LIÇÃO Nº 05 – “JESUS CRISTO, E ESTE CRUCIFICADO” – A MENSAGEM DO APÓSTOLO

 



Pois a mensagem da cruz é loucura...; nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo...”.

 

Lamentavelmente, o evangelho dos nossos dias vem sendo marcado por modismos e desvios doutrinários. Nunca na história, se torceu tanto a Palavra de Deus! Homens descompromissados com Deus, no intuito de fugir às suas responsabilidades espirituais, vão criando seus “escapes”. É teologia da prosperidade; da confissão positiva; da regressão espiritual, entre tantas outras barbáries. 

O apóstolo Paulo falando sobre o caráter de sua pregação disse: “E eu, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloquente, nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado”. 1Co 2.1,2. 

Foi esta a mensagem pregada por Paulo: a mensagem da cruz. O Cristo que foi crucificado era o que ele pregava. Infelizmente, a maior parte dos pregadores atuais preocupa-se mais em animar plateia, que em anunciar a mensagem de Cristo verdadeiramente. A mensagem coach tem ganhado grande espaço no meio cristão. Pregadores que agora só pregam com fundo musical melodramático a fim de manipular emoções e massagear egos. 

Necessitamos urgentemente, de homens e mulheres que tenham ousadia de anunciar a mensagem genuinamente bíblica, adquirida sob a unção do Espírito Santo, através da oração; e não de mensagens criadas em “escritórios teológicos” sem nenhuma unção divina. 

A mensagem central do Evangelho é o Cristo crucificado. Esta é a mensagem que convence o pecador ao arrependimento sincero! Chega de modismos. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

 

A CENTRALIDADE DA PREGAÇÃO DE PAULO

Desta feita, trataremos do conteúdo da mensagem de Paulo durante o seu ministério, desde quando foi vocacionado por Jesus Cristo. Ao escrever a sua 1ª Epístola aos crentes de Corinto ele disse que quando foi ter com eles, anunciando-os o testemunho de Deus, não foi com “sublimidade de palavras ou de sabedoria humana” (1Co 2.1). Mas, sua mensagem estaria centrada na verdade primordial do evangelho: a redenção em Cristo, o Crucificado. Assim sendo, o conteúdo da mensagem de Paulo era: “Jesus Cristo, e este crucificado” (1Co.2:2).

 

Pois a mensagem da cruz é loucura...; nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo...”.

Russel Norman Champlin dá a seguinte explicação sobre este versículo “Cristo crucificado”: Isto é, um “Messias crucificado” (1 Coríntios 2:2 e Gálatas 3:1). Era justamente em torno desta temática que tanto os gregos como os judeus encontravam a sua grande dificuldade de entendimento. 

Champlin diz que “escândalo”: Tem o sentido de “armadilha”, algo que leva um homem a tropeçar e cair, o que, por sua vez, causa “repulsão”, sendo uma “tentação ao pecado”. Os judeus, pois, que supostamente se encontravam no caminho que conduz a Deus, tropeçaram no “obstáculo” que é Cristo. Por essa razão é que Cristo se tornou para eles uma “armadilha”, um empecilho, que fez com que se desviassem inteiramente na sua busca por Deus. 

Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem. No original grego, o termo grego tem o sentido de “tolice”, “insensatez”, sem dar qualquer ideia de desarranjo mental ou insanidade, conforme a tradução “loucura” nos dá a entender. (A sabedoria humana sente-se superior a ideia de que o Filho de Deus morreu na cruz para redimir a humanidade caída e separada de Deus).

 

POR QUE A PALAVRA DA CRUZ É LOUCURA PARA OS GREGOS E JUDEUS?

Os gregos eram muito práticos e lógicos. Se alguma coisa interessava, logo, procuravam se dedicar sobre ela até desvendá-la (I Co 1.22). 

Dentre as escolas de filosofia grega haviam os epicureus e estoicos que contendiam com Paulo em Atos 17.18, no Areópago de Atenas. Barclay nos ensina que uma das linhas de raciocínio deles é que Deus não pode entristecer-se ou alegrar-se, uma vez que não podemos influenciá-lo. O episódio de Marcos 1:40-42 seria impensável para essa escola. Jamais Jesus, sendo Deus, poderia compadecer-se de alguém. Não poderia deixar-se influenciar. Para os epicureus e estóicos Jesus nunca choraria por ter perdido ao seu amigo Lázaro (Jo 11.35). 

Os gregos pensavam: Como Deus se colocaria humilhado por sua própria criação? Acaso algum grande líder desejou ser humilhado pelos seus servos e morrer por eles? Se ninguém nunca desejou isso para si, por que Deus desejaria? Por que a cruz e uma morte tão cruel revelaria o poder de um deus? O Evangelho soava impraticável e irracional. Deus mata seu próprio Filho, que também é Deus? Deus ama incondicionalmente qualquer pecador? Seu perdão justifica um assassino ou uma prostituta? Para tais homens, isto realmente soava como uma verdadeira loucura. 

De fato, o homem natural não consegue entender essas e outras questões (1 Co 2.10-14). Somente através da fé alcançamos o raciocínio adequado das Sagradas Escrituras. 

Os judeus aguardavam um Messias militarmente vitorioso, uma poderosa liderança política, que libertasse o povo israelita do jugo romano. Pensavam enxergar isso claramente ensinado nas profecias do A.T. Contudo, entenderam de forma totalmente errada o ensino bíblico do Messias como “Servo Sofredor” de Deus. 

Uma das crenças mais caras aos judeus, era a de que Deus em breve interviria na história para salvar o seu povo escolhido, Israel, da dominação de forças politicas opressoras. Acreditavam que Deus os estabeleceria como uma das grandes nações do mundo graças ao advento do "Messias" ou "Cristo". 

Assim, quando Jesus de Nazaré aparece declarando-se, o Messias, não é de admirar que os judeus não reconhecessem nEle o tipo de libertador que imaginavam. Não possuía exércitos e não raro se expressava em linguagem que revelava desprezo pela violência. Quando entrou no Templo, em cumprimento a profecia de Zacarias, ao invés de apregoar a vitória sobre os romanos, anunciou a humilhação e a morte as suas mãos. 

Um Messias crucificado era uma verdadeira contradição ao que haviam aprendido. Isso se enquadrava na declaração de Deus em Deuteronômio 21. 23: “...porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim, não contaminarás a tua terra, que o Senhor, teu Deus, te dá em herança”. O Messias estava revestido de bênção divina: “Repousará sobre Ele o Espírito do Senhor” Is 11.2. Um Messias crucificado era uma blasfêmia descarada. Os líderes judeus sentiam desprezo por esse "Messias" crucificado. Aceitar esse Jesus de Nazaré como o Messias estava, porém, fora de qualquer cogitação. 

Sem dúvida, a centralidade da pregação de Paulo foi a cruz de Cristo. A cruz aponta para a justiça e para o amor de Deus. Jesus Cristo, o Crucificado, é o centro da mensagem de Paulo, e deve ser de todos os seguidores de Cristo. Não se trata do cristo que está no madeiro, mas, do Cristo que venceu a morte passando pela Cruz! 

E esta centralidade vai acompanhar toda a vida cristã de Paulo que, próximo à sua morte, ao escrever suas últimas epístolas, mais uma vez aponta que a sua mensagem era o “mistério da piedade”, que nada mais é “Aquele que Se manifestou em carne, foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória” (I Tm.3:16) e que se deve sempre buscar a “salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna” (II Tm.2:10).Ev. Caramuru Afonso

 

EXPRESSÕES-CHAVE NOS ESCRITOS PAULINOS 

O “Evangelho de Cristo”, isto é, “As Boas Novas ou Boas Notícias” de Cristo. Frederick Fyvie Bruce (professor, escritor, e erudito bíblico do Reino Unido) diz que; “O Evangelho é o poderoso meio que Deus emprega para a salvação de todos os que crêem — primeiro do judeu, e do gentio também. E por que é assim? Porque neste Evangelho está a revelação da forma divina da justiça — forma da justiça que se baseia no princípio da fé e que é apresentada aos homens para que a aceitem pela fé. Foi dessa justiça que o profeta disse: 'Aquele que é justo pela fé viverá’ (Habacuque 2.4; Romanos 1.17; Hebreus 10.38)”. 

Cristo crucificado”. Hernandes Dias Lopes (pastor, escritor e teólogo presbiteriano) diz que; “A cruz aponta para a justiça e para o amor de Deus. O evangelho centraliza-se na morte de Cristo. Na capital da filosofia, Paulo decide pregar a mensagem da cruz de Cristo. A morte de Cristo não é uma doutrina periférica do cristianismo, mas sua própria essência. A cruz não é um apêndice (acréscimo ou erro), ela é o núcleo, o centro, o eixo, e a essência do cristianismo. A morte substitutiva de Cristo na cruz é o ponto central e culminante do evangelho.” 

Cristo Ressurreto”. O apóstolo Paulo experenciou a aparição do Senhor Jesus ressuscitado, conforme ele mesmo testifica (1Co 15.8) – “e, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo”. Após ter um encontro pessoal com Jesus ressuscitado, Paulo não pôde negar a realidade da ressurreição de Cristo depois da experiência no caminho de Damasco, e passou a pregá-la (1Co 15.1-4), mesmo que isto representasse o escárnio dos intelectuais de seu tempo (At 17.32). Como compreender que alguém tão letrado e estudado tanto na lei judaica, quanto na filosofia grega ou no direito romano, renunciasse a todo o seu conhecimento e o saber que tinha em nome de uma “ilusão”, de uma “alucinação”, que o levaria a enfrentar necessidades, perseguição e morte? 

Não há como justificar tal fato senão pela circunstância de que a ressurreição é uma realidade que gera fé e esperança por meio de Jesus. A ressurreição de Jesus é o fundamento da nossa fé, é o motivo da esperança que faz com que o crente não se desespere ao enfrentar as mais adversas situações. Esta é a mais sublime esperança do crente em Cristo Jesus: a ressurreição.

 

QUEM NÃO PODE PREGAR A MENSAGEM DA CRUZ 

Após ter mostrado que a centralidade da sua pregação era a mensagem da cruz, Paulo apresenta um grupo de pessoas que não poderiam pregar a mensagem da cruz. 

O primeiro grupo apresentado pelo apóstolo é o dos “sábios”. ‘Onde está o sábio?”, pergunta o apóstolo. O “sábio” não pode ser pregador do Evangelho da Cruz. A sabedoria humana é todo conhecimento firmado na razão humana, que se constrói com base na lógica e razão do homem, com base na figura do ser humano. É o resultado do desenvolvimento do intelecto do homem. O resultado disto é que a sabedoria humana é subjugada à natureza carnal do homem, que é PECAMINOSO. 

Mas, além do sábio, o apóstolo também cita o “escriba”. O escriba era aquela personagem muito erudita mas que, ao contrário do “sábio”, estava a esmerar-se no conhecimento dos textos sagrados. Os escribas, embora fossem conhecedores intelectuais do texto sagrado, não viviam conforme os  escritos que haviam examinado. Eram teóricos, conheciam tudo sobre as Escrituras, mas não viviam conforme as Escrituras, porque se recusavam a ver nelas a Jesus Cristo como sendo o Messias (Jo 5.39). 

Mas, além do sábio e do escriba, o apóstolo fala acerca de outra personagem que não poderia pregar a “mensagem da cruz”: o “inquiridor deste século”. Os questionadores desta era, os inquiridores deste século são os “conhecedores” da filosofia e da ciência, que  não conseguem “provar” os argumentos da fé e que, por isso, não creem na “loucura da pregação”. Como é possível que alguém que se diga Deus morra pelo homem? Como Deus pode Se tornar homem?

 

O PODER DA MENSAGEM DA CRUZ DE CRISTO 

O que ocorreu no calvário foi um ato sacrificial substitutivo. Portanto, Toda a CENTRALIDADE da história do universo e da vida humana se encontram na CRUZ. Ela, a cruz é o nosso paradoxo maior. 

Sim, A CRUZ É LUGAR DE ENCONTROS.

É lá que os opostos se encontram: 

• O pecado com o PERDÃO;

• A doença com a CURA;

• A maldição com a BÊNÇÃO.

• A perdição com a SALVAÇÃO.

• A morte com a VIDA e o

• O pecador com o SALVADOR.

 

A cruz choca o nosso EGO, esbofeteia a nossa CARNE mas resgata nossa ALMA e ressuscita nosso ESPÍRITO outrora caído. 

Lá, acontece nossa: 

• REDENÇÃO, Onde Jesus nos resgata da escravidão do pecado;

• JUSTIFICAÇÃO, Onde Jesus nos declara Justos mediante seu sangue Justificador;

• SANTIFICAÇÃO, Onde Jesus mediante o Espírito Santo, nos santifica diariamente;

• GLORIFICAÇÃO, Onde há a promessa de que, assim como Cristo foi glorificado, ressuscitando dos mortos, o Senhor Jesus também nos ressuscitará em glória. (Se morrermos com Ele com ele viveremos) 

QUEM NÃO PASSA PELA CRUZ, não sabe o que é ser cristão e estará perdido para sempre!

  

CONCLUSÃO 

Não foram os cravos que prenderam Cristo na cruz, foi o verdadeiro amor! 

O Evangelho consiste nas Boas-novas de que na cruz de Cristo, a pena de nossos pecados foi totalmente quitada por Cristo. Se confiramos totalmente no sacrifício de Cristo, na Sua obra na Cruz, e não confiarmos nas nossas próprias obras ou realizações, como se elas pudessem obter para nós a aprovação de Deus, seremos salvos em Cristo (Ef 2.8,9). 

Não podemos suprimir esta mensagem, pois só ela provém do Espírito de Deus e ninguém pode revelar as profundezas de Deus senão o Espírito de Deus. Não poderemos nos tornar homens espirituais se não ouvirmos e crermos na “mensagem da cruz”. Precisamos nos voltar para a cruz de Cristo, sem o que estaremos irremediavelmente perdidos, juntando-nos a judeus e a gentios na eterna perdição. Só os crentes, só os integrantes da Igreja serão arrebatados e, para tanto, é necessário ouvirmos, crermos e praticarmos a “mensagem da cruz”” – Ev. Caramuru Afonso.

 

"Sim eu amo a mensagem da Cruz, até morrer eu a vou proclamar. Levarei eu também minha cruz, até por uma coroa trocar"  

                                        

                                                                                                            M.D.


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Autor MOISÉS DUARTE

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