LIÇÃO Nº 04 – O TRIBUNAL DE CRISTO


 

"Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo". II Co 5.10.

 

Nesse ponto vamos estudar acerca do que acontecerá com os santos logo após serem arrebatados. O povo arrebatado, já em seus corpos glorificados, hão de comparecer perante o Senhor para serem julgados por suas obras a fim de serem galardoados ou não, ainda nas regiões celestiais. Vale salientar, portanto, que esse julgamento, de forma alguma trará condenação aos julgados. Não é por meio das obras que somos salvos, muito embora, estas tragam ou não galardão. O Tribunal de Cristo não determina salvação, pois, esta já foi determinada pelo sacrifício vicário de Cristo na cruz que morreu em nosso lugar (1Jo 2.2) e pela nossa fé nEle (Jo 3.16). 

Esse julgamento é para os crentes salvos, e não para os não crentes que por sua vez serão julgados no dia Juízo Final, no julgamento do Grande trono Branco. Ambos os tribunais estão distantes um do outro em um período de 1.007 anos, embora muitos ainda os confundam. Agora se trata da questão de recompensas, que será resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do crente, como mordomo. 

Essa ocasião mostrará como administramos nossos bens nessa vida: dons, dádivas, nossa vida cristã, talentos, enfim, tudo o que por deus nos foi confiado. Não somos detentores de nada, apenas administradores de Deus: “bons ou maus”.

 

O JULGAMENTO DE CRISTO 

O Juiz será o próprio Senhor Jesus. Diante do Seu olhar coisa nenhuma será oculta. Na antiga Grécia realizavam-se muitos jogos e corridas e outras competições desportivas. Ao término desses os atletas reuniam-se defronte ao palanque ou "tribunal", chamado "bema" na língua grega,  onde estaria sentado o juiz, que então distribuía os prêmios aos vencedores. As coroas eram de folhas de louro, portanto "corruptíveis". Bem podemos imaginar o desapontamento dos demais atletas que não ganharam o prêmio e tiveram que presenciar a entrega dos lauréis aos competidores. I Co 9.24-27. 

Na descrição de Paulo sobre este julgamento as obras do crente feitas por motivos indignos comparam-se a feno, palha, e madeira, substâncias de fácil combustão, enquanto as obras realizadas no amor de Deus e pelo amor às almas são como ouro, prata e pedras preciosas que resistem a prova de fogo.

 

Naquele Dia, o Juiz irá requerer o nosso “relatório”. Ele nos irá julgar quando à mordomia: 

1 – Da nossa vida – espírito, alma e corpo (1Ts 5.23) Tornar-se-á evidente a maneira como edificamos a nossa vida espiritual em Cristo.

2 – Da nossa vontade, afinal nos concedeu o livre-arbítrio (1Co 6.12). A expressão “o que tiver feito por meio do corpo” 2Co 5.10 também inclui o nosso viver secular. Somos levados a pensar que o senhor somente vê as obras relativas à igreja, ao lado espiritual. Biblicamente, nosso trabalho secular também deve ser feito para agradar ao Senhor (Ef 6.5-8) “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens...” Cl 3.23.

3 – Do nosso tempo (Ef 5.16)

4 – Dos nossos talentos (1Pe 4.10) A todos o Senhor concedeu talentos. A uns poucos e a outros mais. Na ocasião do Julgamento, o senhor ajustará contas com cada um a fim de saber o que cada um ganhou “negociando” seus talentos.

5 – Dos nossos bens (Lc 12. 16-20)

6 – Do trabalho que Ele nos confiou. O NT lista vários dons, ministérios e operações que o Senhor concede à Sua igreja (Rm 12.6-8; 1Co 12.4-6; Ef 4.11).

 

A BASE DO JULGAMENTO 

A base para o julgamento são “as obras” dos crentes em Cristo, e não os “títulos”. Jesus não vai julgar o crente apóstolo, bispo, missionário, teólogo, cantor, reverendo... Embora muitos busquem titulações terrenas, o prêmio ou prêmios será para os “servos bons e fiéis” conforme Mt 25.21,23. 

Será um julgamento preciso, pois, será julgado pelo Justo Juiz. Todas as obras serão provadas pelo fogo. Fogo este que irá purificar e revelar qual é a verdadeira intenção do coração. As obras realizadas pelos salvos aparecerão com valor e qualidade perante o Senhor de acordo com 1Co3.12-15. As obras aparecerão na forma de diferentes materiais. 

Os elementos ouro, prata e pedras preciosas representam trabalho feito com humildade, temor , para a glória do Senhor (1Co 10.31). Os materiais madeira, feno e palha, falam das obras feitas por vaidade e egoísmo, a fim de receber glória humana (Mt 6.2,5). Somente serão recompensados aqueles cujas obras resistirem ao fogo. 

Podemos comparar o ouro às obras que os crentes fizeram para a glória de Deus (1Co 10.31). são as obras que não glorificam o nosso nome, mas o de Deus. A prata simboliza as obras realizadas em Jesus (2Co 12.19) e as pedras preciosas quando são realizadas n Espírito Santo (Fp 3.3). s crentes que possuem os dons espirituais têm o adorno do Espírito Santo. 

“Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo...” esse texto mostra que haverá salvos cujas obras não subsistirão quando passarem pelo crivo divino. 

Madeira representa as obras das coisas humanas (1Co 3.3). Há crentes que fazem muitas coisas, mas, sempre buscando a própria glória humana e não o faz para a glória de Deus. Madeira não resiste ao fogo. Feno representa as tradições de homens (Cl 2.4-8; Hb 13.9). Feno é capim, erva seca. São obras de aparência, mas sem consistência, sem vida. A palha representa as falsidades religiosas e humanísticas (Mt 15.8,9). Não resiste a força do fogo. Representa as obras sem firmeza, feitas por crentes inconstantes. 

O Espírito Santo se manifestará como fogo que fará queimar tudo que não tiver valor eterno, e tudo o que foi realizado conforme a vontade do Senhor permanecerá e servirá de base para o galardão que Cristo dará.

 

O GALARDÃO 

Galardões são prêmios, recompensas aos santos em Cristo que o crente fez jus o recebimento, pois desempenhou bem a função para a qual foi vocacionado no Reino de Deus. Aqueles cujas obras queimaram verão que poderiam ter feito mais, se dedicado mais ao serviço do Mestre. Contudo, não estarão tristes, pois, foram salvos pelo sangue do Cordeiro. Poderão contudo, ficarem envergonhados num momento pela própria negligência. Na sua primeira epístola (2.28), João revela a possibilidade do crente sofrer grande vergonha nesse dia, dizendo: "Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda.” 

Muitos crentes imaginam que esses galardões será algo palpável, visto a Bíblia mencionar algumas coroas que serão dadas aos salvos. Tudo isso é, portanto, precoce e especulativo. É bem certo que certamente haveremos de receber coroas com as suas respectivas identificações. 

Contudo, esses galardões, falam de posição, domínio, poder. Serão funções específicas, privilégios distintos ministrados aos salvos. Quando a Bíblia afirma que o galardão está com Cristo para dar aos salvos, não significa que Ele virá com uma grande bagagem. No arrebatamento, Jesus trará consigo o resultado, a avaliação de nossas obras. Na parábola das minas, aquele senhor disse aos servos fiéis: “Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade” Lc 19.17. E o próprio Cristo prometeu: “E ao que vencer e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, e com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai” Ap 2.26,27.

 

Certamente coroas também serão dadas aos salvos como galardão. A Bíblia menciona as coroas reservadas para o povo de Deus. 

1. A Coroa da Vida. Tg 1.12; Ap 2.10. É a coroa especial do mártir ou aquele que estiver tão consagrado ao Senhor que alegremente daria a sua vida na causa de Cristo. A palavra "testemunha em Atos 1.8, no original grego, é "mártir", fato que ensina que a verdadeira testemunha de Jesus é aquele que está pronto a ser morto pelo nome de Cristo. 

2. A Coroa de Glória, I Pe 5.2-4. Esta coroa está reservada para os servos fiéis que trabalharam não por amor ao lucro, nem para exercer domínio, mas trabalharam de boa vontade, pelo amor a Deus e às almas. I Ts 2.19,20; Fl 4.1; Dn 12.3; Pv 11.30. As próprias almas que ganhamos para Cristo são como "coroa". Fl 4.1. 

3. Coroa da Justiça. II Tm 4.8. Esta coroa está reservada para aqueles que amam a vinda de Cristo. 

4. A Coroa Incorruptível. I Co 9.25-27. Esta coroa está reservada para aqueles que venceram a carne, não vivendo segundo as cobiças da carne, mas sim vivendo no Espírito. 01 6.8. Que Deus nos ajude a nos esforçar para que ganhemos essas coroas de tão alto valor.

 

Também podemos citar outros galardões, tais como: 

Um Reino Eterno - reinaremos com o Senhor eternamente (2Tm 2.12)

Um Nome Novo - pois tudo será novo, inclusive nossos nomes (Ap 2.17)

Um Lar Celestial - a Cidade santa será a nossa eterna mansão (Ap 21.2)

 

CONCLUSÃO

 

No Tribunal de Cristo muitas recompensas serão dadas aos salvos. Os fiéis verão que valeu a pena suportar as aflições do tempo presente. Eles hão de receber seus galardões. Haverá muitas surpresas. Coisas encobertas virão à tona, positivas ou negativas (1Co 4.5). As obras que ninguém vê aqui mas que lá serão expostas pelo Senhor, a fim de que todos tomem conhecimento. Sejamos pois, fiéis até o fim para que recebamos naquele grande Dia a justa recompensa.

 

Devemos trabalhar de maneira firme e constante, sempre abundantes na obra do Senhor, para, assim, nosso esforço ser reconhecido como valioso (ouro, prata ou pedras preciosas) no Céu (1 Co 15.58). O reconhecimento apenas diante dos homens conduzirá toda nossa atividade espiritual a ser reputada aos olhos de Deus como “sacrifícios de tolos” (Ec 5.1). Todo cuidado é pouco, pois “nosso Deus é um fogo consumidor” (Hb 12.29).” – Reynaldo Odilo.

 

Maranata!!!

 

REFERÊNCIAS

 

BERGSTÉM, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD

ODILO, Reynaldo. Jesus Cristo Voltará. CPAD


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Autor MOISÉS DUARTE

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