MARIA, IRMÃ DE LÁZARO: UMA DEVOÇÃO AMOROSA

Nos evangelhos, há menção de sete Marias. Neste estudo, veremos a pessoa de Maria, irmã de Lázaro. Era um nome bem comum. Deriva do nome Miriã, no hebraico, que era a irmã de Moisés e de Arão, e compunha a liderança do povo de Israel na saída do Egito em direção a Canaã.

Maria “escolheu a boa parte”
Não se sabe como Jesus travou conhecimento com a família dos três irmãos Lázaro, Maria e Marta, que viviam em Betânia, e deles tornou-se bastante amigo, provando bem de perto de sua amizade fraternal. Sempre que ia a Jerusalém, o Mestre costumava pousar na casa dessa família. Era uma família amada por Jesus (Jo. 5,32). Certa vez, acompanhado de seus discípulos, Jesus entrou em Betânia. Ali, Ele foi recebido na casa de Lázaro por sua irmã, Marta. Na ocasião, sua outra irmã, Maria, percebendo a rica ooportunidade de ter Jesus em sua própria casa, deu prioridade ao estar na presença de Jesus, ouvindo suas sábias mensagens.

Maria Deu Prioridade a Jesus
Maria é um exemplo de serva de Deus que soube avaliar as prioridades no relacionamento com Jesus. Ela tinha tarefas domésticas a realizar assim como Marta, sua irmã, porém entendia também que, se Jesus estava ali, naquela ocasião, a prioridade era ouvir sua palavra, e não ficar “distraída em muitos serviços” como Marta ficou. Ao ser questionado por Marta, que cobrava de Jesus que determinasse que Maria se levantasse de sua presença e fosse ajudá-la, Jesus respondeu de forma amorosa, porém cheia de ensino precioso: “[...] Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada” (vv. 41,42). A “boa parte” que Maria escolheu foi ouvir Jesus, ficar a seus pés em atitude de reverência e adoração e procurar não perder uma só palavra proferida por Ele — uma grande lição para nós, nos tempos presentes, quando a agitação da vida pós-moderna faz grande parte dos crentes perder a noção do que é essencial e do que é secundário no seu dia a dia.

Mais Martas do que Marias
Podemos afirmar que, no mundo atual, há muito mais “Martas” do que “Marias”. Hoje em dia, mulheres e homens cristãos têm muito mais coisas para se distraírem, afadigarem-se e ficarem ansiosos do que tinham no tempo de Maria. A vida moderna exige que a mulher deixe de ser apenas dona de casa, esposa e mãe, e assuma posições na vida dos estudos e na profissão. Não há nada de errado nessa realidade. Mas o tempo para Deus, o tempo para estar aos pés de Jesus, ouvindo atenciosamente a sua Palavra é muito mais escasso do que na época de Marta e Maria. Além dos excessos de atividades em casa, na escola e na igreja, homens e mulheres estão sendo dominados e até escravizados por redes sociais, por causa do uso excessivo das tecnologias da informação e da imagem, a ponto de não haver mais tempo para a maior parte das famílias estar nos cultos de oração, nos cultos de doutrina e na Escola Bíblica Dominical. As “Martas” são o tipo de crente que, além de se deixarem assoberbar de tarefas, ainda criticam aqueles que buscam mais as coisas de Deus, as “coisas que são de cima” — as “Marias” (Cl 3.1).

Maria Ungiu os Pés de Jesus
De acordo com a cronologia dos fatos que antecederam a morte de Cristo, conforme diz a Bíblia, Jesus dirigiu-se a Betânia, onde Lázaro encontrava-se: “Foi, pois, Jesus seis dias antes da Páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera e a quem ressuscitara dos mortos” (Jo 12.1). Jesus tinha enorme apreço por Lázaro e sua família. Ele, milagrosamente, por seu eterno Poder, ressuscitou o líder da família quando já não havia mais a mínima esperança.

Maria Ungiu a Cabeça de Jesus
Na mesma semana que antecedeu à morte de Jesus, Maria, mais uma vez, foi movida de profundo sentimento de ternura e valorização do seu Mestre. Mateus diz que Jesus, após o seu sermão profético proferido em Jerusalém, concluiu seus discursos e disse aos discípulos: “Bem sabeis que, daqui a dois dias, é a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado” (Mt 26.2 - grifo nosso). Dali, Ele dirigiu-se a Betânia, onde, na casa de “Simão, o leproso”, ofereceram outro jantar a Ele. Ali, diz o texto, que “uma mulher” ungiu os seus pés. O evangelista Mateus registra esse fato, dizendo: “E, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, com unguento de grande valor, e derramou-lho sobre a cabeça, quando ele estava assentado à mesa” (v. 6,7). Marcos também diz que esse fato ocorreu “dois dias antes da páscoa” (Mc 14.1,3-9). Há indagações sobre se a “mulher” deste texto é mesmo Maria, irmã de Lázaro. Mas o texto de João, que registra a ressurreição de Lázaro, diz: “Estava, então, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com unguento e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão, Lázaro, estava enfermo” (Jo 11.1,2).

Devemos Oferecer o Melhor a Jesus
O exemplo de Maria ensina-nos que devemos oferecer a Jesus aquilo que temos de melhor em nossa vida. Na ocasião extrema, sendo iminente a morte de Jesus, Maria quis demonstrar seu amor e sua gratidão oferecendo algo que tivesse valor elevado, e não qualquer coisa por mera formalidade ou religiosidade. Ela podería ter oferecido um unguento de menor preço, mas ungiu Jesus “com unguento de grande valor, e derramou-lho sobre a cabeça”. O gesto torna-se mais impressionante, e até extravagante, pois, além do valor do bálsamo, ela derramou-o sobre a cabeça de Jesus, fazendo com que a maior parte do perfume caísse ao chão do local, o que provocou a indignação dos circunstantes. O mais importante na adoração a Jesus é saber se Ele aceita nosso louvor. E Jesus declarou sua aprovação ao gesto de Maria, dizendo: “Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez para memória sua” (Mt 26.13; Mc 14.9). A adoração a Deus deve ter um caráter de sacrifício, de algo que tenha valor. O salmista disse: “Oferece a Deus sacrifício de louvor e paga ao Altíssimo os teus votos” (Sl 50.14, 23). Chama-nos a atenção o que acontece nos dias presentes. Em igrejas, cantores e grupos musicais só se apresentam se receberem elevados “cachês” — às vezes, quantias exageradas —, dizendo ainda que são “levitas”, que oferecem sacrifício a Deus. O sacrifício não é o que se cobra dos outros, e sim o que se oferece a Deus.

CONCLUSÃO
Maria de Betânia, irmã de Lázaro, deixou um exemplo de como o cristão deve dar prioridade a Cristo em sua devoção sincera. O cristão deve saber aproveitar os momentos especiais, de oração, de meditação e de aprender as santas Escrituras. Uma serva de Deus não deve negligenciar os afazeres domésticos sob sua responsabilidade, mas precisa saber administrar o tempo e as oportunidades para não se deixar ficar tão assoberbada, a ponto de não ter tempo para Jesus, sendo, assim, um exemplo para os crentes em todos os tempos e lugares.

Extraído do Livro O Caráter do Cristão - Elinaldo Renovato de Lima - CPAD
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Autor MOISÉS DUARTE

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