LIÇÃO Nº 02 – SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR


Depois do Pentecostes, intensificou-se ainda mais a rejeição e o ódio contra os discípulos de Cristo. Com o poder recebido no Pentecostes pelo Espírito, os discípulos tornaram-se mais ousados, e o número de discípulos foi crescendo muito rapidamente. Foi a partir do assassinato de Estêvão que Saulo de Tarso, dominado por um zelo destruidor, tomou coragem para perseguir os cristãos. Foi, realmente, o ousado discurso de Estêvão que emudeceu Saulo de Tarso, fazendo dele um perseguidor feroz e implacável contra a igreja. 

Antes de prosseguirmos, porém, havemos de esclarecer o fato em relação ao nome do apóstolo. Afinal, Deus mudou o nome de Saulo para Paulo, como muito se prega ou canta? 

Como já visto na lição passada, Saulo / Paulo era possuidor de dupla cidadania e que também foi chamado para ser apóstolo dos gentios, tema que será aprofundado nas próximas lições. Por qual motivo então, ora o temos chamado de Saulo, e ora como Paulo? 

O nome “Saulo” que é a forma aportuguesada do nome “Saul”, o mesmo que o primeiro rei de Israel, remonta da origem judaica do apóstolo. Já o nome “Paulo” é a forma aportuguesada do latim Paulus, remonta à sua cidadania romana. Os cidadãos romanos deviam adotar sempre um nome latino e parece natural que um “Saul”, por uma semelhança na pronúncia, escolhesse Paulo, ainda que esse fosse mesmo de estatura baixa, sentido da palavra latina (Paulo quer dizer “pequeno”). Mas se nasceu ele cidadão romano, como saberiam seus pais que seria de pequena estatura? Talvez seus pais fossem, de alguma forma, ligados à família romana dos Paulos. Ou mesmo que esse nome o tenha sido dado como um apelido ao longo de seu crescimento ao observar-se ser ele de pequena estatura. Não se pode saber ao certo. Já seu nome hebraico, Saul, era apropriado para um membro da tribo de Benjamin como ele mesmo o era, pois Saul foi o primeiro rei de Israel e daquela tribo e era prática dos Judeus colocar nome em seus filhos a fim de homenagear alguém ou por fatos ocorridos durante o nascimento. Como o ministério apostólico de Paulo, buscava alcançar os gentios de forma mais específica, nada mais apropriado que fazer uso de seu nome romano, e este foi também utilizado nas Escrituras canônicas.

 

UM PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL

 

Então levantou-se no Sinédrio um fariseu chamado Gamaliel, mestre da Lei e estimado por todo o povo. Ele mandou que os acusados saíssem por um instante. Depois falou: “homens de Israel, vede bem o que estais para fazer contra estes homens... Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não vos preocupeis com estes homens e deixai-os ir embora. Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana, será destruída. Mas, se vem de Deus, não conseguireis destruí-los. Não aconteça que vos encontreis combatendo contra Deus (At 5,34-39).

 

É difícil imaginar Saulo, perseguidor do movimento cristão e seguidor de Gamaliel ao mesmo tempo. No período entre o estudo adolescente e sua atuação como perseguidor dos seguidores de Jesus não sabemos onde esteve, mas deve ter voltado para Tarso e por lá ficado alguns anos. 

Certamente ouvistes falar como foi outrora minha conduta no judaísmo: com que excessos eu perseguia e devastava a Igreja de Deus e como progredia no judaísmo mais do que muitos judeus da minha idade, mostrando-me extremamente zeloso das tradições paternas (Gl 1,13-14).

 

O ápice dessa atividade perseguidora fervorosa ocorreu quando do apedrejamento de Estêvão:

 

Mas eles, dando gritos e tapando os ouvidos, avançaram todos juntos contra Estêvão: arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo... E Saulo estava lá, consentindo na execução de Estêvão (At 7,57-60; 8,1).

 

Nada disso parece ser o resultado do aprendizado com o mestre Gamaliel, mas, ao contrário, poderia indicar que Saul fazia parte de um movimento zelota. Os mais radicais defensores do Templo de Jerusalém não eram os rabinos fariseus como Gamaliel, mas os judeus de língua grega, que viviam em Jerusalém e se opunham, de forma radical, àqueles que se contrapunham ao Templo, como os essênios ou os seguidores de Jesus de Nazaré. Isso explicaria melhor a violência de Saulo.

 

Um zelote de corpo e alma como ele, com certeza teria feiro oposição fervorosa a toda a tendência de “mudar os costumes que Moisés nos deu”. 

O zelo sem entendimento pode ser uma arma perigosíssima. Muitos crimes hediondos têm sido praticados em nome de Deus durante séculos. Com Paulo, não foi diferente. Ele foi um perseguidor implacável (Gl 1.13). Ele usou sua influência e força para esmagar os discípulos de Cristo. Perseguiu Cristo (At 26.9), a religião de Cristo (At 22.4) e os seguidores de Cristo (At 26.11). 

Olhando pelo retrovisor, fazendo uma retrospectiva do seu passado, escreveu a Timóteo: “a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente...” (1Tm 1.13). 

Ele feria os cristãos com a língua e com os punhos. Fazia isso com arrogância e soberba. Usava os instrumentos legais e também a truculência física. Ressaltamos, aqui, alguns pontos importantes:

 

Paulo via a si mesmo como perseguidor. Diante do povo de Jerusalém, confessou: “Persegui este Caminho até à morte, prendendo e metendo em cárceres homens e mulheres” (At 22.4). Diante do rei Agripa, ele testemunhou: “Na verdade, a mim me parecia que muitas cousas devia eu praticar contra o nome de Jesus, o Nazareno; e assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam. Muitas vezes, os castiguei por todas as sinagogas, obrigando-os até a blasfemar. E, demasiadamente enfurecido contra eles, mesmo por cidades estranhas os perseguia” (At 26.9-11). 


Ele é visto como uma fera selvagem. A igreja em Jerusalém foi duramente perseguida, e muitos cristãos fugiram, pregando o evangelho (At 8.1-4). Alguns deles foram para Damasco. E agora, Paulo, ainda respirando ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dispõe-se a ir a Damasco para manietar, prender e arrastar presos para Jerusalém aqueles que professavam o nome de Cristo (At 9.1,2). Ele queria destruir os crentes em Jerusalém, por isso os caçava por toda parte, para trazê-los de volta a Jerusalém e ali os matar.

Essa expressão “respirando ameaças e morte” literalmente é a mesma para descrever uma fera selvagem que furiosamente extermina o corpo de uma presa. Paulo era um monstro celerado, um carrasco impiedoso, um perseguidor truculento, um tormento na vida dos cristãos primitivos. A expressão “respirando ainda ameaças e morte” era também uma alusão ao arfar e ao bufar dos animais selvagens. Paulo parecia mais um animal selvagem do que um homem. Em suas próprias palavras, ele estava “demasiadamente enfurecido” (At 26.11). Nada é mais perigoso do que o radicalismo religioso sem entendimento. Muito sangue já foi derramado para satisfazer os caprichos desses religiosos dominados pelo zelo sem entendimento.

 

Ele é visto como um touro bravo. A fúria de Paulo pelo nome de Jesus, o Nazareno, não anulou o propósito eletivo de Deus, que escolheu Paulo antes mesmo de ele nascer e o separou para o ministério. Um touro bravo é amansado pelo aguilhão. O Senhor começou a ferroar sua consciência, ao mostrar como aqueles discípulos presos, torturados e mortos morriam com serenidade. O algoz estava furioso, mas as vítimas morriam cantando e orando. 

Quando Estêvão foi apedrejado em Jerusalém, e se derramava o seu sangue, Paulo consentia em sua morte e guardava as vestes daqueles que o apedrejavam (At 22.20). Paulo, porém, recusava-se a ceder mesmo diante desses aguilhões. Como uma fera selvagem, dirigiu-se a Damasco. Respirava ameaças e morte (At 9.1). Seu prazer era matar em nome de Deus aqueles que abraçavam a fé cristã. 

Atos descreve o procedimento do fariseu Paulo contra a comunidade primitiva vivamente. Em Jerusalém, Paulo vai de casa em casa e manda jogar na cadeia homens e mulheres (At 8,3); ele procura a emissão de sentenças de morte contra cristãos (cf. At 22,4; 26,10) e os obriga a abjurar sua fé (cf. At 26,11). Ele ordena aprisionar os cristãos (At 22,19) e adquire uma legitimação para a perseguição de cristãos em Damasco (cf. At 9,2).

 

POR QUE SAULO PERSEGUIA OS CRISTÃOS?

 

Uma das crenças mais caras aos judeus, e de que Paulo sem dúvida compartilhava, era a de que Deus em breve interviria na história para salvar o seu povo escolhido, Israel, da dominação de forças politicas opressoras. Acreditavam que Deus os estabeleceria como uma das grandes nações do mundo graças ao advento do "Messias" ou "Cristo". Ambos os termos significam "o ungido": "Messias" em hebraico e "Cristo" em grego.

Assim, quando Jesus de Nazaré apareceu declarando-se, sem qualquer equivoco possível, o Messias, não é de admirar que os judeus não reconhecessem nele o tipo de libertador que esperavam. Não possuía exércitos e não raro se exprimia em linguagem que revelava desprezo pela violência física. Quando entrou no Templo, em cumprimento a profecia de Zacarias, ao invés de apregoar a vitória sobre os romanos, anunciou a humilhação e a morte as suas mãos.

Um Messias crucificado era uma verdadeira contradição ao que Saulo havia aprendido. Isso se enquadrava na declaração de Deus em Deuteronômio 21. 23: “...porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim, não contaminarás a tua terra, que o Senhor, teu Deus, te dá em herança”. O Messias estava revestido de bênção divina: “Repousará sobre Ele o Espírito do Senhor” Is 11.2. Um Messias crucificado era uma blasfêmia descarada. 

Paulo compartilhava do desprezo que os lideres judeus sentiam por esse "Messias" crucificado. Desprezava ainda mais as atividades dos seguidores desse pseudomessias. Aceitar esse Jesus de Nazaré como o Messias estava, porém, fora de qualquer cogitação.

 

SAULO DE TARSO E ESTEVÃO

 

Quando um dos seguidores de Jesus, um homem chamado Estevão, ousou afirmar em público que terminaram os dias da religião judaica e do seu Templo (At 7,2-53), Paulo e seus companheiros fariseus entenderam que era chegado o momento de agir. Não bastava mais considerar esses seguidores do "Caminho", como se intitulavam, como lunáticos inofensivos. Constituíam, na verdade, uma perigosa ameaça ao sistema religioso judaico.

Estevão foi, então, apedrejado até a morte por uma multidão de Jerusalém. O próprio Paulo permanecera ali junto deles, satisfeito de tomar conta dos mantos dos algozes, enquanto estes perpetravam a sua má ação. Mas Paulo era alguma coisa mais que um simples guarda-mantos.

Era um homem de iniciativa e fariseu influente. Quando viu que os cristãos começavam a se mudar de Jerusalém para outros lugares, compreendeu que, longe de ter resolvido o problema, a perseguição movida contra Estevão só contribuíra para ajudar a causa cristã a estender-se a outras partes do Império Romano. Um dos lugares onde se estavam agrupando esses fanáticos era Damasco.

 

UM PERSEGUIDOR VIOLENTO

 

A Bíblia faz descrições dos variados métodos usados por Paulo para perseguir os discípulos de Cristo. Vamos analisar alguns desses métodos.

 

Em primeiro lugar, Paulo perseguia os cristãos usando o recurso da lei. Paulo usava sua influência e seu trânsito no sinédrio para munir-se de cartas de autorização dos principais sacerdotes a fim de encerrar em prisões e matar os cristãos (At 26.10). Sua perseguição tinha um ar de legalidade. Ele representava o braço repressor da lei religiosa.

 

Em segundo lugar, Paulo perseguia os cristãos em seus redutos religiosos. Paulo perseguia e castigava os cristãos por todas as sinagogas em Jerusalém, bem como por cidades estranhas (At 26.11). Sua área de jurisdição transcendia os limites da Palestina. Suas cruzadas furiosas avançavam além dos limites de Israel e chegavam até Damasco, na Síria (At 9.1,2).

 

Em terceiro lugar, Paulo empregava a tortura psicológica. A perseguição impetrada por essa fera selvagem e por esse boi bravo não consistia apenas em sanções legais contra os novos convertidos. Ele os castigava não apenas fisicamente, mas também psicologicamente. Ele mesmo testemunha: “Muitas vezes, os castiguei por todas as sinagogas, obrigando-os até a blasfemar...” (At 26.11). Ele era blasfemo (1Tm 1.13) e forçava os neófitos a blasfemarem.

 

Em quarto lugar, Paulo empregava a tortura física. Em sua carta aos Coríntios, Paulo diz que perseguiu a igreja de Deus (1Co 15.9). Aos crentes da Galácia, seu relato é ainda mais contundente: “Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava” (Gl 1.13).

 

Ele caçava os crentes por todas as partes. Paulo era um caçador implacável (At 9.2; 22.5; 26.9). Ele não se contentou apenas em perseguir os cristãos em Jerusalém; caçava-os por todas as cidades estranhas. Agora, escoltado por uma soldadesca do sinédrio, marcha para Damasco, capital da Síria, para prender os cristãos e levá-los manietados para Jerusalém (At 9.2).

Ele manietava os crentes. Ao entrar nas sinagogas, Paulo não apenas dava ordem de prisão aos crentes, mas os amarrava e os levava assim aos principais sacerdotes (At 9.21). Ele corrobora: “... e ia para Damasco, no propósito de trazer manietados para Jerusalém os que também lá estivessem, para serem punidos” (At 22.5).

Ele encerrava os crentes em prisões. O propósito de Paulo em ir a Damasco era descobrir lá alguns crentes a fim de levá-los presos para Jerusalém (At 9.2). Ele diz ao povo de Jerusalém: “Persegui este Caminho até à morte, prendendo e metendo em cárceres homens e mulheres” (At 22.4). 

Ele açoitava os crentes. Paulo não somente acorrentava e prendia os cristãos, mas também os castigava fisicamente (At 22.5). Ele disse: “... Senhor, eles bem sabem que eu [...] açoitava os que criam em ti” (At 22.19). Diante de Agripa, Paulo declara: “Muitas vezes, os castiguei por todas as sinagogas, obrigando-os até a blasfemar. E, demasiadamente enfurecido contra eles, mesmo por cidades estranhas os perseguia” (At 26.11). 

Ele matava os crentes. Paulo não apenas caçava os crentes como uma fera selvagem caça a sua presa, como também os devorava. Ele não apenas os acorrentava, prendia e açoitava, mas também os matava. Ele devastava a igreja. Sempre que o sinédrio deliberava sobre a morte dos crentes encerrados em prisão, Paulo dava seu voto para que fossem mortos. Diz ele: “e assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam” (At 26.10).

 

A IGREJA PERSEGUIDA

 

Muitos crentes não se conformam em ser rejeitados pelo mundo; querem ser bem tratados. E claro que, como cidadãos, temos direitos e deveres. E devemos, sim, reivindicar aquilo que a lei nos garante. Não obstante, Jesus disse: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão. Sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome” (M t 24.9). O Senhor deixou claro que o ódio contra os seus servos se daria por causa do seu nome. Em outras palavras, os crentes perseguidos não são os que estão acomodados, buscando prosperidade material. Tal acossamento está relacionado aos crentes praticantes, que vivem e pregam o evangelho, e não com os nominais (Mc 13.10,11).

Atualmente, em muitas nações há uma perseguição mais velada, mas os cristão continuam sendo alvo de perseguição mesmo nos países onde se prega a liberdade religiosa. Nenhuma outra religião tem tantos fiéis mortos como o cristianismo. Agências de notícias informaram que, no ano de 2013, 100 mil cristãos foram mortos por causa da sua fé. Já no ano de 2018, a morte de cristãos por perseguição religiosa aumentou 40% no mundo. No ano de 2019, mais de 250 milhões de cristãos foram perseguidos no mundo. No ano de 2020, 350 milhões de cristãos foram perseguidos no mundo. Um em cada oito cristãos são discriminados no mundo. O ódio contra quem serve a Deus, profetizado por Jesus, está cada vez mais evidente hoje em dia.

 

Para Saulo de Tarso, a ideia de um Messias crucificado, alguém que assumiu a maldição do pecado, era chocante, porque o Messias viria para ser Rei e Senhor apenas. Paulo tendeu pelo Espírito o mistério do Calvário e, por isso, tornou-se um pregador do Cristo crucificado. 

A igreja existente é fruto dessa obra expiatória de Cristo; por isso, se ela fosse uma mera organização humana, já teria acabado há muito tempo. Mas a Igreja é uma instituição divina; por isso, ela subsiste ao longo dos séculos e subsistirá até a vinda gloriosa de Cristo para arrebatá-la. 

Em sua compreensão clássica, a perseguição religiosa é realizada ou respaldada pelo Estado. A realidade, porém, mostra que isso não é geralmente o que acontece. Nos dias de hoje, o papel de agentes não estatais é cada vez mais visível – um exemplo disso são os grupos extremistas, tais como Estado Islâmico, Boko Haram e Al-Shabaab.

 

A perseguição tem acompanhado a história da igreja, intercalada por períodos de tolerância que eram seguidos por novos ataques, tanto por forças de fora quanto de dentro da igreja. A perseguição, como temos visto, nunca se afastou da igreja. Certamente, para os que viveram durante as primeiras ondas de perseguição que varreram a história eclesiástica, ser perseguido parecia fazer parte normal da vida cristã. 

De fato, a perseguição tem acompanhado a história da igreja, mas ela vem e vai como o movimento das ondas do mar. Os períodos de “tolerância” foram conseguidos a duras penas, seguidos inevitavelmente por novos ataques, tanto por forças de fora da igreja ou, tragicamente, de dentro dela própria. Nós, no Ocidente, no início do terceiro milênio, temos desfrutado de um longo período de liberdade religiosa. A história, no entanto, nos ensina que não há garantia de que essa liberdade continue.

 

Logo que surgiram os primeiros casos e mortes de COVID-19, boa parte dos países impuseram uma quarentena. Foi a maneira sugerida pela Organização Mundial da Saúde para conter a alta propagação do corona-vírus. A medida afetou duramente os trabalhadores diaristas, que ficaram sem conseguir arcar com despesas básicas, como alimentação e moradia.

 

Nesse cenário, os governantes se viram obrigados a fornecer ajuda básica para a população mais necessitada; porém, em países como Índia, Nepal e Vietnã esse apoio foi negado aos cristãos. A atitude revelou a hostilidade e aumentou a vulnerabilidade dos que decidiram seguir a Jesus. No entanto, a Portas Abertas recebeu o apoio de irmãos e irmãs ao redor do mundo para socorrer aqueles que não tinham como sobreviver no período de quarentena.

 

Outro ponto foi que alguns cristãos indianos denunciaram que foram tratados com diferença nos hospitais públicos do país. Os hindus ficavam separados dos muçulmanos e cristãos e tinham prioridade no atendimento. Em locais da África Subsaariana, onde há ação de grupos extremistas como Boko Haram e Al-Shabaab, os ataques às vilas cristãs continuaram mesmo em períodos de quarentena. Além disso, radicais islâmicos espalhavam que os cristãos eram os culpados e os mais atingidos pela pandemia.


                                        

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Autor MOISÉS DUARTE

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