LIÇÃO Nº 5 – FRUTO DO ESPÍRITO: O EU CRUCIFICADO

  

Introdução

Uma das grandes obras operadas pelo Espírito Santo no crente é a de transmitir ao homem toda a plenitude de Deus (Ef 3.16-19). A natureza perfeita de Deus faz parte dessa plenitude. Pelo fruto do Espírito, essas virtudes são manifestas na vida do crente. Não que o homem alcance o estado de perfeição ao manifestar estas virtudes em sua vida. Perfeito serem apenas após termos a incorruptibilidade. Enquanto isso haveremos de conviver com o constante conflito entre a carne e o espírito (Gl 5.17).

 

O FRUTO DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE

 

O fruto do Espírito é uma manifestação da natureza de Cristo. O alvo da salvação é de restaurar no homem a imagem do Criador (Rm 8.29; Cl 3.10). Imagem esta desfigurada pelo pecado. Enquanto a carne e o pecado afastam o homem da vontade de Deus e o faz obedecer ao inimigo (Ef 2.1-3). A salvação, contudo, faz o homem participante da natureza divina (2Pe 1.4), pois a sua “velha natureza” foi agora crucificada com Cristo, que agora vive nele (Gl 2.20). essa crucificação é precedida por uma vida ressurreta no Espírito (2Co 5.17) o método lógico de viver é seguir o Espírito e não ceder às paixões e concupiscências da carne – Gl 5.19-21.

 

O Espírito Santo faz que, por meio do fruto do Espírito, as virtudes de Cristo sejam manifestas “para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos” (2Co 4.10), “até que Cristo seja formado em vós” Gl 4.19.

 

O fruto do Espírito produz santificação. O Espírito Santo ajuda com que o crente entregue-se inteiramente ao Senhor para assim, poder dominar a sua velha natureza (Gl 5.16,17). Para que “todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis” 1Ts 5.23. “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” Mt 5.16.

 

A Bíblia menciona um “Fruto” e não “Frutos” do Espírito. É um fruto e representa nove diferentes valores. Encontramos estas virtudes na carta de Paulo aos Gálatas: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança, todas elas dentro do fruto do Espírito. O mesmo fato aparece em 1Co 13.4-8, onde se fala de várias virtudes espirituais, todas vinculadas ao amor. Aqui podemos verificar uma realidade muito importante. Todas as virtudes espirituais tem no amor a sua origem. A Bíblia diz: “Deus é amor” 1Jo 4.8, isto é, o amor, constitui a própria essência do eterno Deus.

 

Assim, podemos compreender que as virtudes apresentadas tanto em Gálatas, quanto em Coríntios têm, todas elas, a sua origem no amor. São como a laranja que possuem vários gomos, os quais formam a laranja. Assim, o fruto é o amor, e as outras virtudes são reflexo dele. Isto é, um amor cheio de gozo, paz, com muita longanimidade, bondade e fidelidade; um amor cheio de mansidão e benignidade e controlado com temperança. Glórias a Deus!

 

DIFERENÇA E RELAÇÃO ENTRE O FRUTO DO ESPÍRITO E OS DONS DO ESPÍRITO

 

O FRUTO DO ESPÍRITO: É Gerado pelo Espirito Santo de dentro da pessoa para fora,  passando a fazer parte da personalidade do homem. Sendo gerado a partir do interior das pessoas, o fruto do Espírito testifica das virtudes da pessoa conforme Jesus ensinou. (Mt 12.33)

OS DONS ESPIRITUAIS: Provém de fora para dentro do homem, dado pelo Espírito Santo, o qual no uso de Sua Soberania dá a quem Ele quer e quando quer (1Co 12.1) Sendo uma dádiva do Espírito Santo, os Dons Espirituais Testificam das qualidades, virtudes do Doador (Deus Trino), cuja Glória deve ser Dele e não de quem recebeu  tais dons (1Co 4.7).

 

A menção do amor em primeiro lugar, encabeçando a lista não é por acaso. Esse comportamento amoroso vem pelo poder do Espírito Santo. A temperança é colocada por último na lista para dar ênfase, porque todas as obras da carne refletem uma falta de temperança. Não necessita de lei proibitiva, quando a vida das pessoas exibe amor e temperança.

 

Os dons espirituais e o fruto do Espírito devem sempre caminhar juntos para que o crente  seja plenamente edificado e o nome do Senhor, glorificado (Ef 2.10). Uma árvore é identificada e conhecida mediante os seus frutos (Lc 6.44). Portanto, só viremos a aferir a espiritualidade de um crente através de suas obras realizadas mediante o fruto do Espírito e não apenas por seus dons espirituais (1Tm 5.25). Os dons estão relacionados ao que fazemos para Deus, enquanto o fruto está relacionado ao que Deus, através do Espírito Santo, realiza em nós, moldando-nos o caráter.

 

O ESPÍRITO SE OPÕE À CARNE

 

Paulo menciona sobre a Batalha entre a carne e o Espírito (Gl 5.16-18). Evidente que carne aqui se trata da Natureza Pecaminosa do homem que não morre mesmo após o seu novo nascimento.  Esta batalha acontece com a carne gerando na vida do homem as suas obras pecaminosas. (Gl 5.19-21; Rm 1.26,27,29-32; 1Co 5.9-11; 6.9,10; 2Co 12.20,21; Ef 5.4,5)  O Espírito Santo reage buscando desenvolver no crente o Seu Fruto. Gl 5.22.

 

As obras da carne é o contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa. Carne do grego “sarx” é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão mesmo após a sua conversão (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não herdarão a salvação (Gl 5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser crucificada e mortificada numa guerra espiritual permanente, vencida só através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14; Gl 5.17).

 

Paulo diz: “Porque as obras da carne são manifestas […]” (Gl 5.19). A palavra traduzida por “conhecidas”, significa “claro e manifesto”. “A carne propriamente dita, ou seja, a natureza pecaminosa é secreta e invisível; mas as suas obras, as palavras e atos pelos quais se manifesta, são públicos e evidentes” (STOTT, 2007, p.134). Por mais que alguém tente negar a pecaminosidade humana, as obras da carne evidenciam a sua existência.

 

CONCLUSÃO

 

O fruto do Espírito desenvolve no crente um caráter como ao de Cristo, que reflete a imagem de sua pessoa e natureza. O ensino de Jesus a respeito da videira verdadeira mostra que é impossível um indivíduo que seja salvo e não produza em sua vida o fruto do Espírito. Quando entregamos todo o controle de nossa vida ao Espírito Santo, Ele, eficazmente, vai produzir o Seu fruto em nós.

 

Espiritualmente falando, também podemos vê que a finalidade da vida cristã é a produção do fruto do Espírito. Todo o processo de concessão da vida espiritual tem por finalidade a produção deste fruto. Jesus foi claro ao afirmar que nos escolheu para que vamos, demos fruto e o mais importante, é que esse fruto permaneça (Jo.15:16).

 

 

                                                                                                       M.D.

 

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Autor MOISÉS DUARTE

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