas é algo concedido pelo Espírito Santo (1Co 12.10).

 

O batismo com o Espírito Santo não é o Selo do Espírito (Ef 1.13,14). Nessa passagem Paulo ensina que os que foram salvos e creram em Cristo foram separados e selados pelo Espírito Santo, a fim de serem propriedades de Deus e para glorificação dEle.

 

O batismo com o Espírito Santo não é o fruto do Espírito. Enquanto este é o derramamento  para revestimento de poder, aquele é a manifestação do Espírito nas atitudes e ações dos que foram salvos pelo Evangelho.

 

O batismo no Espírito Santo também não é designativo de espiritualidade para ninguém. A Bíblia jamais coloca a experiência do revestimento de poder um distintivo de espiritualidade. Nenhum crente batizado deve olhar para si mesmo como que sendo superior a outro crente que não tenha recebido este revestimento.

 

A palavra “batismo” tem o sentido de mergulho, imersão, o que geralmente condiz com a experiência de submergir na plenitude o Espírito Santo. O batismo com o Espírito Santo é um "mergulho", uma "imersão" no Espírito. A pessoa passa a estar envolvida pelo Espírito Santo, sob a influência dEle.

Batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder do Alto, com a evidência física inicial de falar em línguas estranhas conforme sejam concedidas pelo Espírito Santo. Lc 24.49; At 1.8; 10.46; 1Co 14.15,26.

 

Ao  anunciar que os discípulos seriam batizados com o Espírito Santo, Jesus disse que eles receberiam a virtude do Espírito Santo para serem Suas testemunhas (At.1:8). - “Virtude” aqui, no grego, é “dynamis” (δύναμις) , cujo significado é “força, especialmente em referência a um poder miraculoso:— capacidade, abundância, com o sentido de ato poderoso, (operador de) milagre, poder, força, violência, obra de poder...” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Novo Testamento). Para continuar a obra salvífica de Jesus, os discípulos necessitavam desta “força”, deste “poder miraculoso”, deste revestimento, porque Jesus, ao pregar o Evangelho, não só trouxe a mensagem da salvação, mas, também, fez sinais, prodígios e maravilhas (Jo.3:2; 6:2; 11:47; 12:37; At.2:27).

 

Há uma diferença entre ser cheio do Espírito e ser batizado com o Espírito Santo. Eu posso ter uma garrafa cheia de água, contudo, não “batizada” na água. Ela estará “batizada” quando além de conter água em todo o seu interior, também, estiver envolvida e imersa em água. ( Dt 34.9; Mq 3.8; Lc 1.67).

 

 

O PROPÓSITO DO BATISMO NO ESPÍRITO

 

Muitos são os resultados e efeitos desse maravilhoso revestimento  em nossas vidas. A principal finalidade do batismo no Espírito santo é o relacionamento mais íntimo de poder com o Senhor. Esse revestimento sanou vários problemas que surgiram na vida dos apóstolos com a morte de Cristo:

 

O medo que se havia apoderado deles, desapareceu. Jo 20.19,26.

 

A fraqueza que se apoderara deles também desapareceu. Eles então receberam coragem para resistir às perseguições enfrentadas. At 4.16-21,33; 5.29-33,41,42.

 

A inatividade em que se encontravam, desde a morte do Mestre, se findou. O Espírito Santo os impulsionou a evangelizar e não mais cessaram. At 4.33; 5.42.

 

Edificação espiritual pessoal através das línguas estranhas (1Co 14.4,15). Paulo e os demais apóstolos foram grandemente edificados na vida cristã em geral e como obreiros, pelo que o espírito Santo operou neles mediante as línguas estranhas (1Co 14.18). Línguas não necessariamente expressadas em público, mas em momentos de comunhão com Deus.

 

Dinamismo espiritual e mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo e proclamar a mensagem do Evangelho. Comparemos os discípulos de Jesus, antes e depois do derramamento do espírito sobre eles, como podemos destacar o caso de Pedro (Mc 14.66-72; At 4.6-20). Como poderia um crente falar a respeito do amor e do poder de Deus, sem que o sentisse antes? Somente o crente batizado com o Espírito Santo é testemunha verdadeira da obra de Deus através de Jesus Cristo, pois não só goza do amor de Deus, como também foi envolvido pelo poder de Deus através do revestimento de poder.

 

Um maior desejo e disposição para orar e interceder (At 2.42; 3.1; 4.24-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26).

 

Glorificação do nome do Senhor “em espírito e em verdade” (Jo 4.24) nas ações e na vida cristã (Jo 16.13,14). A Bíblia revela-nos que, cheios do Espírito, os discípulos passaram a falar das grandezas de Deus (At.2:11). Estavam todos alegres, glorificando a Deus e engrandecendo o nome do Senhor.

 

Maior comunhão entre Pai e filho, entre o crente e o Senhor Deus. Consciência de que somos seus filhos e Deus, o nosso Pai (Rm 8.15,16; Gl 4.16).

 

É a “ponte” de outorga dos dons espirituais: “...falavam línguas e profetizavam...” At 19.6. Com o batismo no Espírito Santo, o crente passa a ser portador do poder divino, que o torna capaz de operar maravilhas, para a glorificação do nome do Senhor. Cheios do Espírito Santo, Pedro e João puderam outorgar a cura ao coxo, dando-lhe aquilo que tinham obtido mediante o revestimento de poder. A concessão deste poder está tão diretamente relacionada ao batismo com o Espírito Santo, que o próprio Jesus o denominou de "revestimento de poder". É importante, aqui, observar a expressão bíblica "revestimento", ou seja, o crente já é vestido de poder, pois recebeu o Espírito Santo ao ser selado, é uma nova criatura (I Jo.5:18), mas, quando batizado com o Espírito Santo, passa a ter um revestimento de poder todo especial, que lhe possibilita efetuar obras grandiosas (Jo.14:12).

 

A necessidade do batismo com o Espírito Santo foi uma verdade sempre presente seja no ministério de João, seja no ministério de Jesus, tendo tal necessidade se tornado comprovada no dia de Pentecoste, quando, diante das primeiras conversões, fica demonstrado, que, sem tal revestimento, a obra evangelizadora que se exigia da igreja jamais teria alcançado êxito.

 

A experiência nesse batismo era mui comum nos crentes do período primitivo e apostólico. Comumente vemos a Bíblia afirmar que “todos o receberam” sempre que se fala sobre o recebimento do Espírito santo (At. 2.4; 8.14-17; 9.17; 10.41-46; 19.1-6). Assim sendo fica-nos evidenciado que o intuito de Deus é que todo o crente receba o batismo no Espírito Santo, pois, a promessa diz respeito a “tantos quantos deus nosso senhor, chamar” (At 2.39). o batismo como Espírito Santo é hoje, a maior necessidade do Cristianismo. Em nenhum momento encontramos na Bíblia Jesus aprovando uma vida cristã sem a presença do Espírito. Se nos dias dos nossos primórdios na fé essa comunhão se fazia necessário, que dirá nos dias atuais, que a própria Bíblia classifica-os como “tempos trabalhosos” (2Tm 3.1). Essa bênção pertence a todos os crentes em todos os tempos. (At 2.39). Por isso está em vigor  a promessa do batismo no Espírito Santo; “Porque eu, o Senhor, não mudo” (Ml 3.6).

 

O RECEBIMENTO E A EVIDÊNCIA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

 

No dia de Pentecostes, o derramamento do Espírito Santo foi evidenciado por um sinal externo. Afirma as Escrituras; “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” At 2.4. Embora essas língua lhes fossem desconhecidas, os que a ouviam cada qual entendia a sua língua máter. Havia acontecido aquilo que Jesus predissera: “falarão novas línguas” At 2.8. O falar em línguas concedeu aos discípulos certeza que haviam recebido a promessa do Pai. Esta mesma evidência acompanhou todos os demais que receberam o batismo no Espírito Santo.

 

Atos 2.4 – Todos falaram em línguas.

Atos 8.17 – Todos receberam o sinal, pois Simão viu que pela “imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo”.

Atos 9.17 – Paulo disse: “Falo mais línguas do que vós todos” (1Co 14.8).

Atos 10.45,46 – Todos falaram em línguas na casa d e Cornélio.

Atos 19.6 – Todos falaram em línguas.

 

O fato de falar em línguas não se limita a uma mera evidencia do batismo, pois a Bíblia afirma que “O que fala em língua estranha edifica-se a sí mesmo” (1Co 14.4), pois o “que fala em língua estranha não fala aos homens, senão a Deus” (1Co 14.2). As novas línguas são um canal direto com Deus. Observemos que o falar em línguas, não é falar aos homens, e sim a Deus. Assim, se houver interpretação, a Igreja será edificada (1Co 14.5,27).

 

Por meio das línguas o crente louva e adora ao Senhor, inclusive com cânticos (1Co 14.15-17; Ef 5.19), falando de Sua grandeza e glorificando a Deus. “porque se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto” 1Co 14.14. O apóstolo destaca que quando ele ora em línguas o “entendimento fica sem fruto”, ou seja, é como se o meu entendimento, intelecto, nap entendesse de fato, o que está sendo falado. No entanto, Paulo não dá a entender que isto seja uma condenação ao orar em língua estranha. Afinal, assim procedendo “o meu espírito ora bem”. Com toda certeza, ele está recomendando equilíbrio na prática das orações em línguas estranhas: “...orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento...” 1Co 14.15.

 

CONCLUSÃO

 

O Batismo no Espírito Santo não pode ser tratado como teoria ou possibilidade distante, mas como algo indispensável de Deus dispensado ao seu povo. Precisa ser uma experiência viva para o crente e para a igreja.

 

Muitos crentes têm menosprezado e até descrido do batismo com o Espírito Santo nos nossos dias, confundindo-o com a experiência da conversão ou, dizendo ser uma experiência que ficou restrita aos tempos apostólicos. Jesus é o mesmo (Hb.13:8). Se determinou aos discípulos que aguardassem o revestimento de poder para que, com sucesso, cumprissem a Sua vontade, não haveria agora, às últimas horas antes de Sua volta, modificar a Sua vontade.

 

  

                                                                                                                                 M.D.

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Autor MOISÉS DUARTE

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