Na sequência dos eventos escatológicos, enquanto no céu ocorrerá o
Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro para a igreja, na terra, acontecido o
arrebatamento, dá-se início ao período assim chamado de Grande Tribulação. Sem dúvida será um tempo sem
precedentes na história da humanidade onde a mesma será provada. Será o pior
período da história da humanidade. No livro do Apocalipse, dos 22 capítulos, 13
são destinados a narrar detalhes deste acontecimento.
“Jesus falou que será um sofrimento “[...]
como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá
jamais” (Mt 24.21), mas não com o interesse de amedrontar as pessoas, fazendo-as
desesperarem-se ante à expectativa dos castigos vindouros, mas apenas as
alertar de que haveria o fim de todas as coisas”. Reynaldo Odilon
De forma específica, a
Tribulação como evento escatológico consiste em dois períodos para os que aqui
ficarem, tendo um primeiro período que durará três anos e meio e um segundo de
igual tempo. O primeiro conhecido simplesmente como Tribulação e o segundo,
como Grande Tribulação que será a pior fase da história. Será o período no qual a ira do Senhor, se
manifestará contra os ímpios e adoradores da Besta (Ap 6. 16,17).
Faz sentido se tomarmos
como base os símbolos e intensidade com que se darão os eventos. Nos Selos há os
eventos relativamente moderados acontecendo. Nas trombetas os anjos anunciam
Juízos mais intensos. Mas as TAÇAS são chamadas de taças da IRA de Deus.
Há uma discussão se a
igreja passará ou não pela grande tribulação. Aqui as opiniões se dividem,
visto que muitos defendem que a igreja estará aqui sim.
As linhas interpretativas
definem como se darão os acontecimentos e quem estará aqui. São elas:
a) O Pré-tribulacionismo:
A igreja será arrebatada ANTES da tribulação de acordo com Ap. 3.10.
b) O
Meso-tribulacionismo: A igreja irá até a METADE da tribulação, quando será arrebatada.
c) O PÓS-tribulacionismo:
A igreja passará por todo o período tribulacional.
É chamado no antigo
testamento de "Dia da ira"; "Dia de trevas"'; "Dia da
vingança do nosso Deus"; "Dia do Senhor"
A IGREJA PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO?
A Palavra de Deus afirma claramente
que a igreja não passará pelo período tribulacional. Muitas evidências há de
que a igreja será poupada desse juízo:
“E esperar dos céus o seu
Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura”. 1
Tessalonicenses 1:10
“Como guardaste a palavra
da minha paciência, também eu te
guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar
os que habitam na terra.” Apocalipse 3:10. A promessa de livramento da tentação
mundial é extensiva à igreja.
“Vigiai, pois, a todo
tempo, orando, para que possais escapar
de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do
Homem.” Lucas 21:36. Notemos: “escapar” e não “participar”.
Durante esse tenebroso
período a igreja estará com Cristo sendo galardoada e celebrando o casamento
com Ele, depois retornará em glória na segunda fase da Sua vinda.
O TEMPO DA TRIBULAÇÃO
Durará um período de sete
(07) anos. Será na septuagésima semana da visão escatológica de Daniel (Dn 9.
24-27). Deus havia determinado um período de setenta semanas de anos para
completar a Sua obra entre os Judeus, o Seu povo escolhido (Dn 7. 15-27). Ao
final da sexagésima nona semana, quando os Judeus crucificam o seu Messias
(veio para os que eram Seus, mas eles não O receberam), o relógio da
dispensação judaica foi parado. Abre-se uma nova dispensação, chamada de
Dispensação da Graça ou Tempo dos Gentios (Rm 8. 25,26). Há então, um lapso
temporal indefinido. Essa pausa terá fim com a vinda de Jesus nas nuvens a fim
de arrebatar o Seu “novo” povo. Por tal razão, Paulo diz que, pela queda dos
judeus, veio a salvação aos gentios (Rm 11.11).
É quando se iniciará a
septuagésima semana descrita por Daniel. É nesse período que o Anticristo se
manifestará ao mundo (Dn 9. 27). Sabendo que a vinda de Jesus nas nuvens, a fim
de arrebatar a Sua igreja é o que inicia a Tribulação, podemos afirmar com
convicção que a igreja não enfrentará esse juízo. De Daniel 9.27 também podemos
compreender que a duração desse período será de 7 anos. É um tempo de grande
provação para ISRAEL e o MUNDO.
HAVERÁ SALVAÇÃO NA GRANDE TRIBULAÇÃO?
Há uma discussão se o
ESPÍRITO SANTO estará ou não agindo nesta terra nesse período.
“O Espírito Santo trabalhará dentro e por meio de homens. Só se insiste
em que os ministérios exclusivos do espírito Santo ao crente presente neste
século ( batismo, habitação, selo e enchimento) terminarão. Já que todos os
ministérios do Espírito para o crente hoje dependem da Sua presença habitando
nele, todos os ministérios dela dependentes estarão ausentes em relação aos
santos da tribulação”. - Dwight Pentecost
Há outra discussão que
trata SE haverá salvação durante a grande tribulação. A resposta está na
própria palavra de Deus, (ap. 7.14). Deus dará aos homens mais uma oportunidade
de se salvarem, porém, não será mais por meio de Sua Graça. Será de forma muito
difícil, pois os poderes da tríade satânica estará em real manifestação e atuando numa escala nunca vista, mas a
salvação, ainda assim, será possível (Ap 6.9-11; 7.9-17; 12.12,17; 14.1-5;
20.4). Apocalipse 7.14 fala de uma multidão de salvos desse tenebroso período,
os quais lavarão suas vestes no sangue do Cordeiro.
OS JUÍZOS DIVINOS DURANTE A TRIBULAÇÃO
Todo o período
tribulacional se caracteriza pelos juízos derramados pelo Senhor àqueles que aqui
ficarem. Muitos juízos serão derramados sobre a terra, descritos como selos,
trombetas e taças. João viu um livro “ escrito por dentro e por fora” com sete
selos. A abertura dos selos pelo Filho de Deus dá início ao desdobramento do
juízo divino. Quando os primeiros quatro selos são abertos, quatro cavaleiros
entram em ação. Bilhões de pessoas morrerão ainda nessa primeira etapa da
Tribulação.
Quem são os quatro
cavaleiros? A passagem dos quatro cavaleiros é uma descrição inicial do primeiro
período da ira de Deus sobre a terra.
O cavaleiro do cavalo
branco – se refere ao Anticristo, a quem autoridade vai ser dada para dominar
todos os que se opuserem a ele. A cor branca, nesse caso, representa a falsa
paz que ele trará nos primeiros três anos e meio.
O cavaleiro do cavalo vermelho
- refere-se às guerras que acontecerão
nesse período. O vermelho representa sangue, ou seja, muito sangue será
derramado. Haverá uma terrível guerra mundial. O inimigo atacará Jerusalém, e
os judeus são aconselhados a fugir para as montanhas (Mt 24.16).
O cavaleiro do cavalo
preto – provavelmente como resultado das guerras do segundo selo. Haverá uma
grande fome mundial e quem não tiver o selo da Besta não poderá comprar e nem
vender (Ap 13. 17,18). A comida será escassa. A cor preta representa a fome,
pestes e doenças na terra.
O cavaleiro do cavalo amarelo
– o quarto cavaleiro é símbolo da morte e devastação. Acontecerá em decorrência
dos flagelos anteriores. Será um verdadeiro genocídio mundial
Estes quatro cavaleiros
são apenas precursores de julgamentos ainda muito piores.
Os últimos selos.
O quinto selo representa
a morte dos santos martirizados por causa de sua fé em Jesus. Estes serão
salvos.
O sexto selo fala das
grandes convulsões que abalarão a terra. Não se sabe quantos morrerão nesse
evento.
O sétimo selo será aberto
quando o mundo já estará passando pela segunda metade da Grande Tribulação e
sete anjos tocarão sete trombetas. Serão mais sete juízos terríveis que cairão
sobre a terra.
As trombetas.
Quando os anjos tocam
cada uma das trombetas vários acontecimentos catastróficos acontecem.
A primeira trombeta
representa um juízo que cai sobre a terra e mata um terço de seus habitantes.
A segunda trombeta
representa um juízo que cai sobre o mar e mata um terço da população marinha.
A terceira trombeta
representa um juízo que cai sobre rios e fontes de águas causando contaminação.
A quarta trombeta
representa um juízo sobre o sol, lua e estrelas.
A quinta trombeta retrata
um indivíduo fortalecido pelo inferno, que pode lançar sobre a terra tormentos de
dimensão sem precedentes.
A sexta trombeta, aparece
como um grande exército liberado para marchar com força destrutiva sobre a
terra.
A sétima trombeta prepara
o retorno de Cristo e a destruição de todos os poderes hostis na conclusão do
plano da campanha de Armagedom.
As taças.
Representam as últimas
pragas ou juízos de Deus. Os últimos e mais terríveis juízos que serão
derramados. É o derramamento da ira divina. Sete anjos são encarregados de
derramar esses juízos terríveis sobre os homens que rejeitaram a Cristo. A primeira
será derramada sobre os homens, os fazendo enfermar. A segunda e a terceira,
sobre mares e rios transformando as águas em sangue. O mar torna-se morto. A quarta
será derramada sobre o sol, que irá super aquecer. A quinta será derramada
sobre o trono da Besta e seus seguidores morderão a língua de tanta dor. A sexta
sobre o rio Eufrates, a fim de fazê-lo secar e prepara o caminho para os reis
do Leste, a fim de que, com os exércitos da Besta tenham acesso ao vale do
Armagedom. A sétima taça será derramada sobre o ar, será então, ouvida uma
grande voz do Trono de Deus; “Está feito”. Acontecerá o maior terremoto de
todos os tempos, levando à morte muitas pessoas à medida que experimentam o
Furor da sua ira” (Ap 16.19).
CONCLUSÃO
“Em Apocalipse 6.8, ao
cavaleiro do cavalo amarelo foi dado poder para matar 25% da população mundial.
Com os toques da 1ª, 2ª e 3ª trombetas (Ap 8.7-10), será queimada 1/3 da
vegetação do planeta, afundar-se-á 1/3 das embarcações marítimas, e morrerão
muitos homens, porque 1/3 das fontes de água doce tornar-se-ão inservíveis. Com
a 5ª trombeta, haverá tanto sofrimento que os homens vão querer morrer, mas não
conseguirão (Ap 9.6). Ao tocar a 6ª trombeta, 33% dos que habitam na Terra
morrerão (Ap 9.18). Quando foi derramada a 1ª taça da ira de Deus, todos os que
seguiram o Anticristo (a grande maioria das pessoas) ficaram com “uma chaga má
e maligna” (Ap 16.2); e, quando foi derramada a 5ª, os homens, de tanto
sofrimento, mordiam a língua de dor; na 7ª taça: “Caíram sobre os homens,
vindas do céu, enormes pedras de granizo, de cerca de trinta e cinco quilos
cada” (Ap 16.21, NVI). Vamos fazer uma conta rápida: no mundo, existem mais de
7,8 bilhões de pessoas. Suponhamos que Jesus voltasse em 2021 e os flagelos da
Grande Tribulação começassem em pouco tempo. De logo, pela ação do cavaleiro do
cavalo amarelo, morreriam 1,95 bilhão de indivíduos, reduzindo a população do
mundo para 5,85 bilhões, e, ao soar a 6ª trombeta, mais 33% da população seria
morta, ou seja, 1,94 bilhão, reduzindo o número de habitantes da Terra. Só com
esses dois juízos, a população restante seria de 3,91 bilhões, ou seja, em um
curto espaço de tempo, cerca de metade das pessoas morrerá, sem contar nos
milhões de mortes pelas outras causas mencionadas. No auge da aflição, os
homens buscarão a morte, mas ela fugirá deles. Isso é um típico modelo de
situação desesperadora. Todavia, como dito e repisado, o objetivo de Deus nunca
foi alarmar as pessoas, fazê-las prisioneiras do medo, assustadas,
traumatizadas, mas simplesmente as alertar para as consequências que certamente
advirão ao mundo sem Deus no fim dos tempos.” – Reynaldo Odilo.
Ao final deste período,
quando Jerusalém estiver cercada pelos exércitos das nações que serão aliadas do
Anticristo, quando parecer que Israel será exterminado, nesse momento, se
arrependerão e, invocarão ao Senhor pedindo-lhe socorro. O Senhor surgirá no
céu, vindo como seu Libertador e vingando-se de seus inimigos.
Jesus falou que
será um sofrimento “[...] como nunca houve desde o princípio do mundo até
agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.21), mas não com o interesse de
amedrontar as pessoas, fazendo-as desesperarem-se ante à expectativa dos
castigos vindouros, mas apenas as alertar de que haveria o fim de todas as coisas.
REFERÊNCIAS
PENTECOST, J Dwight. Manual de Escatologia.
Vida.
BERGSTÉM, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD
ODILO, Reynaldo. Jesus Cristo Voltará. CPAD
ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia
Sistemática Pentecostal – (Escatologia). CPAD
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